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Hellblade: Senua’s Sacrifice

O estúdio Ninja Theory, que se consagrou com as produções “Heavenly Sword”, “Enslaved” e “DmC Devil May Cry” está de volta com Hellblade: Senua’s Sacrife, uma saga inspirada nas culturas celta e nórdica. A protagonista é Senua e o jogador tem a oportunidade de vivenciar a atmosfera sombria do game através do ponto de vista solitário e depressivo da heroína.

Hellblade começa de uma forma misteriosa, com a protagonista velejando até a costa de uma região desconhecida, sem dar nenhuma informação ao jogador. Enquanto isso, vozes murmuram um diálogo desconexo aumentando ainda mais o clima de suspense. Ao chegar a costa da região as vozes que perturbam Senua dizem que ela precisa “focar” frente a um monumento de pedra. Neste momento o game deixa claro que não há tutoriais e você é quem precisa descobrir como são os comandos do jogo.

Gradativamente se descobre que a jornada de Senua tem como objetivo resgatar a alma de seu amado que foi sacrificado pelos vikings que invadiram seu vilarejo celta. Senua deseja encontrar Hela, a deusa nórdica do mundo dos mortos para resgatar a alma de seu amante e permitir que ele descanse em paz.

Ao ganhar “intimidade” com a protagonista temos a oportunidade de perceber que ela não é como as demais pessoas: Senua sofre de um transtorno psicológico conhecido como psicose e é justamente por isso que vozes e alucinações perturbam sua jornada. Durante todo o game ela enfrenta perigos reais e perigos criados pela sua mente. A Ninja Theory pesquisou a fundo o assunto para retratar da maneira mais fiel possível como é a mente de pessoas que tem este transtorno.

A qualidade de som em 3D torna a experiência ainda mais imersiva quando se utiliza headsets, dando ao jogador a impressão de que as vezes estão sussurrando em seu ouvido, às vezes longe e às vezes muito de perto. A mistura de duas ou três vozes ao mesmo tempo colabora com a imersão na história, bem como permitem ao jogador se sentir no lugar de quem passa por este tipo de transtorno.

As cores do games são bastante apagadas, num predominante tom acinzentado, passando a sensação de tristeza e morte durante toda a jornada. Os gráficos são bonitos e bem detalhados, explorando a cultura e arquitetura nórdica, algo que não é tão comum nos jogos atuais, por isso acaba se destacando com um estilo diferenciado no mercado de jogos.

A mecânica de movimentação é bem simples, sendo uma jogatina muito básica, tanto na exploração quando nos combates. E falando em combates é preciso destacar que sua presença não é marcante e que nenhum dos bosses é épico ou memorável, porém, é necessário ficar muito atento, pois até nas dificuldades mais baixas poucos golpes podem levar a protagonista a morte. As vozes de Senua sempre darão avisos do tipo “Cuidado” e “Atrás de você!” indicando que os inimigos estão se aproximando, logo, esquivar-se é fundamental para sobreviver aos inimigos que seguem um modelo similar a Dark Souls com movimentos totalmente programados.

O grande trunfo do jogo é a experiência proporcionada pela Ninja Theory e o enredo forte, repleto de lore, e os dilemas de Senua, que tornam a aventura o mais subjetiva possível. A jornada de nossa guerreira celta é uma combinação perfeita de aventura, exploração e suspense, fazendo deste um título único e incomum, tornando-o um jogo obrigatório a todos aqueles que curtem um game que evita oferecer mais do mesmo e opta por trazer algo novo e marcante.

Gabriel Magalhães

Colaborador do GameHall, fundador do Forever Jogando e Analista de Marketing.

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