Pop Nerd

13 Reasons Why | Análise da série do momento da Netflix

13 Reasons Why ou Os 13 Porquês é uma série original da Netflix baseada no livro homônimo de Jay Asher publicado originalmente 2007 e que chegou ao título de best-seller nos Estados Unidos em 2011. O livro tem como referência os dramas adolescentes e aborda diversas temáticas, tendo como ponto central o suicídio.

A protagonista é a Hannah Baker, uma garota que se matou (isso não é um spoiler) e deixou 13 fitas cassetes contando os motivos que a levaram a cometer suicídio. As fitas foram entregues a uma pessoa de sua confiança que encaminhou os áudios ao primeiro envolvido da lista que tinha como objetivo escutar e passar para frente até que todos as pessoas listadas por ela ouvissem e entendessem como são responsáveis pela morte de Hannah. Tudo ia “perfeitamente bem” até que as fitas chegaram a Clay Jensen.

Clay divide o papel principal com Hannah e é através dele que o telespectador escutará todos os áudios deixados pela adolescente. Diferente dos demais, Clay não consegue simplesmente ouvir e passar para o próximo, ele vai atrás de cada envolvido para tirar satisfações e decide começar um plano de “vingança” para expor os envolvidos e forçar que confessem seus crimes.

A história é densa. De um lado temos um grupo de adolescentes cheios de problemas e segredos e do outro temos pais e professores que não tem a menor ideia do que está acontecendo dentro da escola. Embora tudo gire em torno do suicídio de Hannah, este não é o único tema debatido e à medida que Clay conversa com os envolvidos temos a oportunidade de saber o “lado b” de cada um e perceber quem é uma boa pessoa e quem realmente é cruel.

A Netflix é fiel ao livro e para ajudar o telespectador a entender a história ela se passa no presente, no passado (flashback das fitas) e é complementada por detalhes acrescentados pelos demais jovens que contam o que aconteceu de acordo com seu ponto de vista. De fato, essas idas e vindas deixam a história levemente confusa em alguns momentos, algo que poderia ter sido evitado se o recurso não fosse usado o tempo todo.

Os 13 episódios têm cerca de 50 minutos e pouca enrolação, o que é muito bom, pois em nenhum momento se sente que está assistindo a um filler. Os diálogos são intensos e os atores selecionados representam muito bem os estereótipos de estudantes clássicos consagrados pelo cinema americano. A trilha sonora dos anos 80 se encaixa perfeitamente, com músicas românticas e melancólicas que representam os sentimentos que estão rolando ali.

Mesmo que Hannah e Clay sejam os protagonistas a série tem espaço para todo mundo e nenhum personagem é deixado de lado ou tem sua história contada pela metade. Alguns momentos, é claro, são tratados com menor foco e/ou importância, mas é uma atitude necessária para que a série não se perca, pois a cada episódio o problema da turma de adolescentes vai ficando maior.

Em suma, a obra cumpre seu objetivo. Com cenas fortes, diálogos densos e muitos momentos de reflexão, a série traz a tona não apenas o suicídio de uma garota, mas o “lado b” das pessoas, seus medos, segredos e verdades que não querem enfrentar. Para quem está com preconceito achando que é apenas uma série para adolescentes, não se engane, pois é uma jornada mais adulta do que parece. Vale a pena conferir.

Gabriel Magalhães

Colaborador do GameHall, fundador do Forever Jogando e Analista de Marketing.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!