Análises

Ninja Gaiden Sigma 2

Ryu Hayabusa retorna com reforços no PS3

É fato que “Ninja Gaiden II” não explorou todo o potencial do X360 como o seu antecessor, o já lendário “Ninja Gaiden” para XBox. E fazer uma conversão de um jogo que foi planejado para rodar e tirar proveito das qualidades técnicas de um determinado console para outra plataforma totalmente diferente, não é um trabalho dos mais fáceis, e que geralmente as produtoras passam longe só de pensar. Mas isso não é o caso da Team Ninja (que atualmente está trabalhando no novo Metroid para o Wii), que encarou o desafio, agora bem mais difícil. Mesmo sem a presença do polêmico Tomonobu Itagaki, que foi “chutado” da Team Ninja, o projeto Sigma 2 foi lançado como a versão definitiva do jogo.

Mas você provavelmente quer saber das comparações entre as duas versões, não é? Será NGS2 um “mero remake” ou ele apresenta inovações em relação ao original? Bom, eu posso dizer que NGS2 apresenta gráficos um pouco mais refinados, agora rodando em 720p HD, e não mais em 568p SD. E como novidades exclusivas temos a feliz opção de se escolher até três “avantajadas” beldades para se jogar em um novíssimo modo cooperativo. Por outro lado podemos notar que a Team Ninja foi mais contida em relação aos banhos de sangue e a violência em geral, uma das marcas registradas do game e já não tendo aquele impacto visual como no original. A dificuldade ficou um pouco mais amena com menos inimigos na tela, algumas fases tiveram caminhos alterados, armas foram modificadas e novos chefes de fases introduzidos.

A ação insana e frenética continua lá, com hordas de inimigos para dilacerar. Continue conosco e veja mais detalhes de NGS2.

Rachel, Momiji e Ayane

A história é a mesma da versão original, o clã da Black Spider Ninja, arqui-inimigo dos ninjas da linhagem do Dragão, o Clã Hayabusa, pretende ressuscitar o capetão Archdemônio. Uma agente especial da CIA, a loira Sonia, vai até o Japão à procura de Ryu Hayabusa para avisar dos planos da Black Spider, mas acaba sendo raptada. Os ninjas malignos roubam do vilarejo de Ryu um artefato mágico poderoso e o usam para abrir os portões do inferno. A missão de Ryu é bem simples, acabar com o clã Black Spider, dar cabo dos Quatro Grandes Lordes Demônios e salvar o mundo dos demônios que começam a infestar nossas cidades. Apenas mais um dia na vida de Ryu Hayabusa.

Agora além da Sonia, temos desfilando pela tela três voluptuosas novas gatas (maldito ninja sortudo!) que irão ajudar Ryu em sua jornada. São elas:

Rachel, uma loiraça caçadora de demônios que já apareceu no primeiro Ninja Gaiden e com uma roupa que deixaria as garotas mais safadas com vergonha. A “japinha” (que de inha não tem nada) Momiji, pertencente ao Clã Hayabusa e perita no uso de espadas longas e que já deu as caras no Ninja Gaiden Dragon Sword do Nintendo DS. E por fim mas não menos gostosa, digo importante, Ayane, velha conhecida dos jogadores de Dead or Alive e bastante ágil no uso da sua lâmina dupla. É claro que além do óbvio apelo visual, cada uma delas têm as suas respectivas histórias e fases exclusivas, que de maneira geral são interligada à trama principal de Ryu. Além disso elas apresentam estilos variados, com golpes e armas distintas, o que é excelente para a longevidade do game.

Sem chuva de sangue?

NG2 foi um jogo bonito para a sua época e NGS2 apresenta uma melhora gráfica, apesar de não terem mexido muito no visual, ficando um pouco datado principalmente se comparado com jogos como “Uncharted 2“. Não impressionam, mas apresentam texturas bem definidas, excelente iluminação e design dos personagens e criaturas muito bem detalhados. Várias cutscenes com belas animações e cenários que continuam belíssimos, amplos e cheios detalhes. Os monstros e chefes de fase ainda impressionam na tela, destaque para a batalha contra o enorme Dragão. A trilha sonora casa bem com a ação frenética da tela, com um ritmo de músicas tipicamente orientais misturados com guitarras pesadas e bases eletrônicas, aliados a efeitos sonoros poderosos. A dublagem faz o seu papel sem grandes destaques, com a opção de se ouvir em inglês ou japonês.

Mas o ponto alto de NGS2 é sem dúvida sua jogabilidade, com ação intensa e combates frenéticos extremamente fluídos contra ninjas e criaturas do inferno, isso sem falar dos golpes de finalização, que continuam marcantes. Há elementos de plataforma e exploração e batalhas contra chefes impiedosos. As chaves foram removidas e as portas agora abrem automaticamente e caso você se perca, há um indicador de direção. A variedade de golpes é grande e você pode combinar entre ataques fracos e fortes, criando combos devastadores que fazem picadinho de seus inimigos. Mas não basta apenas atacar que nem louco, você deve saber se defender e esquivar dos ataques e até fugir se necessário (não se preocupe, não vou contar para ninguém). Os comandos respondem bem, principalmente na hora de esquartejar adversários, que mesmo sem partes de seu corpo, continuam a atacar ferozmente.

Mas se você espera aquela quantidade insana de sangue e membros retalhados voando que tinha na versão do X360, pode esquecer. A Team Ninja tesourou o excesso de violência e agora ao invés de litros de sangue jorrando na tela temos uma névoa roxa, sangue verde e poucos membros desmembrados. Pois é, toda aquela carnificina e violência gratuita, que sejamos sinceros, era um espetáculo visual e tanto, acabou se perdendo no PS3, assim como as cenas de decapitação, perfuração e outros momentos brutais que foram abrandados. Afinal, não é pra isso que serve o ESRB (órgão de censura), para classicar os games? Esse tem classificação M e não E para criancinhas, então deixa o sangue lá, um bom ninja quer ver sua espada banhada de vermelho. Outra diferença é que os corpos e membros amputados não permanacem mais nos cenários, não que isso vá fazer falta.

A grande variedade de armas foi alterada, novas foram adicionada (como a colossal espada Enma´s Fang) e algumas retiradas. As armas de longo alcance como o arco e flecha e shirikens possuem uso ilimitado. Pode-se fazer upgrade em algumas delas, permitindo assim novos golpes e maneiras de se retalhar os inimigos. Para completar o seu arsenal, como todo bom ninja você pode usar os ninjitsus, ou magias se preferir, mediante à sua barra de energia.

Uma novidade bem-vinda é o modo cooperativo, que pode ser jogado com uma das belas companhias acima citadas. Não é possível usá-las nas fases principais, mas sim apenas nas arenas cooperativas existentes, em modo online ou offline. Há o modo Team Mission Mode, especialmente para se jogar em dupla. Ao todo são mais de 30 missões que são destravadas no Story Mode. Caso você não tenha um amiguinho para jogar (que coisa triste), não se preocupe, pode usar um eficiente IA do computador como seu parceiro de carnificina.

Algo que eu não posso deixar de mencionar foi o uso que o pessoal pervertido da Team Ninja desenvolveu para o DualShock 3. Ao balançar o seu controle, certas partes dos corpos das meninas irá acompanhar os movimentos. É bonito de se ver? Com certeza. Tem alguma função prática, como distrair aquele chefão super difícil? Completamente inútil, não serve para nada, é capaz de você se distrair e acabar morrendo. Se isso foi o melhor que eles conseguiram pensar para um game desse calibre, é melhor contratarem o Shigeru Miyamoto.

Como ponto negativo destaco a câmera, que por vezes pode atrapalhar a sua visão. Há alguns pequenos lags quando há muita informação na tela ou no modo online, mas nada que atrapalhe e claro a redução de sangue e retalhamentos.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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