Análises

Final Fantasy VI

– uma história épica da era de ouro dos 16 Bits –

“Seres de pura mágica já governaram o mundo com poder e liderança. Mas o poder raramente leva à satisfação… Uma disputa entre esses seres se transformou em uma guerra. Bestas destruidoras, conhecidas como Espers, foram criadas e lançadas para fazerem as vontades de seus mestres. Esta “Guerra de Magi” reduziu o mundo à ruínas. Quando a guerra terminou, os Espers desapareceram, assim como a maior parte das pessoas do mundo. Muitos séculos se passaram desde o fim da guerra. A civilização foi reconstrída através de ferro, máquinas e tecnologia. Por anos os Espers existiam apenas nas lendas antigas. Agora, um Esper foi encontrado e as forças das magias estão retornando. O risco de outra, e mais devastadora guerra, se aproxima…”

Que a franquia Final Fantasy é uma das mais famosas e lucrativas da indústria de games todo mundo já sabe. A série começou lá em 1987 para o nintendinho 8 bits. A então Square (hoje Square-Enix) que passava por dificuldades financeiras lançou o que seria o seu último game. E não é que a “Fantasia Final” foi um grande sucesso, salvando o emprego de grandes nomes como Hironobu Sakaguchi (produtor), Nobuo Uematsu (compositor),Yoshitaka Amano (desenhos).

A série virou sinônimo de RPG e de super produções de sucesso a cada novo game. O grande jogo da franquia que abalou o mercado foi Final Fantasy X. Antes dele quem revolucionou o mercado foi Final Fantasy VII, de 1997 para o PlayStation. De todos os games da franquia, FF VII é o que mais vendeu e mais fez sucesso, ganhando uma continuação animada chamada Advent Children, outro grande sucesso.

Mas foi em 1994 que foi lançado um dos maiores RPGs de todos os tempos. Final Fantasy VI chegava ao Super Nintendo, aclamado pela crítica e pelos fãs. Pode não ter vendido tanto quanto FF VII e X, mas é considerado por muitos como o melhor da franquia e dos RPGs em geral. Ele apresentava uma história épica, 14 personagens jogáveis com histórias memoráveis – a maior lista de personagens até hoje em um Final Fantasy – e uma trilha sonora sensacional. Isso tudo serviu apenas de introdução para a retro-análise pra lá de especial de hoje: Final Fantasy VI.

Se você viveu naquela época gloriosa, deve se lembrar do grande sucesso que Final Fantasy VI foi e ainda é nos dias de hoje. O game foi um projeto ambicioso de todos os envolvidos, que não queriam fazer apenas um ótimo game, mas sim o RPG dos RPGs, aquele que seria um marco na história e que ajudaria a divulgar o estilo no ocidente. Uma época que não volta mais, uma época em que os RPGs eram parte da vida do jogador, que o faziam rir, chorar e sentir as mesmas emoções dos personagens na telinha, coisa que hoje em dia raramente acontece.

Final Fantasy VI teve algumas alterações quando lançado em solo norte-americano. A mais óbvia é a mudança do título para Final Fantasy III, isso devido porque somente dois jogos da série haviam sido lançados nos EUA naquela época. Outras mudanças ocorreram na tradução do jogo, com nomes (Terra se chama Tina no Japão) e frases sendo adaptados para o padrão ocidental, ou para censurar mesmo, em alguns casos como nudez, termos religiosos e mais violentos. Por exemplo, há um momento no jogo que Kefka ordena dois de seus soldados para matar os hérois, falando “Go! KILL THEM!” na versão japonesa. Essa parte foi traduzida como “Go! Get them!”, entre outras frases.

Siren na versão japonesa e americana

Mas deixando esses detalhes de lado, vamos começar a análise pelo time de produção do game e seus principais nomes, hoje nomes consagrados na indústria.

Super produção

Para um game tão grandioso como FF VI é claro que a sua equipe de produção conta com nomes peso-pesados do mercado.

Hironobu Sakaguchi: Produtor, é considerado o “pai” da série Final Fantasy – FFVI foi o primeiro game da série que ele não atua como diretor.

Yoshinori Kitase: Diretor Geral de Final Fantasy VI, também dirigiu FFVII e VIII.

Yoshitaka Amano: Designer dos personagens de Final Fantasy VI de longa data. Veterano desenhista que já fez animações como o anime Vampire Hunter D, várias ilustrações e HQs.

Tetsuya Nomura: Diretor Gráfico. Nomura seria reconhecido mais tarde como character designer de FF VII (sim, foi ele que criou o visual imponente de Sephiroth), FFX e um competente diretor de Kingdom Hearts e Final Fantasy Advent Children.

Nobuo Uematsu: e claro, não podia faltar o grande mestre game composer, responsável pelas melodias inesquecíveis da série.


Agora que você já conheceu a equipe “humana” de Final Fantasy VI, vamos conhecer os vários personagens virtuais do game. Todos os personagens possuem um carisma pessoal e são bem desenvolvidos, com histórias extremamente profundas e envolventes.  É revelado aos poucos suas inseguranças, seus medos, traumas e sonhos que fazem deles tão credíveis e humanos quanto eu e você. São eles:

Terra Branford:“Uma misteriosa jovem, controlada pelo Império, e nascida com o dom da magia.”. Uma jovem de 18 anos meio humana e meio Esper (calma que eu já explico mais adiante) e minha personagem favorita do game. Terra representa o renascimento da magia, a arte proibida tão cobiçada pelo Império. Capturada desde criança, ela foi usada por Kefka para todo tipo de combate em que seus poderes eram úteis. Ela consegue escapar do Império, mas sente um grande remorso e culpa pelas vidas que destruiu quando ainda era controlada. Os segredos do seu passado e dos seus poderes são um mistério até para ela mesma. No começo ela é bem fraquinha, mas a medida que o jogo avança ela vai ficando mais forte.

Locke Cole:“Caçador de tesouros e andarilho experiente, viaja pelo mundo procurando por relíquias do passado”. Com 25 anos de idade, Locke é o ladrão do grupo, apesar dele detestar que o chamem assim (ele prefere o termo “caçador de tesouros”). Um cara simpático e bem humorado, ele está sempre tentando proteger as mulheres do grupo, principalmente Celes e Terra. Em seu passado de aventuras aconteceu uma grande tragédia à uma pessoa que ele mais ama. Locke nunca se perdoou e até hoje procura um meio para remediar o fato.

Edgar Roni Figaro:“O jovem rei do Castelo de Figaro, aliado do Império, e mestre designer de maquinas.”. Edgard tem 27 anos, é um homem astuto e habilidoso. Ele forjou uma aliança com o Império para preservar a paz do seu reino, mas secretamente ajuda o grupo rebelde Returners. É também um grande inventor, sempre projetando diversas armas e máquinas. Apesar de possuir uma classe e educação real, ele é bastante mulherengo e adora flertar com qualquer mulher. Edgard usou de meios desonestos para chegar ao poder, mas o fez pensando unicamente na felicidade de seu irmão e do seu reino.

Sabin Roni Figaro:“Irmão gêmeo de Edgar, que abdicou do trono em nome da própria liberdade.”. Apesar de ser irmão gêmeo de Edgard, Sabin possui uma personalidade bem diferente, ele é impulsivo e cheio de vida. Não almejava o mundo da realeza, seu sonho era o de viajar pelo mundo e alcançar os limites do corpo, praticando artes marciais. E assim o fez, partindo quando seu pai morreu. Assim como seu irmão, ele não mede esforços para ajudar os outros.

Celes Chere:“Produto de engenharia genética, poderosa amazona Magitech, com um espírito tão puro quanto à neve.”. A jovem de 18 anos já foi uma general do Império, que foi presa por questionar as políticas imperiais. Quando criança recebeu transfusão de magia Esper por meio Magitek. Apesar de ser uma militar durona com habilidades mortais, é uma pessoa de bom coração, bela, digna e inteligente, que no fundo sonha em ter uma vida normal como qualquer outra mulher.

Shadow:“Ele não mantém vínculo com ninguém, e fará tudo por dinheiro. Ele vem e vai como o vento…”. Um ninja assassino frio e misterioso, faz qualquer coisa por dinheiro. Sempre acompanhado do seu cão Interceptor, que também não é nada sociável. Aparenta ser um cara que não se importa com nada e nem com ninguém e nunca revela nada do seu passado.

Cyan Garamonde: “Fiel protetor do reino de sua família. Com a força e coragem de cem homens.”. Cyan é um nobre guerreiro de 50 anos que viu sua mulher, filhos, rei e reino perecerem pelas crueldades do Império. Por causa da sua idade avançada, ele age e pensa como os guerreiros de antigamente, o que pode resultar em situações cômicas com os outros personagens.

Gau:“Perto dos monstros, olhos brilham com inteligência. Um jovem sobrevivendo apesar de tudo…”. Uma criança abandonada pelo pai, numa terra cheia de monstros e bestas selvagens. Com apenas 13 anos é um garoto cheio de vida, alegre e com coração puro.

Setzer Gabbiani: “Jogador de black jack, viajante, duelista de cassinos, uma pessoa livre…”. Um jogador mulherengo de 27 anos, Setzer viaja o mundo em sua aeronave, a Blackjack, que possui o seu próprio cassino. Bom vivant e malandrão, ele não mede esforços para conseguir o que deseja. Apesar de mulherengo, ele ainda sonha com um amor perdido.

Mog:“Ama humanos, tagarela, espertalhão, dançarino NATO e….Moogle…”. Graças ao contato que teve com as Magitek, Mog é o único Moogle capaz de falar, além de possuir habilidades únicas. Uma criatura cômica com diversas danças mágicas aprendidas em diferente terrenos.

Strago Magus:“Um sábio cavalheiro, puro de coração, que aprende com os monstros…”. Um mago idoso de 70 anos, descendente dos guerreiros da Guerra dos Magi. Ele é um senhor gentil e cria sozinho sua neta Relm. Ele e todos da sua cidade escondem um grande segredo.

Relm Arrowny:“Nas suas pinturas ela captura tudo: florestas, água, luz… a essência da vida…”. A neta de Strago, Relm é uma garota de 10 anos com grande habilidade na pintura, dando vida aos quadros que pinta, literalmente. Graciosa e hiperativa, ela é a única que consegue se aproximar do cão Interceptor.Sua ligação com Shadow vai além disso…

Gogo:“Ele se veste de forma esquisita… É um homem…?… É uma mulher…?… Ou devemos perguntar…?”. Um misterioso e bizarro mímico que vive em um caverna maluca. A entrada da sua casa é um monstro gigante que engole todas as pessoas e dentro dela tudo é ainda mais caótico.

Umaro:“Admirador de esculturas feitas de cadáveres, forte como um gigante, um pé grande amigável e musculoso!”. Um yeti (ou sasquatch) que vive nas minas de Narshe e não pode ser controlado (ele ataca sozinho). O Chewbacca cover possui força bruta e pouca inteligência, por algum motivo ele vê no minúsculo Mog um ser superior ao qual obedece sem hesitar.

Outros Personagens

Kefka Palazzo: O principal antagonista do jogo e considerado um dos maiores vilões da série Final Fantasy. Não se engane com o seu visual de palhaço, ele é desumano, cruel e louco. Muitos o temem, todos o odeiam. Ainda assim ele consegue ser cômico e atrapalhado. Realmente um personagem impagável que sempre consegue surpreender o jogador com suas atitudes e sua risada psicótica. Possui frases e diálogos memoráveis, que denotam seu sarcasmo, ironia e insanidade. Se fosse para comparar Kefka com alguém, o mais próximo seria o vilão Coringa de Batman.

Banon: líder dos Returners, o grupo rebelde dedicado a derrotar o Império. Se junta ao grupo por um breve período de tempo, sua especialidade é a cura de ferimentos.

Leo Cristophe: um dos três principais generais do Império. Ao contrário de Kefka e Celes, Leo recusa fazer o procedimento de fusão de mágica, por isso ele é incapaz de usá-la. Possui um grande senso de honra e justiça, apesar de sua lealdade a um regime que não possui nada disso… mas por quanto tempo?

Cid Del Norte Marguez: é o principal cientista do Império, e uma das várias encarnações de Cid na série Final Fantasy. Suas pesquisas levam à fabricação dos Magitek Armor. Ele é muito próximo de Celes.

Emperor Gestahl: ele é o líder do Império. Obcecado em reviver a magia ele encontra em Terra o meio de concluir seus planos Anos mais tarde ele usa soldados Magitek para destruir qualquer um que esteja em seu caminho e conquistar o mundo.

Biggs e Wedge: personagens da saga Star Wars, sempre aparecem nos games da série Final Fantasy. Aqui eles fazem o papel de dois soldados do Império equipados com armadura Magitek e pode ser brevemente jogáveis.

Uma história épica e envolvente

Agora que você já conheceu os principais personagens e uma pequena parte de suas histórias (muita coisa acontece com eles e não seria sábio da minha escolha entregar tudo de mão beijada para vocês), vamos conhecer, ou relembrar no caso de algumas pessoas, o seu enredo. É fato que uma das partes mais vitais de um RPG, senão a mais, é o seu enredo, de como ele aborda cada personagem e principalmente, de como ele nos afeta como jogadores. E eu posso afirmar aqui que Final Fantasy VI possui o enredo mais bem trabalhado da série (ou então empata com o VII, que são os meus dois preferidos da franquia). Ele é emocionante, cheio de reviravoltas, drama, romance, cómedia, momentos melancólicos e tristes. Mas não apenas isso, ele te faz se sentir como os personagens, faz você se importar com eles, faz sentir raiva, ternura, ódio, vai fazer você rir em vários momentos, e chorar também. É uma história épica digna de um verdadeiro RPG. Mas vamos ao enredo então.

Final Fantasy VI se passa 1000 anos após a Guerra de Magi, na qual vários deuses concederam poderes mágicos a alguns humanos, que se transfomaram em criaturas conhecidas como Espers. Notando o estrago que faziam, os três últimos deuses libertaram os Espers e se transformaram em estátuas. Ao fim da guerra, os Espers percebendo uma grande diferença entre os humanos que restaram, se isolam em um mundo próprio longe dos humanos, fazendo com que a Mágica do mundo desaparecesse. Com a magia extinta, a humanidade se vê com a necessidade de voltar seus conhecimentos para a tecnologia novamente.

O planeta se reconstruiu, a civilização se reergueu, o homem redescobriu a pólvora e as máquinas a vapor. O Império, uma super potência maligna e emergente liderado pelo Imperador Gestahl e seus generais – Kefka Pallazzo, Celes Chere e Leo Cristophe – está tentando ressuscitar a magia, extraindo o poder dos Espers. Numa tentativa de invadir o mundo selado dos Espers, Gestahl encontra Terra, uma garota filha de uma humana e de um Esper chamado Maduin, com a capacidade de usar a magia. Ele a escraviza para usar suas habilidades e lutar em sua legião, mas a garota consegue escapar e conhece novos amigos.

Contar mais que isso iria apenas estragar a surpresa de quem ainda não jogou (sério, tem algum fã de RPG que não jogou esse jogo?) e cansar os meus dedos. Mas o que torna a série Final Fantasy um espetáculo em relação à outros RPGs, é a interação de todos esses personagens entre eles e entre você, jogador. É a química emocional para cada um de seus personagens, dentro de uma trama maior, o bem versus o mal, resumidamente. E nisso a série Final Fantasy nunca deixou a desejar, como vimos com Cloud, Aeris e Sephiroth, com Squall e Rinoa, Zidane e Garnet, Tidus e Yuna, só para citar alguns exemplos. Com certeza quem jogou Final Fantasy VI, nunca vai esquecer de sua memorável história.

Sistema de jogo e jobs

Final Fantasy VI é dividido em quatro principais cenários: mapa, cidades, dungeons e batalhas. No mapa você guia os personagens até os locais dos eventos. Você pode se locomover a pé, com um chocobo ou em uma aeronave. Nas cidades temos as típicas lojas de armas, armaduras, itens e pousada, além de pessoas que passam informações importantes (ou não) e side-quests. As dungeons são os labirintos em cavernas, florestas, esgotos e outras localidades, geralmente infestadas de monstros, quebra-cabeças e baús com itens. E o sistema de batalha que vou explicar mais adiante.

Dos 14 personagens, você pode usar em seu grupo apenas quatro. Com o decorrer do jogo você certamente terá os seus favoritos, mas é interessante experimentar todos os personagens, alguns ficam mais fortes só depois de subirem de nível. Cada um deles possui uma profissão fixa e uma habilidade diferente. Por exemplo, a Terra é uma Magitek com a habilidade Trance, que a deixa mais forte; Sabin é um Monk que possui a habilidade Blitz, que permite entrar com um comando para que um golpe seja executado; Locke que é um Thief e possui o comando Steal que permite roubar itens dos inimigos, e assim por diante com todos os outros personagens.

O sistema de batalha é bem simples e criativo (para a época, é claro), bem  diferente do sistema frenético e louco de Final Fantasy XII, por exemplo. Nas batalhas temos um menu com as opções Fight, Item, Magic e Skill. Nós temos uma barra de tempo (Active Time) para cada um dos personagens, que determina a hora em que esse personagem pode fazer uma ação. Esse sistema foi criado para o Final Fantasy IV e usado até Final Fantasy IX, sendo renovado apenas quando Yuna e sua turma surgiu. Nas batalhas você ganha experiência para subir de nível, dinheiro, item e APs para invocações, que explicarei mais adiante. A grande novidade foi a introdução nesse Final Fantasy do conceito do Limit Breaker, chamado aqui de Desesperate Atack, um ataque especial poderoso ao invés do ataque normal, desferido quando o personagem está com o HP baixo. Ele pode ser importante para virar o resultado em uma batalha, principalmente quando você está com aquele último personagem de pé, com um tiquinho de vida, então vem aquele golpe milagroso que acaba com inimigo. Depois é só correr por abraço e recuperar a energia do grupo.

Magias

As magias clássicas estão todas lá, é claro. Elas podem ser usadas através dos Magiteks (máquinas que utilizam magia) ou pelos Magicites, que são cristais que guardam os restos mortais dos Espers. Além disso há os itens Relics, que não são magias, mas que concedem vantagens especiais para os personagens, como invulnerabilidade a certos status negativos, status positos automáticos como Haste, Safe e Shell, habilidades novas, etc. Esses itens são essenciais, quando bem equipados transformam um personagem fraco e uma ajuda muito útil.

Mas o que você vai ouvir muito durante todo o jogo é o termo Magicite/Espers. O único meio dos humanos aprenderem magia é se entrarem em contato com as Magicites, cristais que guardam os poderes e lembranças dos Espers. As magias se subdividem em três tipos, as negras que servem para ataque, as brancas que curam e ressuscitam e as de time, que geram proteções, vantagens e desvantagens. Muitas delas podem ser usadas em todos os seus personagens ou inimigos de uma vez só e outras só podem ser usadas em um único alvo. Para se aprender as magias você precisa dos APs, ganhos na batalhas. Cada magia possui uma velocidade de aprendizado, que você só libera quando chega aos 100%.

Por exemplo, a magia Ultima, uma das mais fortes do game, do Esper Ragnarok tem uma velocidade de aprendizado 1x, para completar os 100% você vai precisar de 100 APs. Já magia básica Fire de Ifrit tem uma velocidade de 10x, ou seja, você vai precisar apenas de 10 APs. Simples não? Algumas Espers podem aumentar os atributos dos personagens em que estão equipadas de forma permanente, como mais velocidade, mais força, etc. A Magicite também permite a presença dos Espers durante alguns poucos segundos para que destruam seus inimigos com todo o seu poder. Sim, estou falando das invocações/conjurações, uma das marcas registradas da série Final Fantasy. Veja a longa lista das 27 invocações abaixo e seus principais atributos:

Espers

Alexander: Batizado em homenagem ao célebre conquistador do mundo antigo, Alexandre o Grande. Seu golpe é Divine Judgement – Dano por Holy em todos os oponentes.

Bahamut: O mitológico rei dos dragões já é presença obrigatória na série. ataque do Elemental Fogo em todos os oponentes.

Bismarck: Batizado em homenagem ao couraçado alemão da Segunda Guerra Mundial. Dano elemental por água em todos os oponentes.

Carbuncle: Produz um raio de luz Ruby Light – Causa Reflect em todos os aliados.

Crusader: Se refere aos guerreiros das Cruzadas, também visto como Knights of the Round em FF VII. Dano não-elemental em todos os inimigos e em todo o grupo

Fenrir: Na mitologia nórdica, Fenrir era um lobo gigante inimigo de todos os deuses. Terrestrial Rage – Dano por Terra.

Golem: Uma criatura feita de pedra mitológica. Aplica magia Safe em todos os aliados.

Ifrit: Um poderoso espírito de fogo. Hell Fire – Ataca com elemento fogo.

Kirin: Uma criatura da mitologia chinesa, parte cavalo, parte dragão, é um símbolo de boa sorte. Aplica Regen em todos os aliados.

Maduin: Ser da mitologia irlandesa. Ataque moderado em todos os inimigos.

Odin: O grande deus da mitologia nórdica. Zantetsuken/SteelBladedSword – Dano não elemental em inimigos fortes e morte imediata aos fracos.

Palidor: Um pássaro que pega todos os personagens para executar ataques.

Phanton: Um fantasma ou espírito. Executa Vanish em todos os aliados.

Phoenix: A ave mitológica que renasce das próprias cinzas. Dano por Fire além de ressuscitar os aliados.

Ragnarok:Na mitologia nórdica, Ragnarok é o Dia do Julgamento. Tem a forma de uma espada e transforma seus inimigos em itens, dependendo das chances, com seu Metamorphosis.

Raiden: Deus do trovão da mitologia chinesa. Em FFVI, pode se trocar Odin por Raiden. Seu Shin-Zantetsuken tem mais chances de causar morte imediata.

Ramuh: Original da mitologia hindu, um humano com poderes dos deuses. Ataque de trovão em todos os inimigos.

Shiva: Também da mitologia hindu, deusa que é criadora e destruidora. Ataca inimigos com o elemental gelo.

Shoat: Transforma todos os inimigos em pedra.

Siren: Originária da mitologia grega, eram mulheres-pássaros que seduziam os marinheiros com canções. Dano não elemental e causa Silence.

Sraphim: Um anjo de seis asas, os mais próximos de Deus. Recupera HP de todos os personagens.

Starlet: Uma jovem atriz (?) que recupera HP dos personagens.

Stray: Um gato de rua de botas (fala sério…) que executa Muddle em todos os inimigos.

Terrato: O nome em japonês é Midgard´s Serpent, filho de Loki na mitologia nórdica, destinada a consumir a Terra no Ragnarok. Ataca com o elemental earth em todos os inimigos.

Tritoth: Uma criatura que ataca simultaneamente com Fire, Ice e Lightning.

Unicorm: Símbolo mitológico de pureza, um cavalo mágico com um chifre na cabeça. Executa Remedy em todos os aliados.

Zone Seek: Aparentemente uma referência a uma dimensão alternativa. Executa uma versão especial de Shell em todos os aliados.

Gráficos exuberantes

Certamente Final Fantasy VI é um dos mais belos jogos que já apareceu no Super Nintendo e em um console 16 Bits. Efeitos de transparência e o uso do Mode 7, que em 1994 era algo sensacional, marcam esse jogo. Já na abertura, coms os três Magiteks andando na tempestade de neve é uma cena inesquecível. Além disso possui belíssimos gráficos 2D “pixelados”, com cenários lindos e detalhados, cidades e dungeons com designs muito bem elaboradas e diversificadas, um fantástico e enorme mundo a ser explorado, e personagens que apesar de serem “nanicos” na tela, transparecem suas emoções, seja rindo, chorando, assustados e até mesmo paquerando. As magias e invocações também contam com belíssimos efeitos. Com certeza um dos jogos mais bonitos da história do Super Nintendo, ao lado de Chronno Trigger e Super Mario RPG.

Por motivos óbvios o game não possui as já tradicionais e belas CGs, mas tem várias cutscenes marcantes, importantes para criar toda uma atmosfera dramática e desenvolver o enredo de forma a prender a atenção do jogador, que também pode presenciar o amadurecimento dos personagens. Um dos momentos mais inesquecíveis e impagáveis da saga é na Opera Aria di Mezzo, em que Celes interpreta Maria na ópera suprema de Final Fantasy (fico imaginando como seria essa cena refeita em CG para um PS3 ou X360, mas a versão de PS já quebra o galho).

Trilha sonora perfeita

E falando em ópera, não posso deixar de falar da grandiosa trilha sonora composta pelo mestre Nobuo Uematsu, que é considera por muitos fãs a obra-prima do compositor e de toda a série Final Fantasy. Há temas diferentes para todos os personagens, cenários e batalhas. Composições impressionantes e variadas, indo do jazz ao clássico, incluindo até ópera (no célebre momento Aria de Mezzo Carattere), todas feitas com muito sentimento e qualidade. Elas combinam perfeitamente com a ação rolando na tela, seja de ação, drama, tensão, tristeza, etc. A trilha sonora com o CD triplo foi uma das mais vendidas no Japão, que também teve versões orquestradas e com piano. Mas não importa o quanto eu fale das composições de Final Fantasy VI, só ouvindo mesmo para você sentir a grandiosidade da obra. Escute abaixo o tema principal:

Conversões

Final Fantasy VI contou com duas conversões, a primeira para PlayStation lançada em 1998 no Japão, mantendo os gráficos e músicas do Super Nintendo, mas corrigindo alguns bugs e incluindo algumas CGs, bem como um bestiário e uma galeria de arte. Em 1999 foi lançado nos EUA o Final Fantasy Anthology, junto com FF V. Além dessa há a versão Final Fantasy VI Advance, para GBA lançado em 2006, com alguns extras como novos Espers, equipamentos, uma nova tradução e um novo calabouço a ser explorado.

Confira a introdução do game para SNES abaixo:

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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