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Uncharted 4: A Thief’s End

Foram longos cinco anos desde a última vez que vimos Nathan Drake em “Uncharted 3”, que retorna em grande estilo no quarto título da franquia, com a missão de aposentar o icônico herói, como revela o subtítulo “A Thief’s End” (O Fim de um Ladrão).

A produção do game teve algumas polêmicas no meio do caminho, como a demissão da roteirista e diretora criativa da série, Amy Hennig, da produtora Naughty Dog. Ela foi substituída por Neil Druckmann e Bruce Straley, criadores de “The Last of Us“, um dos jogos mais recentes e aclamados da empresa. Dizem que esse “troca-troca” causou um atraso de oito meses na produção do game, tempo gasto por Hennig durante o projeto e que foi “jogado fora” pela nova equipe criativa.

Mas, disputas de egos à parte, será que o novo “Uncharted 4” consegue manter, ou até mesmo melhorar, o excelente nível de qualidade dos games anteriores? Continue conosco e confira o que achamos dele em nossa análise.

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O show deve continuar

A narrativa sempre foi um dos maiores destaques das loucas aventuras de Drake, e em “Uncharted 4” ela marca presença de maneira magnífica, onde podemos acompanhar nosso herói três anos após os eventos do último jogo. Nathan agora é um cara casado, e como tal, vive uma rotina pacata bem distante do seu glorioso passado de caçador de tesouros. No entanto, essa tranquilidade é interrompida quando Sam, o seu irmão mais velho, reaparece em sua vida pedindo ajuda para encontrar o tesouro perdido do pirata inglês Henry Avery, que realmente existiu no século XVII.

Essa é apenas a ponta do iceberg da história do game, que também conta com importantes flashbacks mostrando o relacionamento entre Drake e seu irmão. De forma geral, o roteiro é de longe o mais maduro de toda a franquia, abordando aspectos da personalidade do protagonista até então nunca vistos antes. Novos personagens são apresentados, todos muito carismáticos e com diálogos inteligentes, com destaque para Sam, o esteriótipo do irmão mais velho rebelde.

A relação entre os dois é o que move a narrativa do game, com grande enfoque na relação humana e seus acertos e falhas. Mas não se preocupe se você acha que agora vai ver uma “novela mexicana“, longe disso, pois os momentos de ação de tirar o fôlego, explosões espetaculares e fugas impossíveis, já marcas registradas da franquia, continuam lá para fazer inveja aos melhores blockbusters de Hollywood.

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Uma linda aventura

O trabalho primoroso do roteiro e apresentação dos personagens é acompanhado por gráficos e visuais que não ficam atrás, ao apresentar cenários belíssimos em seus mais de 20 capítulos, que duram cerca de 12/15 horas (número que aumenta consideravelmente se você for explorar os cenários pelos tesouros escondidos). A jornada dos irmãos Drake passa por diversas paisagens e lugares inusitados (e outros já esperados) como brigas na prisão, florestas tropicais, cidades históricas, catacumbas, cavernas, montanhas, entre outros cenários exuberantes, criados com um design artístico impecável. Cada nova área revelada desperta uma grande emoção em explorá-la ou de apenas ficar ali olhando, girando a câmera, e admirando a complexidade da construção das paisagens.

Mas não apenas os cenários mas como também os personagens se apresentam com uma qualidade visual impressionante, extremamente realistas, com destaque para as expressões faciais. Você se sente conectado com os personagens apenas observando suas reações e olhares, e as vezes você vai até mesmo esquecer que está jogando um game. Sem dúvida é o título que apresenta os visuais mais impressionantes do PlayStation 4, até agora.

O tamanho dos mapas está bem maior em relação aos antecessores, dando ao jogador maiores possibilidades de exploração em busca dos tradicionais valiosos artefatos escondidos, quebrando um pouco (nada exagerado) a linearidade presentes nos outros “Uncharted“.

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A jogabilidade, todavia, pouco foi alterada, seguindo o mesmo padrão sem grandes inovações, seja no sistema de armas ou nos combates corpo a corpo (que continua bem simples e poderia ter sido melhorado). O que podemos perceber é um enfoque maior no sistema furtivo, sendo possível atravessar algumas áreas sem ser notado pelos inimigos – ou mesmo eliminá-los na surdina, um a um, sem chamar a atenção.

A grande novidade é a introdução da corda/gancho, que permite atravessar grandes distâncias, porém só é possível usá-los em locais pré-determinados. Mesmo assim, ele oferece novas possibilidades que vão testar os reflexos e agilidade do jogador, especialmente em plataformas escorregadias.

Mas para aqueles que gostam da ação tipo Rambo, basta dar um tirinho para que um batalhão de mercenários apareça em sua frente para um tiroteio com balas e explosões por todos os lados. Particularmente, eu gosto de eliminar alguns no modo furtivo e o resto vai na bala mesmo, afinal, é bom treinar os headshots.

Por fim, o áudio completa o majestoso pacote de “Uncharted 4” com a bela trilha sonora composta por Henry Jackman, famoso por seus trabalhos em Hollywood em filmes como “X-Men: Primeira Classe”, “Detona Ralph”, “Capitão América 2: Soldado Invernal”, entre outros. A dublagem, como sempre, está perfeita, com grande interpretação dos dubladores que conseguem transmitir os mais variados humores e tensão que o roteiro exige. O jogo conta com uma boa dublagem em português (além de textos e legendas em nosso idioma), mas a original em inglês continua imbatível.

Multiplayer Divertido

Eu não joguei muito o multiplayer, mas dei uma rápida sapeada e todos os cinco modos presentes são bem divertidos e nada complexos, acessível inclusive para os novatos que não estão acostumados com partidas multiplayer. Temos o modo Ranked, focado em partidas competitivas; Comando, em que se deve proteger o capitão do time e tomar locais de comando espalhados no mapa; Team Deathmatch, o clássico mata-mata entre times e Pilhagem, que consiste em trazer um artefato para a sua base. Os designs dos mapas são criativos e extensos, oferecendo várias possibilidades de ação para o jogador (inclusive com muito uso da corda/gancho aqui), além de contar com habilidades mágicas que oferecem novos, e divertidos, recursos para os personagens! Futuros modos cooperativos e com veículos estão nos planos da Naughty Dog.

Bônus: Confira abaixo um vídeo onde é possível jogar o clássico “Crash Bandicoot” (também da Naughty Dog) do PSOne em “Uncharted 4”. Tente conter suas lágrimas de nostalgia! (e sim, preciso treinar mais, não estou mais acostumado com os direcionais duros).

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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