Análises

Goof Troop

Mickey Mouse e Pato Donald são sem dúvida os personagens mais conhecidos e adorados da Disney, tanto que os dois já estrelaram diversos games, especialmente na época dos 8 e 16 bits. Porém em 1993, a Capcom escolheu um não tão famoso para estrelar o seu jogo para Super Nintendo. Era o atrapalhado cachorro Pateta, e seu filho de 11 anos, Max, que estreavam o ótimo “Goof Troop”.

O título na verdade é baseado no desenho homônimo da Disney, lançado em 1992 para a alegria da criançada (e mais conhecido por aqui como “A Turma do Pateta”). O jogo foi produzido pela Capcom, nome que já garante a sua boa qualidade. O diretor foi Shinji Mikami, e se esse nome não lhe é estranho, é porque o figura aí é mais conhecido por ser o criador da renomada série “Resident Evil”. Mas antes de se aventurar no mundo dos zumbis e carnificina, Mikami apresentou um jogo bastante alegre e divertido, que fugia do estilo plataforma (padrão para os jogos Disney da época), com uma perspectiva aérea ao melhor estilo de Zelda de ser e cheio de quebra-cabeças pelo caminho. Relembre ou conheça este clássico do SNES com a nossa análise de hoje.

Patetadas em Spoonerville

A história não poderia ser mais simples: Pateta e Max foram pescar em Spoonerville, junto com os seus vizinhos João Bafo-de-Onça e seu filho B.J.. Enquanto pescavam, Pateta e Max viram um grande navio pirata, que se dirigia para a ilha de Spoonerville, e dentro dele Bafo e B.J., vítimas de sequestro (Bafo foi confundido com o capitão dos piratas). Assim, a dupla resolve ir até à ilha para salvar o seus vizinhos dos terríveis piraras, inimigos que estarão presentes em todo o jogo.

A aventura, infelizmente, não é muito longa, e conta apenas com cinco cenários (com um chefão no final de cada uma): Praia, Vila, Castelo Fantasma, Caverna e finalmente, o Navio Pirata onde Bafo e seu filho se encontram. O jogador pode escolher entre o Pateta, que é mais lento e mais forte, ou Max, que é mais fraco e mais ágil (sistema esse inclusive usado por Mikami, anos depois, no primeiro “Resident Evil”). Uma grande sacada da Capcom foi oferecer um modo para dois jogadores cooperativos, o que deixa a experiência bem mais atraente e divertida. Junto com “World of Illusion: Starring Mickey Mouse & Donald Duck” para Mega Drive, “Goof Troop” é um dos melhores jogos que utiliza o sistema de cooperação na época.

Por exemplo, um dos jogadores pode usar o item sino, para chamar a atenção dos inimigos, enquanto o outro se encarrega de atirar vasos ou barris neles, e assim abrir o caminho (mas mire bem, pois se errar os objetos acabam e não vai restar mais nada para jogar contra eles). No modo solo, o personagem pode carregar até dois itens, enquanto no cooperativo, cada jogador pode carregar apenas um, o que aumenta o trabalho de cooperação.

O jogo consiste basicamente de quebra-cabeças (coisa que Mikami adora, mas nada muito complicado por aqui) em que o jogador deve chutar blocos e pedras em seus devidos lugares para abrir passagens ou conseguir acessar itens importantes, como chaves para abrir portas e ganchos, a ferramenta mais importante usada para atravessar abismos, alcançar objetos inacessíveis ou ainda dar um “chega pra lá” nos inimigos (mas o gancho não os derrota). Há ainda uma pá para cavar os solos para encontrar vidas extras, continues ou corações de energia. E para áreas mais escuras pode-se usar uma vela para iluminar o caminho.

Os gráficos e cenários do jogo são simples, porém bastante carismáticos e coloridos, com um visual cartoon bastante atraente. Os personagens pincipais e os inimigos possuem designs caprichados e bem animados. Apesar de poucas fases, os cenários são bem diversificados e possuem alguns elementos que dão vida ao visual, como as ondas que se movem, os peixes pulando na água, tochas iluminando passagens, etc.

A parte sonora também está bem trabalhada, com temas musicais com um tom alegre e descontraídas, bem ao estilo Disney e caindo como uma luva para a atmosfera do jogo. Os efeitos sonoros cômicos dão o toque final no aspecto sonoro, deixando o jogo bem dinâmico. Ponto negativo apenas para o som ao derrotar os inimigos, que pode se tornar irritante e repetitivo com o tempo.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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