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Firewatch

Firewatch é uma das grandes surpresas de 2016. O indie premiado e com quase um milhão de cópias vendidas é uma experiência única, repleta de decisões, muita carga emocional, incríveis paisagens e diálogos profundos.

O jogo começa “te dando um soco na boca do estômago”. O passado de Henry e o que o levou a aceitar o emprego de Guarda Florestal é descarregado no jogador na primeira meia hora do game.  Firewatch tem como uma de suas bases a escolha e tomadas de decisão. Justamente por ajudar a construir o passado de Henry você se sente parte do que está acontecendo, do que o ajudou a chegar ali. Delilah, a chefe, guia e companhia durante todo a aventura de Henry ajuda a compor um dos roteiros mais profundos dos últimos tempos.

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Casa de Henry da reserva florestal.

O cenário é  Shoshone National Forest no ano de 1989. Um lugar aparentemente calmo, bom belas paisagens e excelente vista. Como Guarda Florestal seus dias serão solitários, tendo como única parceira Delilah, através de um walkie talkie, por onde toda a relação dos personagens é construída.

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O inseparável walkie-talkie de Henry.

A comunicação é fundamental neste jogo. Delilah fala o tempo todo com você e para praticamente cada fala da personagem é necessário escolher uma resposta. O tipo de resposta define como será Henry: um pouco mais sério, melancólico ou brincalhão, tudo depende de você. A medida que o tempo passa esta relação se estreita e os diálogos oscilam entre informações importantes e bate papo de velhos amigos.

Por se passar em 89 não há GPS ou mapa digital no canto inferior da tela. O jogo exige a exploração de seu cenário, e a pé, já que não há veículo de apoio ou recurso de viagem rápida, mas para facilitar existem diversos atalhos que interligam as áreas. Como orientação você com uma bússola, Delilah e um mapa de papel do parque.

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Caixa de suprimentos onde se atualiza os mapas.

Existem várias caixas de suprimentos espalhadas pelo parque. Algumas com itens importantes e outras com itens que você não utilizará. A maioria das caixas também guardam informações, como atualizações do mapa, por exemplo, que são fundamentais para te guiar.

Os três primeiros dias do jogo servem como um tutorial e tour para ajudar o jogador a se localizar (não reclame, se não fosse assim você ficaria perdido). Já os gráficos são muito bonitos, com belos contrastes e tons incríveis, fazendo a beleza do ambiente mudar gradativamente de acordo com o horário do dia e noite, sendo o laranja do entardecer o mais bonito. Já a jogabilidade é simplificada, já que o jogo não exige muitos comandos complexos, e a resposta dos controles é bem eficiente.

Por último, vamos falar um pouco mais da história de Firewatch (de maneira superficial, pois qualquer detalhe pode ser um spoiler). A trama é muito bem construída, mas se sustenta em um suspense que é mantido até o final do game. Isso não é ruim, mas o final, embora coerente, não acompanha o ritmo do jogo, pois para uma história de tamanha proposta, sua conclusão poderia oferecer mais ao jogador. Infelizmente a ausência de legendas em português é um ponto negativo aqui no Brasil, pois uma aventura que depende tanto de sua história deveria ter chegado com este recurso em nosso país.

Gabriel Magalhães

Colaborador do GameHall, fundador do Forever Jogando e Analista de Marketing.

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