Análises

Odallus: The Dark Call

Clássico instantâneo

Lembro de quando eu era mais novo e ficava horas sentado na frente da “imensa” TV de tubo com 14’ jogando meu Phantom System ou Mega Drive. Boa época onde os jogos não eram tão complexos, mas nem por isso deixavam de ser extremamente divertidos.

A JoyMasher ficou bastante conhecida nos cenários nacional e internacional após o lançamento de Oniken. Um game de ótima qualidade, o qual remetia justamente aos tradicionais jogos que existiam nos consoles de outrora. Devido a isso, confesso que fiquei animado quando anunciaram Odallus: The Dark Call. Mas será que conseguiram repetir o sucesso alcançado anteriormente?

Em Odallus, você é o poderoso guerreiro Haggis e precisa impedir os planos malignos de um lorde das trevas e seu exército de monstros que devastaram suas terras. Para fazer isso, você conta com sua fiel espada e algumas armas secundárias, tais como o machado ou lança.

Assim que você começa a jogar, as referências ao Castlevania da Konami aparecem de imediato, tanto no design dos cenários e personagens quanto na jogabilidade. As fases são muito bem construídas, possuindo múltiplos caminhos para serem explorados, além de diversas passagens secretas que você terá de encontrar se quiser os melhores itens e equipamentos. Vale bastante a pena fuçar cada parte dos vastos cenários para localizar as relíquias que dão ao personagem novos poderes.

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Referências ao Castlevania da Konami aparecem de imediato

Achei interessante e prático que as fases maiores possuem uma espécie de teletransportador para que você se locomova nelas com mais facilidade. Também é possível refazer os níveis já concluídos, escolhendo-os através de um mapa que lembra muito o existente em Ghosts’n Goblins (ou Ghouls’n Ghosts), para ir atrás dos segredos que ainda precisam ser descobertos, isso sem falar dos locais que dão acesso a novos estágios dentro do game.

Outro detalhe que me chamou a atenção foram os checkpoints. Ao contrário do que acontece na imensa maioria dos jogos, em Odallus você escolhe se quer ou não os ativar depois de encontrá-los. Me lembrou um pouco dos caixões presentes em Symphony of the Night sem as funções de salvar o jogo e recuperar sua energia, mas apenas marcando o local para que você renasça caso venha a morrer.

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Vale bastante a pena fuçar cada parte dos vastos cenários

Os encontros com chefes são, em sua maioria, bem legais. O design macabro de alguns deles me fez recordar de certos filmes e jogos de terror clássicos, como Uma Noite Alucinante e Splatterhouse 2. Isso vale também para vários dos inimigos comuns. A trilha sonora complementa as lutas com os chefes e, por sinal, foi muito bem composta, te colocando no clima do determinado momento em que você está jogando.

Graficamente é um jogo bonito, e isso fica bem claro também nas cutscenes que me lembraram bastante daquelas presentes no Ninja Gaiden de Nintendinho. Existe uma opção chamada “TV Mode” na qual a tela fica com scanlines, recurso bastante popular em emuladores, para dar aquela aparência de imagem de televisão antiga.

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Graficamente é um jogo bonito, e isso fica bem claro também nas cutscenes

A jogabilidade é simples, porém muito divertida. Você conta com a sua espada e também armas secundárias que precisa achar ao longo da jogatina. É possível alternar entre dois estilos, o moderno e o clássico. No primeiro, você usa o direcional e os quatro botões principais do controle para atacar, pular, usar as armas, etc. No clássico, só existem botões para atacar e pular, necessitando que você utilize uma combinação entre o direcional e os botões para efetuar outras ações. Quem prefere jogar no teclado pode ficar tranquilo, pois isso é possível e funciona muito bem. Há também um vendedor que você encontra pelas fases onde você pode comprar comida, armas e vidas, usando orbes que você adquire matando os inimigos. Existem quebra-cabeças que você precisa resolver para avançar em certos momentos. São bem variados e não te entediam enquanto você os faz.

Odallus, no geral, não é um jogo muito difícil. Eu, particularmente, o achei mais fácil que Oniken. Jogadores mais experientes devem conseguir terminá-lo em cerca de 3 horas na sua primeira tentativa e fazer 100% do jogo em aproximadamente 4 ou 5 horas. Continuando a falar da dificuldade, deixem-me falar do último chefe. Não vou dar spoilers, é claro, mas fazia muito tempo que eu não enfrentava um chefe tão casca grossa. A dificuldade dele está um ou dois patamares acima do que você encontra durante todo o game. É, de longe, a parte mais difícil do jogo. Para vocês terem uma ideia, ele me fez fuçar as fases anteriores em busca da armadura mais poderosa, pois utilizando apenas a espada mais forte eu não estava dando conta (que noob!). E tem duas conquistas que exigem que o jogador termine o game usando a espada e armadura com as quais o protagonista começa. Um belo desafio para o pessoal mais hardcore, que também contam com um ranking online para ver quem termina o game mais rápido e achando mais coisas.

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Jogabilidade é simples, porém muito divertida

Claro que o jogo não é perfeito e possui seus problemas. A câmera, às vezes, muda repentinamente de posição, tirando o foco do personagem. Achei alguns bugs também e, dentre eles, o único grave que vi foi um que travou o jogo assim que matei um chefe, necessitando que eu fechasse o game manualmente, o que me fez perder todo o progresso daquela fase. Contudo, isto ocorreu apenas uma única vez.

Há uma opção para que o jogo fique em português, mas apenas nos textos encontrados pelo game e conversas entre personagens. A interface e menus permanecem sempre em inglês. Não entendi a razão disso, para ser sincero.

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