Análises

Arcus Odyssey

Escolha entre quatro guerreiros para combater a terrível feiticeira Castomira

Arcus Odyssey” foi um jogo de ação que fez um sucesso razoável, tendo versões para Mega Drive, Super Nintendo, Mega CD (uma super coletânea com três jogos com muitas cenas de anime) e até para o Saturn ele deu as caras. Mas Arcus teve como sistema de estreia o computador japonês X68000, lançado em 1989. Essa versão é bem parecida com a do Mega Drive, possui gráficos e sons um pouco melhores e tem algumas cenas de anime extras, que aparecem quando se escolhe o personagem. Produzido pela competente equipe da Wolf Team/Renovation, eles criaram uma criativa história para o jogo (afinal, se intitulavam como “game creative staff”) como pano de fundo, onde você deve impedir que uma terrível feiticeira volte a vida.

O jogo conta com alguns elementos de RPG, como os itens que você encontra, os labirintos com os puzzles para você resolver se quiser continuar em frente, magias e as pessoas que você encontra pelo caminho, que irão te dar dicas importantes e dão um toque a mais na história do jogo, deixando-o mais interessante.

Escolha entre quatro guerreiros, numa espécie de Caverna do Dragão: Bead Shia, o mago; Diane Fireya, a elfa arqueira; Erin Gashuna, a guerreira e Jedda Chef, o cavaleiro. Cada um possui suas caracteristicas, o mago por exemplo tem ataques de magias fortes, mas perde vida mais facilmente. A arqueira, minha preferida, é a mais equilibrada, e possui magia de recuperação de energia, enquanto que os guerreiros possuem danos reduzidos.

A versão americana é bem mais fácil que a japonesa, pois aumentaram o número de energia dos personagens, e o ataque com o chicote de Erin foi melhorado.

escolha um dos valentes guerreiros

 

muitos labirintos para explorar

A história:

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Há muito tempo atrás, uma poderosa feiticeira chamada Castomira vivia numa terra chamada ArcusEla tinha planos maléficos para destruir todo aquele mundo. A feiticeira das sombras planejava usar sua magia negra para remodelar o mundo de acordo com as suas vontades, e para isso ela desejava erradicar toda a forma de vida existente.

Ela conquistou muitas terras e trouxe o caos e o pavor para a vida de pessoas inocentes em toda parte. A reputação de Castomira como a feiticeira das trevas crescia cada vez mais na terra de Arcus, apavorando todos aqueles que ouviam seu nome.

Muitos guerreiros corajosos morreram tentando deter seus planos maléficos, mas havia apenas uma única pessoa que era capaz de faze-lo, que tinha a coragem e força para confrontar a feiticeira.

Uma nobre princesa chamada “Leaty” apareceu como a única esperança de derrotar a perversa feiticeira Castomira. Leaty invocou os poderes mágicos da luz, e com esses poderes ela foi enfrentar Castomira.

duelo de magias entre Castomira e Leaty

Leaty e Castomira se confrontaram na mais poderosa batalha épica já registrada em toda a história de Arcus. O choque das ondas de poderes das duas poderosas feiticeiras durante a batalha chegava a destruir tudo o que havia em volta delas. Após alguns dias de árdua batalha, Leaty finalmente saiu vitoriosa do combate e Castomira foi aprisionada para o Mundo das Trevas.

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a batalha das duas durou 24 horas

Os gráficos:

Eu lembro a primeira vez que joguei “Arcus Odyssey” no Mega Drive, e a primeira impressão que tive foi um pouco estranha, pois era a primeira vez que eu jogava um jogo tridimensional com a vista em diagonal (ou isométrica), e não estava muito acostumado.

Mas eventualmente acaba-se familiarizando e depois é só alegria. Não possui gráficos maravilhosos, mas os visuais dão conta do recado com sprites e detalhes bem feitos e cenários/visuais decentes. Destaque para a animação de quando morre seu personagem, que ficou legal.

 

você encontrará pelo caminho os mais diversos tipos de inimigos

Poderia ser mais detalhado, como “Landstalker” e o maravilhoso “Light Crusader“, mas devemos nos lembrar que “Arcus Odyssey” foi lançado bem antes que esses dois, e quem sabe até não serviu como exemplo para esses jogos serem criados. Ele utiliza bem as cores do Mega Drive e os quatro personagens são bem feitos, com suas características próprias, assim como os vários inimigos e chefes de fase.

São monstros e criaturas que não acabam mais, e alguns bem criativos. Além dos gráficos do jogo, ainda podemos contar com uma bela apresentação no estilo anime com uma ótima qualidade, enquanto é mostrada a história do jogo. No final do jogo tem também algumas cenas de anime.

Trilha Sonora

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Já na abertura do jogo já podemos notar que a trilha sonora não é fraca. Quem já jogou “Sol-Feace“, “Earnest Evans“, “El Viento“, com certeza vai reconhecer o estilo do talentoso Motoi Sakuraba.

As músicas são bem variadas, temos algumas bem agitadas, outras mais sombrias e outras mais lentas. Esse deve ter sido o primeiro game em que Sakuraba começou a desenvolver seus dons para músicas de RPG, estilo que o faz famoso hoje em dia.

Além das boas músicas, também temos bons efeitos sonoros, um pouco diferentes daqueles que estamos acostumados a ouvir nos jogos da Wolf Team (claro que muitos estão presentes), como os grunhidos que os personagens soltam quando são atingidos.

Mas só por ter a assinatura de Motoi Sakuraba, com a sua “bateria” mágica, já vale a pena jogar esse game.

Escute aqui a excelente trilha sonora do game:

  

labirintos e puzzles o esperam neste game

Dificuldade e mecânicas

A vista isométrica do game talvez possa confundir os jogadores que não estão acostumados, o que pode dificultar um pouco na hora de movimentar o personagem na tela. Mas nada que não dê para se acostumar depois de algumas jogadas (e mortes) e você já vai estar andando na tela com os olhos fechados.

O jogo tem uma dificuldade média para difícil, as primeiras fases são tranquilas, mas depois os labirintos vão se complicando, os bichos ficam mais fortes e numerosos, e aí a coisa pode ficar preta pro seu lado. Caso esteja jogando no modo para dois jogadores, o jogo fica bem mais fácil (e divertido).

Depois que você se acostumar com o controle dos personagens, é preciso cuidado para não confundir os botões, principalmente o de ataque e defesa, que são o mesmo. Você ativa a defesa segurando o botão de ataque, o que pode acontecer de alguns jogadores esquecerem dessa opção, já que a tendência é ficar atirando toda hora. E por falar em tiros, você ainda pode aumentar seu poder de ataque com upgrades, o que serão mais que bem-vindos.

Os personagens são rápidos para andar, o que torna bem fácil para fugir de inimigos se necessário, ou ainda de entrar no meio de um monte deles. Alguns personagens podem rebater seu ataque pela parede e acertar inimigos num lugar inacessível (se você é bom de sinuca, vai se dar bem aqui), como as flechas da arqueira.

E ainda para te ajudar, você encontrará pelo caminho muitos baús com itens que irão salvar tua pele na hora do aperto, como itens com vida, magias de ataque e defesa. Em algumas fases você ainda pode contar com a ajuda de alguns personagens extras, que irão se unir a você para tentar deter o renascimento de Castomira.

Aliás, Castomira é o seu último desafio. Ao chegar no castelo dela, ela já vai estar de volta a esse mundo, pronta para destruir tudo. Ela vai te perguntar se você quer se juntar a ela na conquista do mundo, se responder que sim ela te sacaneia e te mata (nunca confie numa mulher!).

Você vai enfrentá-la em três formas, e mesmo que você a vença não conseguirá detê-la, pois ela é muito forte. É quando aparece a sacerdotisa Leaty, também renascida e uma vez mais, graças a sua ajuda, aprisiona Castomira de volta para o Mundo das Trevas – onde deve ficar pelos próximos mil anos, até renascer novamente.

 

não tenha piedade e mande essa bitch de volta a sua prisão

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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