Análises

Street Fighter 2: The World Warrior

É um fato mais do que sacramentado que o vencedor da batalha dos 16 bits foi o Snes da japonesa Nintendo. Alem de mais poderoso do que seu concorrente da Sega, o Mega Drive, a partir de um certo momento ficou bem claro que o Snes era melhor para certos tipos de jogos que com certeza fizeram a grande diferença a favor do console da Nintendo. Tais tipos de jogos eram os Fighting games e os RPGs.

De acordo com revistas poderosas do ramo videogamístico (incluindo a japonesa Famitsu) o grande divisor de águas foram os Fighting games, que sempre se saíram melhores no aparelho da Nintendo, seja pelo visual, seja pela jogabilidade, e de acordo com a própria Famitsu, o grande responsável pelo ‘‘Bum’’ deste estilo de jogo foi o saudoso Street Fighter 2.

Tendo todos estes fatos em vista é coerente e até obrigatório, uma análise deste game que com certeza se encontra nos corações de gamers de todo o mundo.

Lançado em 89 para fliperamas, Street Fighter 2 se transformou instantaneamente em um sucesso internacional. O game era claro sinônimo de vício, quem nunca viu ou mesmo ouviu falar de Street Fighter 2 com certeza morreu antes de seu lançamento ou tem sérios problemas mentais (mesmo porque até extraterrestres conhecem o game). Na época de seu auge nos fliperamas, filas imensas se formavam por uma oportunidade de se jogar Street Fighter 2, algo que nunca aconteceu antes dele e que dificilmente voltará a acontecer, pelo menos aqui no Brasil.

O monstro brasileiro Blanka querendo
dar um pau na chinesa Chun-li

Após tanto sucesso, e ao ver o mercado de consoles caseiros indo de bom a melhor, é claro que a Capcom não deixaria passar a oportunidade de fazer uma conversão de seu mais novo e gigantesco hit para uma plataforma caseira. Tal escolha foi feita a favor do Snes.

Inovador em quase todos os aspectos, Street Fighter 2 trouxe para os gamers ‘‘in home’’ todo vicio dos arcades de maneira muito competente. A conversão dos arcades para o Snes ficou muito boa, perdendo-se apenas algo pequenino no visual a alguns slowdows a mais do que na versão original, mas é algo tão imperceptível que não vale a pena se ater. Se hoje em dia já é difícil fazer uma conversão totalmente fiel de arcades para consoles, imagine naquela época.

O grande aspecto que tornava Street Fighter 2 tão viciante era sua jogabilidade simples mas complexa (?!). O game não apresentava nenhum combo de trocentos hits, ao invés disso ele apresenta comandos simples que ativam golpes diferentes e especiais, as famosas ‘‘magias’’ que ficaram tão famosas na época do lançamento do game. Quem não se lembra do famoso Hadouken, do temido Tiger Uppercut (vulgo ‘‘Tiger Robocop’’ nas rodoviárias e bares do Brasil) e do poderoso Shoryuken?
Esta era a parte simplificada da jogabilidade, mas que entretanto não a tornava superficial, pois era necessário que se soubesse utilizar de todos esses movimentos no momento correto da batalha, ou então era KO na certa.

Hadouken versus Sonic Boom

A jogabilidade foi o grande fator de seu sucesso, sendo tão marcante neste sentido que ainda hoje é melhor e mais estratégica que muito jogo de luta famoso por aí.. Ela é baseada em somente soco e chute, sendo que cada um tem três tipos diferentes de intensidade (fraco, médio e forte), além de a movimentação ‘‘para trás’’ ativar a defesa de seu personagem, ‘‘para cima’’ pular e ‘‘para os lados’’ movimentá-lo. Padrão que se pensamos bem ainda é utilizada em todos os outros games de luta em 2D e alguns em 3D. Street Fighter 2 fez escola.

Quanto a personagens, a Capcom também foi primorosa criando alguns personagens lendários que nunca mais serão esquecidos.

Street Fighter 2 tinha oito personagens principais, sendo eles: Os lendários Ryu e Ken, cujo nenhum Street Fighter pode ficar sem, ou então é não um Street Fighter de verdade; o lutador de sumô Edmund Honda; a chinesa Chun-li, que provavelmente foi a primeira musa dos videogames; o ex-integrante das Forças Especiais Norte Americanas Guile; o indiano ‘‘homem de borracha’’ Dhalsim; o brasileiro (e pra variar monstro) Blanka; e o mastodonte e russo Zangief. Cada qual com seus motivos pessoais para lutar. É verdade que a historia particular de cada um pode ser considerado clichê hoje em dia, mas acontece que a história é o que menos importava naquela época e também naquela época a história já tava boa por demais para um game de luta.

Minigames !

Além dos personagens principais existem quatro ‘‘chefes’’ no game, que nesta versão do game não podem ser selecionados, o que acaba dando a eles um status maior ainda de vilões. São eles: O boxeador M. Bison; o espanhol Balrog; O Tailandês lutador de Muai Thai Sagat e o vilão supremo Vega.

Além de serem os chefes e por isso os mais difíceis combates do game, existe uma outra história estranha sobre eles: quando o game chegou nos Estados Unidos a Capcom quase levou um processo pelo personagem M. Bison, porque ele era boxeador e seu nome parecido com o do mordedor de orelhas M. Tyson. Devido a isso a Capcom trocou os nomes dos chefes entre si: O boxeador M. Tyson mudou de nome para Balrog, Balrog mudou para Vega e Vega para M. Bison. Apenas Sagat ficou fora desta bagunça.

O visual 2D feito para o game naquela época era muito bom, com boa quantidade de sprites de movimento, apesar de algumas reciclagens como Ryu e Ken que possuem exatamente as mesmas vozes e movimentos. Como são lutadores da mesma escola, ou seja, do mesmo estilo de luta, relevemos.

Ken Masters é o cara !

Em sua versão para Snes também é preciso ressaltar que o joystick caiu como uma luva para o game devido seu layout. Muita gente achava melhor jogar no seu Snes do que nos fliperamas. Para o próprio Snes ainda saíram upgrades de Street Fighter 2 com coisinhas melhoradas e inclusão de cenários e personagens.

Ainda para o SNES, saíram Street Fighter: Alpha e Street Fighter: Alpha 2, que apesar de serem bons games (dadas as limitações do console) não conseguiram o carisma e o sucesso do original.

Poucos lutadores, muita diversão

Como concorrente direto da série da Capcom no Snes, pode-se destacar Mortal Kombat, que apesar de ser uma série muito consagrada na época dos 16 bits não chegou a ter o carinho de fãs mais ardorosos da mesma forma que Street Fighter 2 teve na época.

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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