Análises

Ni no Kuni – O JRPG “de antigamente” nos tempos atuais

Quando um estúdio produz um jogo, ele primeiramente estuda o público e as tendências para fazerem algo que renda lucros a empresa e agrade ao mercado consumidor. Para bem ou para mal, a medida que os anos vão avançando, as tecnologias evoluem, o gosto dos gamers vai mudando, e as empresas são obrigadas a acompanhar novas tendências para não ficarem defasadas, o que leva muitas vezes a mudanças drásticas e reboots (lembra de Resident Evil 4 e Final Fantasy XII?).

Em um passado não tão distante, os JRPGS (na época chamados só de RPG) com batalhas em turnos  já foram os jogos mais procurados pelo público, graças a longevidade e ênfase na história, sendo um dos gêneros favoritos entre os japoneses até hoje. Voltando um pouco a esta época, o estúdio Level-5 resolveu produzir um game que volta as origens do gênero fazendo parceria com o Studio Ghibli de Hayao Miyazaki, famoso por produzir A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro, buscando mostrar que o estilo ainda tem força no mercado. Assim nasceu Ni no Kuni: Wrath of the White Witch, lançado para Playstation 3. Uma versão para Nintendo DS também existe, mas ficou restrita lá no outro lado do mundo.

O jogo foi nomeado para 29 prêmios nos mais diversos sites especializados, e faturou nove deles, incluindo o melhor RPG de 2013. As vendas também não decepcionaram, alcançando 1,7 milhões de cópias no mundo inteiro, mas qual o segredo de tanto sucesso? Basicamente, ele volta a ser um RPG com batalhas em turno que lembram a série “Tales of”, além de ser fantástico em todos os pontos técnicos.

Os gráficos foram produzidos pelo Studio Ghibli, e portanto já é de se esperar algo visualmente impressionante, visto que o estúdio foi o único que conseguiu ganhar um Oscar em 2003 com o já citado A Viagem de Chihiro, quebrando completamente o imaginário de “desenhos japoneses são mal animados” que permanece em muita gente “das antigas”; a história também é de primeira qualidade, contando uma trama pela perspectiva do personagem e explorando ao máximo seus sentimentos internos, chegando a emocionar; inúmeras cutscenes são em anime, dando a sensação de que estamos assistindo a um filme; a dublagem é muito boa também e é perceptível o cuidado em cada uma das cenas; e por fim, a trilha sonora é impressionante, dando todo o clima cinematográfico que o jogo pede, parecendo mesmo que estamos interagindo com um filme do Hayao Miyazaki.

ni_no_kuni

Não há muito o que dizer sobre o game, mas tudo pode ser resumido em uma frase: Se você ama o estilo JRPG, este jogo DEFINITIVAMENTE é pra você. Terás um sentimento misto de empolgação com nostalgia caso seja um daqueles gamers que cresceu jogando os inúmeros RPGs do Super Nintendo e do Playstation 1, e se você não for dessa época, curtirá pelo simples fato de ser um clássico.

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