Análises

Dragon Age: Origins

Uma história épica e personagens cativantes

Dos mesmos criadores dos excelentes “Mass Effect“, “Star Wars: Knight of the Old Republic” e “Baldur´s Gate“, chega uma história de fantasia épica cheia de violência, sangue, desejo, sexo (huuuuuummmmm) e traição. Gostou? Pois é isso e muito mais que você vai encontrar no RPG “Dragon Age: Origins“, novo lançamento do estúdio canadense BioWare.

Lançado para PC, PlayStation 3 e X360, o game utiliza uma nova engine gráfica chamada Eclipse, que promete efeitos gráficos, cenários e texturas muito bem trabalhados. Segundo um dos diretores da BioWare, DAO é um “sucessor espiritual” da série “Baldur´s Gate” e ainda citam o escritor de ficção e fantasia George R. R. Martin, conhecido pela sua obra “As Crônicas do Gelo e Fogo“, como inspiração para o game. Dos três, a versão do PC é a melhor de todas, as versões caseiras perderam um pouco de qualidade.

É um game ambicioso, de todos os jogos da BioWare é o que apresenta um universo mais detalhado e de maior profundidade até o momento, entre 50 a 100 horas de jogo, dependendo do quanto você vai explorar, e o dobro do tamanho e da dimensão de “Mass Effect“. É um jogo fantástico, obrigatório para qualquer fã de RPG. Vamos então conferir se “Dragon Age Origins” está com essa bola toda mesmo.

História épica e envolvente

A sobrevivência da humanidade está nas mãos dos escolhidos pelo destino. Você é um Grey Warden, um dos últimos guardiões de uma ancestral ordem que defende as terras por séculos. Depois da traição de um general em quem confiava, você deve caçar o traidor e levá-lo à justiça.

Nas batalhas até o confronto final contra o inimigo maligno, o dragão Archdemon, você terá que enfrentar adversários monstruosos e embarcar em jornadas épicas para unir os diferentes povos de um mundo em guerra. Um romance com uma sedutora mulher pode guardar a chave para a vitória ou ser uma distração perigosa de seu objetivo. Para ser um líder, você terá que tomar decisões cruéis e impiedosas e estar disposto a sacrificar seus amigos e entes queridos para o bem maior da raça humana.

Essa é a história principal, nada de muito inovador para quem já está acostumado com RPGs, você irá viajar por dezenas de ambientes distintos com temática da fantasia medieval, em um mundo despedaçado e às beiras da aniquilação total. Cavaleiros brutos, lindas feiticeiras, elfos, anões e criaturas grotescas e assustadoras permeiam esse universo fantástico chamado Ferelden que você vai ter que explorar.

Até aí tudo bem, a grande novidade é a possibilidade de você poder criar o seu personagem, entre três classes distintas: warrior, rogue e mage, com quatro especializações a escolher, o que pode gerar personagens bem variadas. Você também escolhe o sexo e raça, entre humano, elfo e anão. O jogo permite várias escolhas de customização de aparência (cor dos olhos, cabelo, tatuagens, etc) magias, skills, pontos de atributos (força, agilidade, magia, etc) e armas. A variedade de opções e combinações possíveis é imensa. O desenvolvimento do seu personagem é sempre através de escolhas pessoais, mas se preferir pode definir a evolução do seu personagem e de seus companheiros no automático.

E falando nos companheiros, você controla além do seu personagem, mais três ajudantes que são escolhidos entre os vários NPCs existentes no game. O seu grupo vai mudar constantemente, dependendo da sua escolha, podendo dispensá-los quando quiser, ou eles mesmos se mandam quando discordam das suas escolhas. Da sua interação com eles podem sair brigas, side-quests pessoais ou até um romance, tudo depende da combinação de escolhas das conversas.

A história de todos os personagens são muito envolventes e geram tramas bem distintas e cheias de reviravoltas, com eventos que dependem da sua decisão. Você terá que decidir em assuntos complexos como assassinato, genocídio, traição, romances, sacrifício de crianças, isso tudo sem um medidor de Bom/Mau para te guiar, moldando a personalidade e a moralidade de seu personagem.

O seu passado te condena

Algo muito bacana é que você pode escolher o passado do seu personagem entre seis histórias de origem distintas, antes de se juntar à elite dos Grey Wardens e começar a combater terríveis criaturas. Cada uma dessas histórias revelam um pouco do universo de DAO, com contextos e pontos de vista diferentes. Vale a pena passar por todas as histórias para se conhecer melhor esse novo mundo.

Assim que você passa pela sua origem o seu personagem é inserido na ordem dos Grey Warden, onde vai conhecer dois importantes NPCs: a misteriosa feiticeira Morrigan e o jovem guerreiro Alistair.

Os Grey Wardens sofrem uma traição e são quase dizimados e agora sobrou para você encontrar o traidor e combater as criaturas na problemática terra de Ferelden. É aqui que realmente começa a sua aventura, com quatro quests principais e uma série de quests secundárias.

A mecânica do jogo é bem flexível e bastante simples, podendo mudar a distância e o ângulo da câmera e lembrar jogos como “Baldur´s Gate”, “World of Warcraft” ou ainda “Final Fantasy XII”, com combates em tempo-real. Se você gosta de jogar sem se preocupar, pode ir no modo normal, já no nível hard você precisar gerenciar os outros personagens do seu grupo, o que requer mais tática e planejamentos para as suas estratégias. Enfim, um game que vai agradar a gregos e troianos quanto à sua complexidade.

Os gráficos e visuais não utilizam todo o seu potencial, mas está longe de decepcionar. São bonitos e bem detalhados, com arquiteturas e cenários inspirados. O design das personagens são agrádaveis de se olhar e convencem na tela. A trilha sonora é bacana, mas o grande destaque mesmo são as dublagens e os ótimos diálogos, que dão vida aos personagens, transmitindo reações como raiva, amor, companheirismo, piadas e por aí vai, realmente o time de dubladores está de parabéns.

Passei um fim de semana jogando e sinto que as minhas mais de 10 horas de jogatina nem arranharam a superfície de possibilidades que DAO oferece, mas eu sei que me diverti muito jogando esse tempo e não vejo a hora de continuar na frente da telinha.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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