Análises

BioShock Infinite

Desenvolvido pela Irrational Games, Bioshock Infinite é o segundo jogo feito pela empresa para consoles desta geração e PC desde a criação do primeiro jogo em 2007. Foram gastos mais de 5 anos para fazer esta “sequência” e, devido ao sucesso do antecessor, as expectativas estavam altíssimas para ele. Mas será que ele sobreviveu a isso? Será que o jogo é tudo aquilo que se esperava e mais?

O ano é 1912. Você é Booker DeWitt, um matador de aluguel que foi contratado para resgatar uma garota chamada Elizabeth e ter uma dívida quitada. Contudo, desta vez não iremos nos aventurar no mundo submarino de Rapture, mas sim em uma cidade no céu chamada Columbia. E que cidade, viu? Assim que você pisa nela fica embasbacado com tantos detalhes, tudo se mantendo fiel à época onde o jogo se passa. Ela vai conseguir te cativar ainda mais do que você espera. Acredite, você ficará horas apenas olhando os detalhes nos cenários, se maravilhando com cada nova descoberta à medida que for vasculhando cada rua, cada beco, cada casa, cada esquina.

Um dos pontos fortes de Bioshock Infinite é a história. Uma das mais incríveis que tive o prazer de acompanhar em um jogo. Grande parte dos jogos no mercado acaba se perdendo no meio do caminho quando tenta contar histórias muito complexas, mas isso não acontece aqui. O jogo cria uma história tão incrivelmente complexa, envolvendo temas como escravidão, racismo, xenofobia, mas ao mesmo tempo fácil de entender desde que se preste a devida atenção, que fica quase impossível de alguém não se maravilhar com ela. Você encontra também gravadores e cinetoscópios (aparelhos usados para ver curtas metragens) que preenchem todas as brechas e complementam a história. Eu, inclusive, recomendo que vá atrás destes itens ao jogar, pois alguns deles são muito importantes para entender certos pontos da narrativa, a qual na minha modesta opinião é uma das melhores narrativas já criadas em um jogo. E tudo melhora ainda mais depois que você cruza seu caminho com o de Elizabeth.

Ah, Elizabeth. Atrevo-me a dizer que até hoje não vi personagem feminino com tamanho carisma e realismo. O jogo melhora a tal ponto depois que você a encontra e ela passa a te seguir, que você fica se perguntando como viveu até ali sem ela. Você consegue sentir a emoção que ela te passa em determinadas situações, fica incomodado com ela quando ela se demonstra brava com você ou contente quando ela está jovial. É impossível não se apaixonar por ela. E o melhor de tudo? Ela te ajuda de verdade durante os momentos de aperto, detalhe que explicarei logo a seguir.

Na jogabilidade, você conta com um vasto arsenal que varia de pistola até lança foguetes e também com os “vigores”, que são nada mais, nada menos do que os já conhecidos “plasmids” que você usou nos dois Bioshock anteriores. Você pode combinar o uso deles com os de suas armas para criar efeitos devastadores nos inimigos, além também de combinar os próprios “vigores”, o que funciona muito bem. E acredite, você vai querer explorar cada combinação possível para determinadas situações, especialmente para quando estiver encarando uma quantidade maior de adversários ou inimigos mais fortes como o Handyman, que nada mais é do que o Big Daddy deste jogo, contudo muito mais esperto, voraz e agressivo.

Existem ganchos aos quais você pode se pendurar e, além de servir como meio de transporte pela cidade, servem também para que você execute golpes diferentes com eles. O mais interessante da jogabilidade, no entanto, não é nada disso que vos falei até agora, mas sim Elizabeth. Ela tem o poder de abrir portais e transportar diversas coisas para o campo de batalha, de armas até sentinelas robóticos para te ajudar a eliminar os inimigos. E o melhor? Você não precisa se preocupar em protege-la, pois ela se garante sozinha. Que menina espertinha, hein? E tem mais! Ela te ajuda durante as lutas também lhe dando munições que acha quando você está com poucas balas, bolsas de vida quando está com pouca vida e frascos de sais quando estiver acabando a energia para usar os “vigores”. E isso acontece de uma forma incrivelmente natural.


Existem também itens equipáveis que você acha e estes lhe fornecem atributos especiais, tais como fazer um inimigo pegar fogo ao receber um ataque corpo a corpo ou então aumentar o dano da arma quando você usa a mira. Você encontrará também frascos que aumentam sua barra de energia, barra de sais e escudo. Outro detalhe importante é que você pode melhorar os poderes dos seus “vigores” ao longo da jogatina e também fazer melhorias nas suas armas. Tudo isso é possível através de máquinas de venda espalhadas por Columbia, por um preço é claro. Ah, não tem dinheiro? Calma, a Elizabeth também acha isso para você e vai, de tempos em tempos, lhe dando dinheiro que acha pela cidade. Já mencionei que ela também aponta detalhes nos locais onde vocês estão que valem a pena ser checados? Olha, só jogando mesmo para saber de tudo que essa garota é capaz.

Graficamente o jogo é um espetáculo. Uma das melhores direções de arte dessa geração proporcionam visuais deslumbrantes e de tirar o fôlego. Os detalhes nos prédios, nos cartazes de época, na vestimenta dos personagens que você encontra ao longo do jogo, são incríveis. Como falei inicialmente, não se acanhe e dedique parte do seu tempo para explorar a cidade, deixe-a abraçar você e guia-lo enquanto lhe mostra as maravilhas visuais que ela possuí.

A trilha sonora é, sem surpresa, uma das mais marcantes que já ouvi. Quando você está em combate, toca uma música mais tensa e rápida e quando está explorando a cidade pode contemplar uma música mais calma e serena, igual aquelas músicas que se ouviam no rádio nos anos 10 ou 20. Tudo isso graças ao trabalho exemplar de Garry Schyman, que compôs não apenas a maior parte de trilha de Bioshock Infinite, mas também dos dois jogos anteriores.

A inteligência artificial no jogo é bastante acurada. Os inimigos trabalham em equipe e não se expõem contra você diretamente a não ser que estejam com ampla vantagem numérica ou então não tenham armas de fogo. Acreditem, eu joguei no modo Difícil pois os últimos FPS que andei jogando não estavam proporcionando um desafio adequado e, acreditem, isso não acontece aqui. Se você não se cuidar, aprender a combinar o poder das armas e “vigores”, vai apanhar muito depois de uma determinada hora dentro do jogo.


O desempenho do jogo é bem satisfatória no PC. Usando uma versão modificada da Unreal Engine 3, você consegue ter uma qualidade aceitável até em máquinas mais modestas. Meu PC não é lá grande coisa para os dias atuais (GeForce 560GTX Ti, 8GB, Phenom II X6 3.2Ghz) e rodei com tudo em Ultra, exceto Sombras Dinâmicas, que deixei em Alta e obtive 45-60 fps durante o jogo inteiro em 1920×1080 de resolução. Recomendo que desliguem a Sincronia de Vídeo, pois ela trava o fps em 30, o que não é muito legal. O jogo suporta o controle de Xbox 360, assim como mouse e teclado. Se for usar o mouse, uma dica: desligue a Aceleração do Mouse, pois ela atrapalha bastante neste caso em particular.

 

 

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