Análises

DuckTales Remastered

Ah, fim dos anos 70 até início dos anos 90. Que boa época para se nascer. O ar era mais puro, a criançada brincava mais na rua, os videogames ainda eram feitos para durar para sempre e a programação infantil na TV aberta era de altíssima qualidade. Quem não se lembra de assistir Thundercats e falar “Hooooo!”, de ver o He-Man e gritar “Eu tenho a força!” ou a She-Ha dizer “Eu sou She-Ha!”. Tinha tanta coisa boa para assistir na TV nessa época que você poderia facilmente perder seu dia inteiro nisso! Outro desenho muito bacana que passava, é claro, chamava-se DuckTales!

Aí vem um furacão, vem emoção. Tem corrida e avião, tem sensação! Velhos castelos, belos duelos, DuckTales! Uh-uh! São os caçadores de aventuras! Uh-uh!”.

Eu parava tudo que estava fazendo e ficava no SBT, grudado no sofá da sala por meia hora sem piscar o olho. Esse desenho era demais! E na mesma época havia saído um jogo dele para o eterno Nintendinho, que era tão bom quanto a série animada e acabou virando um dos grandes jogos do console.

Eu fiquei extasiado quando a Capcom revelou que a WayForward estava trabalhando em um remake do jogo clássico para a atual geração de consoles. Eu fiquei tão feliz que mal podia me conter. Iria poder relembrar os velhos tempos que eu passava horas zerando esse jogo incontáveis vezes. Mas aí, é claro, veio a minha preocupação. E se o jogo ficar ruim? Muito diferente do original? E se a jogabilidade for modificada demais? São detalhes que, se feitos de modo errôneo, estragam por completo a experiência.

Eis que o jogo finalmente lança! Você o roda e já aparece de cara o logo da Capcom com o jingle que ela usava na época 16 bits. Bom sinal. Aí vem o menu, mostrando Patópolis, acompanhado é claro da trilha sonora clássica da abertura da série. Que incrível! Mas será que o resto do jogo está bom??


Graficamente o jogo se mostra um espetáculo. Cenários 2.5D acompanhados dos personagens da série em 2D, estes feitos a mão e com uma qualidade tão boa que parece até que você está assistindo ao desenho. A cada momento que você passa jogando, fica mais espantado com o cuidado e carinho que tomaram ao transportar as fases clássicas como Transilvânia e a Lua para os padrões atuais. Cada fase é mais estonteante que a anterior.

O design das fases é quase que o mesmo que o do jogo clássico, com exceção de algumas pequenas diferenças que, sinceramente, não estragam em nada, repito, nada, a experiência com esta nova versão. Inclusive, devido aos gráficos novos, ficou ainda mais fácil de achar os locais secretos e coletar os diamantes para deixar o Tio Patinhas, no caso, você, ainda mais rico. Também existem cutscenes ao longo delas para contar a história. Elas são legais de início, mas quando você for jogar as fases uma segunda vez, elas tendem a ficar repetitivas e você vai, invariavelmente, pular elas. Por último, existem fases novas nesta versão que não constam no jogo original. Uma delas é exatamente a primeira fase, que te ensina a jogar. Mas sabe o que é mais legal? Você pode nadar na caixa forte do Tio Patinhas! O quão incrível é isso?

A dificuldade do jogo é adequada. Na época do jogo original existiam muitos jogos difíceis, alguns até impossíveis de se terminar. DuckTales não era o caso. A dificuldade dele não era das mais altas mesmo para os padrões da época. No jogo atual você pode escolher entre três níveis de dificuldade (fácil, médio e difícil) e ao zerar no difícil se abre uma nova dificuldade chamada de extrema. Ao contrário do jogo antigo, no novo as pessoas que sentirem que estão tendo dificuldades com a jogabilidade tem a opção de alterar o comando do Pogo Jump (o ataque do Tio Patinhas) para apenas um aperto de botão, ao contrário de apertar baixo+botão. Também existem checkpoints invisíveis ao longo das fases e um mapa das fases no menu de pausa.

E por falar nisso, a jogabilidade está exatamente igual à original, só que mais precisa devido ao bom trabalho dos designers. Se você morrer nesse jogo, a culpa será sua que falhou no timing de algum Pogo Jump ou simplesmente ficou distraído com alguma coisa e não do jogo. A Wayforward, sabiamente, deixou este aspecto do jogo praticamente intocado, pois ele já era muito bom em 1989 e ainda é bom hoje.

A trilha sonora, um dos grandes chamarizes deste jogo, está sensacional. As adaptações atuais delas são tão boas que você fica até com dificuldade de dizer se gostou mais delas ou das clássicas. Quem não fica nostálgico ao jogar a fase da Lua, hein?! Pois é, está tudo lá! Ah, zerou o jogo mais prefere a trilha 8 bits? Sem problema! Ao termina-lo uma vez, você pode ir nas opções do menu e habilitá-las!

E a dublagem? Infelizmente as vozes brasileiras para os personagens estão ausentes. Contudo, as vozes originais do desenho em inglês estão todas lá, o que é incrível levando em conta que já se passaram mais de 25 anos desde sua estreia na TV. Um prêmio de consolação pode se dizer que é o fato do jogo estar com textos totalmente traduzidos para o português brasileiro e os nomes dos personagens são exatamente aqueles aos quais você estava acostumado a ouvir. Capitão Boeing, Patralhão, Bubba, Huguinho, Zezinho, Luizinho, etc. Estão todos presentes. 

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