Se você curtia seriados japoneses super sentai como “Changeman” e “Flashman“, ou se faz parte da nova geração dos “Power Rangers“, ou ainda é fã de jogos táticos como os clássicos “Shining Force” e “Final Fantasy Tactics“, então se ligue em “Chroma Squad“, jogo desenvolvido pela empresa brasileira Behold Studios, que chega ao mercado junto com outra produção nacional, “Toren“.
O jogo, que ganhou vida graças ao financiamento coletivo no site Kickstarter, chegou ao Steam em abril de 2015 (com versões para PS3, PS4 e XOne já confirmadas) e combina, de maneira muito divertida, elementos dos RPGs táticos com jogos de gerenciamento e um visual 8 Bits bem charmoso.
O jogo é uma paródia dos programas super sentais, e nos mostra os bastidores de uma série de TV. Os dublês, cansados da exploração do diretor e de fazer todo o trabalho pesado enquanto os atores ficam sentadinhos de boa, resolvem pedir as contas e montar o seu próprio estúdio de gravação. E é aqui que o jogador entra em cena.
O game oferece uma grande variedade de opções de administração do seu novo estúdio, como o nome dele, o nome dos personagens, nome do mecha (robô gigante), as frases de efeitos tradicionais desses seriados, a cor da roupa dos personagens (se você quiser pode montar uma equipe com todos os rangers verdes ou todos do sexo feminino), escolher os atores (cada qual com um salário, classes e vantagens/desvantagens nos atributos), e muito mais. Apenas na introdução do jogo você vai gastar uma meia hora, ou mais, para montar a sua equipe Ranger dos sonhos.
A medida em que você vai progredindo no jogo, é necessário melhorar os cenários dos episódios, comprar novas roupas e equipamentos de brinquedos para os heróis, melhorar as roupas de borracha dos monstros, planejar movimentos e ataques em grupo (sem esquecer das poses emblemáticas), e assim por diante. Tudo para não perder a audiência, um dos elementos chaves para se avançar na história. Ganhar dinheiro também é importante, então não se esqueça de fazer um merchandising e vender os bonequinhos do seu show pra ganhar uma graninha extra.
Além dessa etapa de gerenciamento, temos as batalhas, que assumem as mecânicas dos RPGs táticos em turnos, com o chão demarcado por quadrados, como num tabuleiro de xadrez, onde seus personagens devem fazer a movimentação e ataques. Aqui a estratégia é importante, seus personagens tem ataques e habilidades únicas, além de poderem fazer ataques em conjunto, aumentando o dano feito nos inimigos (ataque essencial nos chefões, que são mais fortes). Você começa a batalha com os personagens como “civis“, que são mais fracos e com menos habilidades, e só depois de ganhar audiência é que você poderá “morfar” e vestir suas roupas coloridas para combater o mal. Assim como era nos seriados.
Mas cuidado, se você achou que derrotou para sempre aquele temível monstro de borracha, lembre-se que ele pode voltar em sua forma gigante no final do episódio e é quando você vai precisar do poder do seu mecha e da sua espada para combater o monstrão entre os prédios da sua cidade. Aqui as lutas são mais simples, sem as complexidades das batalhas normais.
“Chroma Squad” possui alguns pequenos defeitos, como textos que não foram traduzidos em português e menus confusos de se navegar, mas nada que realmente atrapalhe a diversão do jogador. Os visuais 8 Bits talvez espantem jogadores mais novos, ele poderia ser um pouco mais arrojado, talvez da era 32 Bits. Pessoalmente, gosto deles assim mesmo, pois são bem nostálgicos, mas quem não viveu a era 8/16 Bits pode não achar tão atraentes. Algumas batalhas podem ser longas e a sua mecânica acaba se tornando repetitiva e cansativa, sobretudo se for jogado direto. É bom dar umas pausas entre uma partida e outra, até passar pelas mais de 10 horas de jogo que ele oferece.
