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Horizon Zero Dawn

Um dos títulos mais aguardados pelos donos de um PlayStation 4 (Pro), “Horizon Zero Dawn” finalmente chegou ao mercado no último dia 28 de fevereiro para a alegria de muitos gamers. Produzido pela Guerrilla Games (durante longos seis anos), famosa pela franquia “Killzone” nos consoles da Sony, o jogo de RPG-ação impressiona pela sua belíssima ambientação, seguindo de perto os ensinamentos de outro grande jogo: “The Witcher 3“.

Quem já experimentou o game da CD Projekt RED certamente vai perceber várias semelhanças entre os dois jogos, principalmente na ambientação (mas não tão obscuro) e gameplay – temos até um “cavalo robótico” que pode ser usado pela nossa carismática heroína.

A narrativa de “Horizon Zero Dawn” acontece a mil anos no futuro em um mundo pós-apocalíptico onde criaturas mecânicas dos mais diversos tipos e tamanhos dominaram o planeta Terra, e vagam em uma paisagem fora do controle da humanidade, que por sua vez regrediu para sociedades tribais de caçadores que sobrevivem entre florestas imensas, cordilheiras imponentes e ruínas de uma civilização antiga.

Eis que é apresentada Aloy, ainda como um bebê de origens misteriosas, que é entregue aos cuidados de Rost, um “exilado” das sociedades tribais – ele deve sobreviver sozinho e pessoas de outras tribos são proibidas de falar com ele.

Em uma pequena introdução (que lembra bastante jogos da Naughty Dog como Uncharted e The Last of Us), o jogador controla Aloy ainda criança, quando acidentalmente ela cai em antigas ruínas e encontra o Focus, um pequeno dispositivo que lhe dá habilidades perceptivas especiais, bem como a capacidade de interagir com máquinas e tecnologia dos antigos.

Determinada a saber sobre suas origens, ela decide participar de uma competição, onde se ganhar terá o direito de fazer qualquer pergunta às matriarcas da sociedade. Rost gasta vários anos treinando Aloy na preparação para a prova, ensinando-lhe como caçar, lutar, e sobreviver.

E é a partir deste ponto que o jogo realmente começa, com Aloy já sendo uma jovem e hábil caçadora, expert na luta contra as máquinas selvagens. É possível seguir a história principal (cerca de 40 horas) ou completar as várias missões secundárias que vão aparecendo pelo caminho.

Assim como na aventura do bruxo Geralt, há uma enorme variedade de customização das armas e habilidades de Aloy, mesmo que suas ferramentas principais sejam o arco e a lança – que podem ser melhoradas com fogo, gelo, eletricidade e outros elementos que aumentam os danos de acordo com os inimigos.

O gameplay é instintivo e todos os comandos estão bem fáceis e práticos de serem acessados pelo DualShock 4. Os combates são em tempo real e bem dinâmicos, onde temos uma mistura de rolagem, armas à distâncias e combates corpo-a-corpo.

O jogo não é difícil, mas cuidado para não ficar muito convencido quando sentir que já está dominando bem os controles, pois alguns inimigos atacam em bando e as coisas podem ficar bem difíceis de uma hora para outra – aconteceu comigo algumas vezes. Encarar inimigos muito grandes sem estar preparado também não é uma boa ideia.

Mesmo não tendo um grande impacto na história principal, Aloy possui um sistema de escolha de perguntas e respostas, que servem mais para detalhar personagens ou o mundo do jogo. Mas, em certos momentos, ações decididas pelo jogador influenciam pequenos diálogos ou acontecimentos no decorrer da narrativa.

A ação furtiva também marca presença, com vários locais onde é possível andar camuflada e atacar inimigos de surpresa (caminhar agachada faz menos barulho e não chama a atenção). Também é possível distrair a atenção das máquinas com pedras ou ainda hackear as criaturas para que se tornem aliadas ou montarias para percorrer os longos cenários.

A coleta de materiais é essencial para melhorias dos equipamentos e sobrevivência de Aloy, por isso pegue tudo que aparecer ou literalmente “brotar” do chão – ou ainda fazer negócios com os comerciantes espalhados pelo jogo. Os exploradores ganharão como recompensas terrenos e animais diferentes que irão contribuir com itens especiais, ou simplesmente com lindos visuais de florestas, montanhas, riachos e desertos, onde podemos apenar ficar parados apreciando as paisagens.

Aliás, o trabalho gráfico de Horizon está de se tirar o chapéu, com um design artístico deslumbrante e encantador. Utilizando o novo motor gráfico Decima, já usado em games como “Until Dawn”, “Killzone Shadow Fall” e no vindouro novo projeto de Hideo Kojima, “Death Stranding”, toda a aventura de Aloy é altamente detalhada, recheada de cor e cheia de vida (pense num Avatar de James Cameron!), que rodam a gloriosos 1080p com cravados 30 quadros por segundo – em ambos PS4 e Pro. Provavelmente é o jogo mais impressionante que já vi rodando em um PlayStation 4 (imagine em um Pro em uma TV 4K).

Quanto ao departamento sonoro não tenho nada a não ser elogios, com uma trilha sonora orquestrada soberba. As dublagens também merecem destaque, tanto no inglês como no português, estão excelentes, mas claro que a original se sobressai em termos de qualidade – especialmente o trabalho de Ashly Burch (que já dublou vários outros personagens de games), que dubla a personagem principal e a que a mais vamos ouvir em todo o jogo. O jogo está todo em português, tanto nas legendas como nos menus, o que facilita bastante a nossa vida.

Por fim, como acontece em todo jogo de mundo aberto complexo como esse, encontrei alguns bugs, glitches e problemas de colisão, mas nada que realmente fosse um grande problema ou dor de cabeça – como o jogo travar ou o videogame desligar do nada.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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