Análises

River Raid

Minha últimas análises mostram facilmente o quão nostálgico não ando: Pac-Man Championship Edition DX (que apesar de não ser Old School, bebe da fonte como poucos) e Tiger Heli. Para continuar com essa onda de fetichismo pelo antigo, trago aqui a análise de um game que não somente é um monstro sagrado do mundo dos games, como também é o pioneiro em seu gênero. Vamos a River Raid, pra Atari 2600.

Se na análise de Tiger Heli havia dito que provavelmente muitos dos leitores por certo sequer haviam nascido quando o game havia sido lançado, que dirá tal referência baseando-se em um game para Atari 2600.

O conceito do jogo é simples. No game, o jogador controla um avião de guerra que segue o curso de um rio, enquanto elimina tudo o que existir pela frente. Mas adições a essa fórmula fizeram River Raid ser único e pioneiro em sua execução.

Em primeira instância, River Raid foi o primeiro shooter da história com progressão de tela vertical, mais ainda, River Raid foi o primeiro game em que tal progressão se faz não somente dada a movimentação dos inimigos e da nave do gamer, mas com a tela se movendo junto à progressão do avião. Ou seja, foi com a River Raid, todo o básico conceito de games posteriores como Tiger Heli, Sonic Wings, Raiden Densetsu e Ikaruga foi concebido.

No game, se pode tão somente sobrevoar as áreas em azul, que representam as águas do rio. As áreas em verde representam construções rochosas, que estão, em teoria, na mesma altura de vôo do avião controlado pelo jogador. Em tais áreas verdes, não de pode tocar, pois isso será considerado colisão, e por consequência, destruição imediata do avião.

Ao longo do rio, encontramos inimigos que devem ser abatidos, são eles navios, helicópteros e outros aviões, além de obstáculos como pontes que também devem ser eliminados. Ao se aproximar de inimigos como o helicóptero, por exemplo, o mesmo se locomove na tela tentando lhe acertar, o que garante mais emoção ao game, tendo o jogador que, não somente atirar em inimigos estáticos, mas também tomar cuidado com movimentos agressivos e inesperados dos inimigos.

Além dos inimigos encontrados pelo caminho do rio, se é encontrado também áreas para recarregar o combustível. Sim, em River Raid é necessário recarregar o combustível periodicamente ao longo da jornada, pois caso o mesmo se esgote, é Game Over na cara. Aliás, muito cuidado ao sair atirando em tudo o que vê, pois é possível atirar no combustível e destruí-lo. Mais uma ótima idéia/inovação em River Raid.

Jogá-lo é extremamente simples. Com o direcional se movimenta avião para os lados e o aumenta-se ou diminue-se a velocidade do mesmo. Com o único botão do controle, se atira. Apesar da simplicidade, River Raid sabe muito bem bem desafiador, com inimigos, ao longo do game, que se locomovem muito rapidamente e com locais onde o rio se torna bem estreito, tendo o jogador que “rodar a baiana” para sair de lá vivo.

A trilha sonora é inexistente, tão somente temos os sons dos tiros, do avião e do recarregamento do combustível. Mas ora, estamos falando de um Atari 2600, você esperava o que?

O visual do game não é nada ruim, ao contrário, para os padrões do Atari 2600 o game é muito competente, representando de maneira clara e distinguível todos os elementos em tela.

River Raid é mais um game infinito, com isso, o game somente termina quando o Game Over é inevitável. Apesar disso, a monotonia passa longe de River Raid, pois os cenários são de construção randômica, não sendo possível decorrer caminhos pré-determinados, cada partida é uma nova experiência.

Para completar a alegria da família, River Raid possui multiplayer, mesmo que em partidas alternadas entre os jogadores. Era só reunir a galera e ver quem era o piloto mais fodão do bairro (bons tempos…).

Para completar essa minha singela homenagem do coração a River Raid, vale dizer que toda a concepção e programação principal do game foi feita por Carol Shaw. Isso mesmo, uma mulher, o ser mais belo e necessário de todo o universo. Se isso ainda é algo difícil de se ver hoje em dia, imagine naquela época.

River Raid – até a loirinha Angélica “Vou de Taxi” jogava!

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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