Análises

BlazBlue: Continuum Shift

– um excelente e frenético game de luta 2D –

A série de luta em 2D “BlazBlue” ganha mais um episódio com “Continuum Shift”, versão melhorada e ampliada de “BlazBlue: Calamity Trigger”, lançado em 2008 originalmente para fliperama.

Produzido pelos mesmos criadores da frenética série “Guilty Gear”, “BlazBlue” é uma espécie de sucessora espiritual, com alguns aspectos em comum como a trilha sonora nervosa, traços de desenho animado japonês e cenários coloridos e cheios de detalhes.

As novidades de “Continuum Shift” são três novos personagens, alguns cenários adicionais e um sistema de combate mais equilibrado, deixando as lutas ainda mais técnicas e refinadas. O sistema de Guard Libra foi substituído pelo Guard Primer, mais veloz, e a defesa Barrier Burst também passou por mudanças, sendo agora Break Burst, ficando mais útil e estratégica. Por fim, a barra Heat permanece, possibilitando técnicas mais avançadas como ataques especiais e cancelamentos de golpes.

O jogo possui uma história nova, intensa e bem elaborada, algo não muito comum em jogos de luta, oferecendo para cada um dos personagens narrativas distintas, vários diálogos, caminhos alternativos, reviravoltas interessantes e muitos finais.

Vale reforçar, a trama é continuação direta de “Calamity Trigger” e quem não está familiarizado com o universo do jogo, pode ficar confuso em meio a tantas informações.

Lutas rápidas e estratégicas

São no total 15 lutadores, um número que pode parecer bem baixo para os padrões de hoje, mas que compensa pela complexidade única de cada personagem. O sistema de jogo é acessível, e qualquer novato consegue realizar golpes, bacanas, mas nem por o título deixar de oferecer complexidade e profundidade, permitindo diversas estratégias com ataques especiais, defesas, cancelamentos e contra-ataques. Cada personagem oferece um estilo único de luta, com golpes e mecânicas exclusivos que exigem tempo e dedicação para dominar.

Com apenas quatro comandos de ataque que variam entre fraco, médio, forte e o especial Drive – um golpe poderoso diferente para cada lutador – as lutam continuam frenéticas. O sistema de danos também passou por um ajustes, assim como o tempo de execução dos combos e golpes de ligação. No geral, os personagens estão mais equilibrados do que no jogo anterior, mas ainda é possível encontrar guerreiros mais fracos que outros.

Entre os personagens novos temos Hazama e Tsubaki (que já apareceram na história do jogo anterior, mas não eram jogáveis) e agora também μ-12, uma nova forma da personagem Noel. Além deles há também os personagens anunciados como conteúdo extra via download pago, como a garota esquilo Makoto Nanaya e o mordomo vampiro Valkenhayn Hellsing.

“Continuum Shift” apresenta gráficos e visuais impecáveis em alta definição, misturando cenários em 3D, com enormes sprites 2D dos personagens, todos muito bem desenhados, coloridos e detalhados. A trilha sonora é poderosa, inspirada no estilo heavy metal e combina perfeitamente com a pancadaria rolando solta na tela, com direito a excelentes dublagens em inglês e japonês.

O jogo também apresenta dois novos modos: o Tutorial e o Challenge. O primeiro é essencial tanto para jogadores novatos como veteranos, ensinando desde comandos básicos aos mais complexos, além de fornecer informações sobre cada personagem. O segundo é um modo de desafios, no mesmo estilo de “Street Fighter IV”, indo desde golpes simples à execução de combos devastadores, e conta com um modo de demonstração, para o jogador verificar como realizar os golpes.

Há também o tradicional modo Arcade, em que você luta contra uma série de oponentes, o Story, agora mais elaborado em que você joga com todos os lutadores e o modo Legion, também presente na versão para PSP, em que é preciso navegar por territórios ocupados por inimigos e montar um exército, o que prolonga a vida útil do jogo.

O modo online continua eficiente como o anterior,sem problemas de conexão ou lentidão durante as lutas. Agora é possível treinar ou jogar no modo Arcade até que apareça alguém com um desafio.

Como ponto negativo são de se destacar as poucas novidades em relação ao primeiro jogo. Veteranos de “Calamity Trigger” não devem se interessar muito por esta atualização.

* Texto originalmente publicado no UOL Jogos

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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