Análises

Ninja Gaiden II

Se algum jogador de “era Playstation” ouvisse a seguinte pergunta: “Se você fosse um ninja, quem queria ser?”

Provavelmente a resposta seria “Ryu Hayabusa”.

Se você perguntasse a mim, um Old School Gamer a mesma coisa, por motivos completamente diferentes minha resposta seria a mesma: Ryu Hayabusa.

A mesma resposta, mas influenciada por games com mais de uma década de diferença entre si.

Com essa explanação totalmente “poser” e desnecessária, dou início a minha análise de Ninja Gaiden 2, para Nintendinho.


O retorno do Ninja

Veio o primeiro Ninja Gaiden para Nintendinho, e ele se mostrou, até então, o maior e mais fantástico game de ação da história. Com uma jogabilidade ágil e precisa, um visual bem trabalhado e a inauguração de cut-scenes cinemáticas para contar a história, o game foi um sucesso de vendas, e de criticas, de imediato.

Eis que então, é anunciada a óbvia continuação de Ninja Gaiden, afinal de contas, “se fez dinheiro, que se repita a dose”, já dizia o velho filósofo capitalista. Mas como superar um game que já era considerado perfeito, repetindo a mesma fórmula, em um hardware tão limitado?

E eis que a Tecmo tira leite de pedra e dos dá Ninja Gaiden 2, um game superior ao original e todos os sentidos.


Na história do game, Ashtar, um feiticeiro maligno e poderoso, determinado em transformar em escuridão eterna o planeta Terra, objetiva abrir os Portal da Escuridão para alcançar seu intento. Para tal, Ashtar precisa de um sacrifício humano, para banhar de sangue do sacrificado a lendária Espada Negra do Caos. Nesse contexto, a agente Irene, personagem apresentada no game original, é sequestrada, fazendo com que o ninja Ryu Hayabusa parta uma nova missão a fim de resgatá-la.

Lendo assim fica parecendo uma história “das de sempre” para com o assunto ninja, no entanto, assim como no primeiro game, o clima da antiguidade com o tom dos tempos modernos é mantido em Ninja Gaiden 2. Da mesma forma, a continuação possui uma história bem trabalhada e com interessantes reviravoltas.

A jogabilidade de Ninja Gaiden 2 chega ao absurdo de ser mais precisa e fluida que a do game anterior. O controle aqui jamais do deixará na mão. As respostas para os comandos efetuados são imediatas, na medida do que um game de ação frenética exige, e acredite, Ninja Gaiden 2 o exigirá.


Os Power Ups tem presença marcada novamente no game. É possível encontrar diversos tipos de Power Ups ao longo da jornada para facilitar um pouco o trabalho do jogador. Eles vão de estrelas Ninjas overwelming a até um doppleganger que replica seus ataques. Usá-los é simples e intuitivo o que garante a agilidade necessária para incluí-los de maneira uniforme aos movimentos regulares de Ryu.

Outra notoriedade de Ninja Gaiden 2 herdada de seu antecessor é a dificuldade. O game do Ninja não é tão “impossível” como Contra, no entanto por certo testará sua habilidade com os dedos. Não serão poucas as vezes que padecerá frente a uma tela cheia de inimigos, ao tentar realizar saltos milimetricamente calculados, ou mesmo contra os chefes de níveis mais avançados.

O visual de Ninja Gaiden 2 mantém as qualidades do primeiro, ou seja, boa animação de Hayabusa e cenários deveras inspirados, no entanto, essas qualidades foram ampliadas aqui. Alguns cenários são de cair o queixo, quase não dá para acreditar que é um game para Nintendinho.


A paleta de cores foi melhor aproveitada em Ninja Gaiden 2, mas a maior quantidade de cores usada foi direcionada muito mais para contrastar o clima mais “darkness” do game do que para deixá-lo colorido mesmo. Uma ótima direção de arte, em uma época em que os programadores brigavam contra o simples fato de quantas cores poderiam extrair do hardware. Fantástico!

Quanto aos inimigos, destaque claro para os chefes de fase, um mais criativo e “encapetado” do que o outro, em especial o chefe final, que vai te matar muitas vezes antes de você se vingar e pegar a manha de como descer o cacete no infeliz.

A trilha sonora e efeitos sonoros do game mantiveram o bom nível deixado pelo Ninja Gaiden original. Nenhuma grande evolução nesse sentido, mas isso não traz nenhum demérito ao game. As trilhas continuam sendo muito boas, e mantém o jogador no clima do game. Na verdade, temos aqui mais um caso em que as músicas do game podem, e deverão, ficar na sua mente por anos e anos a fio. Até hoje, eventualmente me pego cantarolando mentalmente algumas das músicas deste game, assim como as do primeiro Ninja Gaiden.


Eu sei o que me perguntarão: Porque não começou fazendo a análise do primeiro Ninja Gaiden?

Minha resposta é simples: Ninja Gaiden 2 foi a vedete da série no Brasil. A grande maioria dos jogadores tiveram seu primeiro contato com a série justamente com esse game, então achei por bem começar por este. Ademais, ele é considerado o melhor da trilogia Ninja Gaiden para Nintendinho, e nada melhor do que começar com o melhor. Hehe!!!

Esse é Ninja Gaiden 2. Um dos melhores games de ação já concebidos, até hoje, para os videogames. Se você, jogador mais novo, é fã da série Ninja Gaiden para Xbox/Xbox360, ou então fã da série Ninja Gaiden Sigma para Playstation 3, saiba que esses clássicos da ação videogamelistica atual só são tão bons, pois seguem à risca a cartilha deixada pelos Ninja Gaiden do Nintendinho, uma série de mais de duas décadas de idade. Nada a mais e nada a menos.


Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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