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Video Games Live 2006 – São Paulo

– Confira como foi o show –
É isso aí colegas gamers, aconteceu neste último domingo (19/11), em São Paulo, o aguardado concerto Video Games Live, organizado pelo compositor Tommy Tallarico e o maestro Jack Wall e que possui em seu repertório músicas de vários games clássicos.

Era para eu ter ido a esse show, mas graças a problemas financerios e acadêmicos, não pode ir até lá presenciar a orquestra. Por isso pedi a um colega (gamer old school), que foi ao VGL que escrevesse suas impressões sobre o espetáculo, o qual eu disponho aqui para que outras pessoas (especialmente aquelas que não foram…. como eu, e que depois de ler essa review ficou arrependido) possam ter uma idéia de como foi a performance da orquestra sinfônica dos videogames. Fiz algumas notas em parênteses para complementar o texto.
*Agradecimentos ao Metarumano Birdman pelo texto e músicas e ao Snake FoxDie pelas fotos.

Análise do Show:

Eu fiquei umas boas semanas no aguardo desse show. É claro que há muitas músicas que eu gostaria que fizesse parte do set list.

Mas estou até agora em transe no clima do show, só o fato de ver e ouvir ao vivo uma orquestra tocando músicas de games foi de encher os olhos.

Mas comecemos do princípio: a fila!

Nada muito grande e a abertura só atrasou meia hora, o que é nada para quem já está acostumado com os Anime Friends da vida.


pessoal aguardando para entrar na Via Funchal em São Paulo


Na entrada eles estavam barrando filmadoras e comida. Levaram a minha barra de cereal (malditos…), prometeram devolver, mas acho que a comeram (barra de cereal nem é propriamente comida, pô).
Lendo num fórum por aí descobri que não fui o único que perdeu a barra de cereal.

Parece que a fiscalização do Show do Rio de Janeiro estava menos rígida, teve gente que entrou com filmadora. Em São Paulo deixaram entrar com máquina fotográfica, desde que não fosse utilizado os flashs durante o show… tá bom então.

Chega de enrolação e vamos ao show, mas primeiro irei comentar as atrações a parte que teve antes do início do show. Havia um estande (uma mesa) vendendo camisetas, bonés e posteres do VGL.

Eram poucas unidades, quem deixou para depois do evento não encontrou mais nada. Mas também tudo meio salgado, a camiseta era uns R$ 35. Tinha um CD que estava a venda que eu nem vi direito, continha umas músicas do Earthworm Jim e de algumas outras músicas, talvez pertecentes do repertório do Tallarico. Você também podia comprar a programação por uns R$ 10. Mas era quase como uma revista, com uma pequena descrição de cada jogo e estava tudo em inglês.

Teve um campeonato de Guitar Hero 2, com a guitarra. E uma demonstração com chance de experimentação para quem entrasse na fila do Wii. Com o jogo novo do Zelda e um de corrida que eu não identifiquei (nota: o game é Excite Truck). Só que o canto em que estava parecia a entrada para o inferno!

Wii em primeira mão para o pessoal da VGL, com Excite Truck e Zelda Twilight Princess


Conforme você ía se aproximado do console enchia o número de gente (em sua maioria macho) e o teto diminuía, e as paredes ficavam apertadas, sem nenhuma entrada de ventilação, estava literalmente um calor dos diabos. Não fiquei nem um minuto lá, só dei uma espiadinha. Quem ficou ali era porque com certeza estava REALMENTE AFIM de ver o Wii, enquanto que para mim, isso continua sendo uma exclamação de uma criança numa balança.

Teve um concurso de cosplay… se é que podia chamar aquilo de concurso…
Eu esperava encontrar metade da platéia de cosplay e a outra metade de preto.
Só que tinha bem poucos cosplayers. Eu fiz a minha parte, fui de Adam Hunter (do Streets of Rage). Quase ninguém me reconheceu. Só umas três pessoas me reconheceram. Tá certo que ele é um personagem negro, mas é um negro com o cabelo arrepiado e alisamento japonês (nota: nosso amigo aí é japonês).

Um garotinho acompanhado da mãe perguntou se eu estava de Wolverine (coitado de mim).

Os poucos cosplayers que estavam lá eram pertecentes aos jogos que faziam parte do concerto. Os que subiram no palco eram menos ainda. O concurso se resumiu em a platéia ficar gritando para ver quem ganhava. Ganhou a Yuna. A única que fez alguma encenação foi a dançarina que ficou em segundo.

Mas enfim, não era nada disso o que importava muito no dia. Tanto que foi rápido e o Show começou na hora praticamente.

a casa de espetáculos Via Funchal lotada (mezanino e camarote esgotados)



O Show:
Primeira parte:

Começou com o Medley de arcade e clássicos, como Pong, formando uma certa melodia com o barulho das rebatidas. Asteroid, Donkey Kong, Elevator Action, Centipede, Frogger, Duck Hunt, Punch Out e etc (preciso conversar com um camarada meu, nessa hora eu estava tentando fazer o meu mp3 player funcionar para gravar as músicas hehehe..). Tinha vários clássicos de Arcade e do 8bit (Nes, não vi nenhum do Master). Voltei em Dragons Lair, Space Ace, seguidos de Ghost & Ghouls, muito bacana. Gauntlet, lembro de ter jogado. Hastar, depois foi o saudoso Outrun, finalizando o Medley com o Tetris (versão original).

Em seguida apareceu o Tallarico saudando a platéia. Falando que video game não era mais só coisa de crianças e de nerds, mas sim uma forma de entreterimento do século 21. Alguns levaram como ofensa…

Recomeçando o show com o grande tema do Metal Gear, com uma encenação de palco a famosa cena do soldado com o ponto de exclamação, bem hilária ainda mais quando passado algum tempo quem sai da caixa é o próprio Tallarico.

Castlevania: nessa hora ligaram a máquina de gelo seco e com os laser ficou com um visual bem bacana… bem propício.. Na tela uma mescla de praticamente todos os Castlevania, desde os do nintendinho até os mais recentes passando pelos portáteis.

God of War: nesse jogo e em outros comentaram que havia uns spoilers nos vídeos. O coral mandou muito bem nas músicas. Aliás, o coral é da cidade onde eu moro, Sorocaba, eu acho que já ouvi alguns deles em alguma apresentação de música sacra aqui na cidade.

Houve um momento interativo, o do Space Invader: o cara teve que vestir uma camiseta com um sensor de movimento e um controle nas mãos para disparar os tiros e ficar correndo de um lado para outro. Parece que o cara do Rio foi pior, apesar do de São Paulo ter perdido várias vidas uma atrás da outra. Nenhum dos dois conseguiu terminar com os aliens. O pessoal andou criticando a performace dos dois, mas tem que ver que na hora bate um nervosismo e você só faz cagada.

Civilization IV: a música é bem bacana com uma letra em algum dialeto africano, parece que o Tallarico escolheu essa música para compor o setlist brasileiro… O que ele quis dizer com isso??

Tomb Raider: conhecido por uma boa parte do público, mas não empolgava que nem os grandes clássicos. Mas possuía algumas nuâncias na música, que para quem quisesse apreciar, poderia fazer tranquilamente pois a maioria do público ficou em silêncio. Mesclando momentos mais tranquilo e outros que sugeriam ação.

Zelda: ao contrário da música anterior a platéia se fez ouvir. Mas é aquela coisa, apenas no começo da música e no término, ou em alguma virada muito significativa. Eu particulamente não sou muito fã, mas conheço a música e sei apreciar.

Outra música incluída para o público brasileiro, Libari Fatali (FF8), uma boa música. Sem imagens, só achei que o coro ficou meio apagado em alguns momentos. Talvez precisassem por mais pessoas para encorpar mais o coro, mas foi uma boa execução.

ATO 2

A Competição do Frogger: escolheram um homem e uma mulher, é claro que a platéia torcia para a mulher ^^

Mas quem ganhou foi o cara, com uma margem mínima de pontos. Fiquei pensando se o cara o fez por consideração ou se foi por nervosismo, pois a garota nunca tinha jogado o jogo na vida.

Ah.. no meio dos dois o Tallarico parecia um anão. A garota que tinha porte de modelo, até tirou o salto em consideração a ele, mas não adiantou muito. Tudo isso foi presenciado as gargalhadas da platéia.

Tallarico sempre fazendo umas piadinhas. E ele perguntando se o pessoal gostava da Disney (eu gosto de algumas coisas da Disney). Ninguém respondia. Então perguntou da Square. Aí sim.

Tudo para anunciar Kingdom Heart. Ele fez o povo gritar Kingdom Heart (ao contrário do que uma certa pessoa preconceituosa escreveu em um artigo dela).

E na primeira vez juro para vocês que saiu da minha boca sem querer King of Fighters….hehehe.. nada a ver.

A Música foi com imagens da Disney. Teria mais impacto se fosse as do jogo, mas a Square não liberou nenhuma imagem dos seus jogos.

Sonic: uma das músicas preferidas minha e do público.
Inesquecível, foi um medley das fases do Sonic 1, igual a música de encerramento do jogo. Com cenas do Sonic 1, 2, 3, Knuckles, Pinball, Sonic Adventure 1, 2 e Sonic Heroes. Pecaram em não ter colocado Sonic CD. Essa eu cantarolei junto. Se eu não estivesse sentado numa mesa confortávelmente, eu estaria correndo de um canto a outro ^^


Sonic foi um dos grandes momentos do Show


Warcraft: acho que dos jogos de PC que faziam parte do show, esse provavelmente era um dos mais conhecidos.

Final Fantasy Piano: com a lenda da Internet o Martin Leung (nota: gênio pianista de apenas 17 anos). Levou a lágrimas os fãs de FF, com um medley que ía de FF2, FF11 até FF7, 8 e 10. Coisa de louco. O cara foi aplaudido de pé (nas três vezes em que tocou). A Orquestra devia estar um pouco com inveja.


Martin Leung detonou ao vivo até mesmo de olhos vendados


Advent Rising: uma música desconhecida do público brasileiro, mas te digo, tem uma melodia encantadora e as cenas do jogo tem um clima que lembra os clássicos dos adventures, no quesito enredo, assim como Beyond Good & Evil. É de autoria do Tallarico, que levou uns três anos para concluir.

Em algum momento, não me lembro exatamente, o Tallarico fez uma piadinha do pessoal colocar os vídeos no youtube, logo depois que o pessoal mostrou os celulares.
Ele pediu para não cortarem os aplausos no final.

Halo 1, 2 e 3: Sei que esse jogo tem os seus fãs, mas não vi muito na manifestação do público. Vi em vários artigos elogiando a música, dizendo o aguardado Halo. E a música é boa, mas não pareceu ser tão assim aguardado, ou os fãs de Halo são bem comportados. Não percebi muito entusiasmo, com exceção de um desconhecido e solitário que gritou no anúncio da música do Halo 3. Tamanha foi a discrepância com o resto do público que até o maestro, Jack Wall, se virou para ver quem era e talvez pedir, digo talvez pois não se trata de um concerto de música clássica, onde se precisa pedir silêncio para concentração numa manifestação de tosse incontida ou algo do gênero.

Pois silêncio era algo incômodo e preocupante num show que tinha a energia do Rock (palavras do próprio Tallarico). Mas acho que uma única voz, as vezes é mais incômoda do que muitas. Porque estou com esse discurso enrustido? Pois a voz solitária era eu…hahahahahah.. que insano…

Depois ouvi uns comentários do tipo: ééé, esse cara deve ser fã mesmo!!

Aiai…Coitadas de umas amigas que se esconderam debaixo da mesa….

Mario: esse sim foi uma gritaria.
E em seguida, mais Mario só que em piano e com os olhos vendados.
Depois, sem as vendas mais Mario, em versão turbo, provando que não era plágio nenhum. O Martin Leung faz umas caretas fenomenais. O cara sente a música (é claro que não é necessário fazer caretas, mas fica legal). Merecidamente foi aplaudido de pé.


Mario e Luigi também compareceram ao concerto


Tetris: do Nintendinho no Piano, a Balalaica.

Muito empolgante, acompanhada com as palmas da platéia, puxadas pelo Tallarico e o Jack Wall. Conforme a música ía acelerando, era uma prova de resistência para as nossas mãos. Acompanhei com vigor, deu até vontade de dançar aquela dança típica russa. Muito divertido…

One Winged Angel: com certeza a música mais aguardada da noite. E a Orquestra e o coral não fizeram feio. O sumiço em algumas partes do coro no Liberi Fatali, foi inexistente aqui.

Resumindo tudo, foi bastante divertido e memorável. Só que como todos, gostaria que tivesse outras músicas também. Achei que faltou mais encenações no palco, iria adorar se tivesse uma no Ghost & Ghouls.
Agora é esperar pelo DVD.

Escute algumas músicas do show:

Arcade
Castlevania
Civilization IV
God of War
Liberi Fatali
Metal Gear Solid
Space Invaders
Tomb Raider
Zelda

Abaixo o Set List

Ato 1
Classic Arcade Medley
Metal Gear Solid
Castlevania
God of War
Space Invaders (Segmento Interativo)
Civilization IV
Tomb Raider
Zelda
Final Fantasy VIII (Liberi Fatali)

Ato 2
Frogger (Segmento Interativo)
Kingdom Hearts
Sonic
Warcraft
Final Fantasy (Solo de Piano)
Advent Rising
Halo 1 e 2
Halo 3
Mario
Mario (Solo de Piano)
Balalaica Tetris (Solo de Piano)
Final Fantasy VII – Tema de Sephiroth (One-Winged Angel)

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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