Análises

Super Street Fighter IV

Uma edição “SUPER” de um jogo que já era perfeito?

Lembro como se fosse hoje, quando foi anunciado com muito alarde por revistas o ‘Super Street Fighter II: The New Challengers‘ e um ano depois, ‘Super Street Fighter II Turbo‘ para os arcades. Todo mundo ficou naquela ânsia pra pegar o jogo logo, e quando saiu… bem… Foi isso mesmo. Emoção pura! Personagens novos, uma barrinha de especial arrasadora, além é claro, do poderoso AKUMA.

Quando este ‘Super Street Fighter IV‘ foi anunciado, senti o mesmo ‘tesão‘. Claro que a imprensa e jogadores do mundo todo também foram levados pelo ‘hype‘, esperando é claro, um upgrade sinistro em tudo, além dos novos lutadores. E como todo mundo sabe, é claro que o jogo saiu com tudo que tinha direito, 10 lutadores, 2 opções de especiais, cenários renovados, bônus de quebrar o carrinho e barris, jogabilidade explosiva e tudo mais. Então o que você está esperando aí que não foi comprar o seu logo? Bem, caso você realmente ache que é apenas mais uma jogada de capitalização da Capcom (tá certo, eu até te entendo, explico depois), e vai ficar com seu “Streetzinho 4” aí mesmo, vou tentar te convencer a não fazer isso. Compre o jogo logo, vou explicar o porquê.

A Capcom parece ser mestra em dividir opiniões por aí. Tenho lido em fóruns muita gente reclamando que o jogo poderia ser apenas um ‘add-on‘ por download, já que 10 lutadores a mais não justificam um investimento num jogo novo. O pior, a Capcom poderia ter esperado e lançado já a versão ‘definitiva‘. Quando a Capcom lança roupas por download, que na verdade já estão no disco, a lenga-lenga é a mesma, que ela quer capitalizar em cima, etc… Tudo bem, até concordo com algumas coisas, mas o mundo gira em torno daquilo que move o universo ($$$), que é o capitalismo, e infelizmente o brasileiro não está acostumado a pagar por conteúdo extra e tudo mais. Mas ninguém é obrigado a pagar por uma roupa sensual da Chun-Li, a não ser que você seja tarado por hentais (eu comprei as roupas do original e não arrependo, tem uma do Ryu que é sinistra até… eu sei, estou mudando de assunto)…

Paga os 39 dólares senão vou comer seus ossos…

Acontece meus queridos lutadores de fliperamas de rodoviárias, que o jogo custa apenas 39 dólares, contra os costumeiros 60 dólares de lançamento. É um preço muito RAZOÁVEL pela quantidade de coisas que veio. Veja, no primeiro ‘Super‘ lá nos anos90, vieram apenas 4 lutadores, no upgrade ‘Turbo‘ veio o Akuma, e só… Além dos especiais e tudo mais, o conteúdo é bem menor que esse ‘Super‘, portanto posso dizer com garantias que esse é um legítimo ‘Street Fighter Super‘, e vai agradar todos fãs mais saudosistas. Talvez os mais novos realmente queriam só como DLC, mas e quem não tem internet? E quem gosta de guardar os estojos de DVDs em estantes, como eu?

Vamos ao que interessa o jogo.

Primeiro, se você tiver um save de “Street Fighter IV“, o jogo vai acusar e carregar algumas coisas como roupas extras, inclusive uma de imediato, que lembra o efeito que foi colocado exclusivamente nos PCs, que é aquele ‘ink and paper‘. Segundo, ele vai acusar se você tem DLCs, se tiver comprado as roupas, fique tranquilo, vai poder ver a Chun-Li de tanguinha azul marinho. Terceiro, bem, não há terceiro, e sim quarto, quinto, sexto…

Lembra no original? Você tinha que desbloquear a maioria dos lutadores. Na versão ‘Super’, não há isso, todos já vem liberados de primeira. Mas basicamente segue a mesma coisa, lutinhas pra esquentar, a luta contra o rival, o Seth chefão que no começo pega leve e depois vira um apelão no segundo round, e se tiver ganho de todos personagens sem perder um round, ele mesmo, Akuma aparece pra acabar com sua brincadeira. Ou não, caso você seja viciado e detone ele numa boa (não tive problemas com ele, só com o Seth)…

Caminho das Índias…

Tirando os eventos acima, é claro, os bônus rounds entram, exatamente como (eita) bônus. Temos o carrinho a ser destruído, ao melhor estilo de “Final Fight“, ainda mais parecido com o original, que basicamente é só meter chutes fortes que você vai arrebentar ele de cara. E a fase com os barris, que sempre foi chatinha, mas desafiante.

Basicamente a mesma coisa, com diferenças sutis. Com os 10 personagens a mais, temos uma infinidade de novas estratégias e combos pra se aprender/masterizar e arrebentar. Logo, uma infinidade de novas lutas pra se divertir, e nem estou falando no multiplayer, que é o melhor do jogo. Vamos então aos lutadores:

Juri – Eu que sou meio tarado por japagirls (ela é coreana, mas você entendeu), não levei muito a sério a personagem desde o primeiro trailer. Por mais que fosse bonita e parecesse ter golpes legais, me pareceu um pouco apelativa (sexy demais também enche) e sem carisma. Sério… Pois mudei completamente de opinião ao jogar com ela. Simplesmente arrasadora, os golpes são muito bons, encaixam perfeitamente, e como poderia esperar, Tae Kwon Do (judô? LOL, piada interna) é o seu estilo, e os golpes de pernas comandam. A personagem é extremamente ‘do mal’, praticamente uma psicopata, quando ela acaba com Seth ainda faz questão de chutar ele depois de morto. Tem mais, uma fala que chama a atenção é ao encontrar seu rival M. Bison, ela diz “Vou comer sua carne e seus ossos…“. QUE ISSO MULHER, APAIXONEI! 😀

Hakan – O ‘bobalhão’ elemento cômico da nova turma, assume o espaço do outro palhaço “El Fuerte” de personagem mais ridículo do universo “Street Fighter IV“. É um lutador de sumô turco, com óleo. Sei lá o que diabos é isso, mas por incrível que pareça existe. Mas calma, o personagem é muito bom, difícil de se masterizar, com seu estilo que envolve agarrões. Claro que o rival dele é o Honda. Seu “Ultra Combo” é magnífico e engraçado. Apesar de tudo, tem carisma, e é muito bem desenhado (o óleo fica por seu corpo, um efeito muito bonito). Curti bastante!

T. Hawk – O ‘indião’ continua fuderoso, pega pra capar. Com seus especiais e golpes que são difíceis (nunca consegui jogar bem com ele), é ideal para os saudosistas.

Dee Jay – Mais um da velha guarda de ‘Super’. O jamaicano continua com suas pesadas, seu estilo inconfundível, e seus Ultra Combos arrasam. Sempre gostei muito dele, e caso você também o curta, vai se divertir muito com sua versão em 3D, totalmente bem renderizada de acordo com o antigo personagem em duas dimensões.

Adon – Seu desenho veio diretamente da série Alpha (e não do Street Fighter original, que pode entrar como roupa extra), Adon está aí pra quebrar caras com seu “Muay Thai”, especialmente a de Sagat. Quem curtia ele na Alpha, vai delirar nesta versão.

Cody – Vindo diretamente do “Alpha 3“, inclusive com a roupa de presidiário e tudo mais. Nunca gostei muito do estilo dele, mas tá valendo pra quem gosta. Ele tem uma richa antiga com o…

Guy – Outro personagem de “Final Fight” que ganha uma versão 3D vinda diretamente de “Alpha 3“. Divertido à beça, meio difícil de jogar no começo, mas depois você acaba ficando meio apelão com ele.

Ibuki – A jovem ninja de “Street Fighter III“, aqui ficou bem apelona. Não sei se é o estilo dela, mas vários golpes encaixam com perfeição, fazendo dela uma das personagens mais fáceis de se masterizar.

Makoto – Outra fãzoca do Ryu, luta karatê. É mais ou menos o esquema de Ryu/Ken, vindo diretamente de “Street Fighter III“. Vai protagonizar uma das lutas de ‘rivais’ mais constrangedoras da história de Street Fighter.

Dudley – Mais ou menos o mesmo esquema de Balrog, pois é lutador de boxe e não usa as pernas. Veio diretamente de “Street Fighter III“. Sinceramente nunca gostei muito do personagem, mas fica a dica aí pra você que gosta do estilo.

Graficamente o jogo está mais bonito, senti menos serrilhados, uma iluminação mais acertada e cores um pouco mais vivas. O que mais chama a atenção é claro, são os cenários bem desenhados, e as arenas novas. Há uma savana africana em que acontece no meio da luta um eclipse, um ‘mercadão’ de rua cheio de gente torcendo, a Índia com seus elefantes e tudo, e também um prédio em construção.

O mais bacana do pacote continua, a jogabilidade explosiva. Agora o jogador pode escolher entre 2 estilos diferentes de Ultra Combos, como no clássico “Street Fighter III“. Ryu por exemplo, tem entre seus especiais tanto aquele super “Hadoukão”, como um que invoca seu poderoso Shoryuken, chamado de “Metsu Shoryuken“, com efeitos muito bacanas, dignos da franquia.

Que isso Fei Long? Eu hein?

Modos online reformulados como o “Team Battle” para até 8 jogadores, o “Endless Battle” em que o principal chamativo é: o vencedor fica e continua, o derrotado cai fora, como nos bons e velhos tempos das fichas de fliperamas de rodoviárias, onde se faziam “rodinhas” para tentar tirar o cara fodão que não saia da máquina. Temos ainda o “Replay Channel“, que arquiva as lutas online automaticamente (haja servidor hein Capcom?), que o principal objetivo vai ser ver as lutas dos fodões do universo, ou mesmo mostrar pros outros amigos como você é ruim.

Agora se você é como eu, um jogador que prefere ficar offline e não passar vergonha e jogar no modo Arcade, não se preocupe. O jogo vai te entreter por um bom tempo, como disse acima, afinal são 35 lutadores, muitas opções diferentes em termos de lutas, masterizar combos, estratégias e claro, zerar com todos personagens. O jogo traz novamente os animês nos finais de cada história, e uma introdução com ‘fotinhas’ animadas.

Homem que bate em mulher tem que ir pra cadeia…

A Capcom jura ter mexido bastante no balanceamento, por exemplo Sagat não está mais tão apelão. Mas eu sinceramente senti a Juri muito poderosa, e também como disse anteriormente, a Ibuki. Fora isso, continua tudo na mesma, quem destrói com o Blanka continua destruindo. Contra a máquina, o Seth continua um FDP apelão que no segundo round vai querer te sacanear de todas as formas possíveis e imaginadas por uma inteligência artificial, ou como queira, um computador ladrão.

Don’t mess with my daughters!!!

Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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