História do Videogame

A História do PlayStation 2

por Márcio Alexsandro Pacheco

Nós já vimos na História do PlayStation que a Sony acabou entrando no mercado de videogames por um golpe de sorte do destino e por uma bela escorregadela da Nintendo. Assim, a gigante japonesa assumiu o primeiro lugar disparado com o seu PlayStation, posto antes disputado a unhas e dentes por Sega e Nintendo, e que ninguém imaginava que um terceiro surgiria do nada e dominaria o mundo. O sucesso avassalador do PS durou seis anos, quando em 2000 chegaria o segundo filho da Sony que dominaria o mundo tornando-se o videogame mais vendido da história, com mais de 157 milhões de unidades vendidas até hoje. Seus concorrentes diretos foram o Dreamcast, GameCube e Xbox, mas nenhum deles foi páreo para o titã negro da Sony. Veja como tudo começou na História do PlayStation 2.

O início da sexta geração dos videogames

Como já visto na História do Dreamcast, a Sega foi a primeira a entrar no nova geração de 128 bits com o seu carismático console, lançado em 1998, 15 meses antes da chegada do PS2. O DC inicialmente teve boas vendas e trouxe novidades interessantes, além dos gráficos exuberantes de seus games, sendo a mais notória o modem embutido para se jogar online. O aparelho era o verdadeiro sonho da Sega em recuperar o primeiro lugar na indústria, que já havia sido seu com o Mega Drive. Tudo ia bem para a Sega e o seu console, que estava sozinho no mercado e a cada dia ganhava mais adeptos, mesma estratégia que a empresa utilizou com o seu 16 bits, lançado bem antes do rival SNES e que conseguiu construir uma base sólida de fãs.

Mas o sonho começou a acabar quando a Sony anunciou oficialmente em março de 1999apenas quatro meses depois do lançamento do DC no Japão – o PlayStation 2, o novo console que prometia ser uma super máquina. Nesse mesmo dia, a Sega experimentara uma queda vertiginosa nas vendas do DC. O PS2 nem havia sido lançado e já abalava as bases da concorrência. Mesmo assim, o DC teve um bom lançamento nos EUA, em setembro de 1999, chegando a quebrar recorde de vendas em seus primeiros dias na terra do Tio Sam.

o Dreamcast ao lado do tijolão PS2

Mas mais uma vez, a Sony roubou os holofotes da Sega quando no final de setembro de 1999 (algumas semanas depois do lançamento americano do DC), revelou pela primeira vez ao público um protótipo do seu novo console e os primeiros games jogáveis, durante a feira Tokyo Game Show. Após sua aparição, não se falava de outra coisa, e os primeiros jogos mostrados foram demos de “Tekken Tag Tournament“, “Gran Turismo 2000” (demo feita para mostrar as capacidades do aparelho e que viria a ser GT3), “Eternal Ring“, “Dark Cloud“, entre outros.

vídeo demonstrativo das capacidades do PS2 na TGS

A empresa liberou algumas informações, como a data de lançamento prometida para março de 2000, no Japão, e mostrou vídeos e demos do que o aparelho seria capaz de reproduzir. O PS2 mostrou-se muito versátil, pois além dos jogos próprios ele poderia rodar filmes em DVD (o único daquela geração a fazer isso – O Xbox para rodar DVDs tinha que comprar um acessório), CDs de áudio e tinha retrocompatibilidade com o PlayStation original. Tudo isso num pacote só era uma coisa e tanto para os anos 2000, e apenas lembrando que nessa época os DVDs Players estavam se expandindo loucamente no mercado. O console já nascia com uma biblioteca invejável de jogos, e um dos maiores hypes da história dos videogames começou neste dia. Mas ainda faltavam muitos meses para o lançamento do aparelho, e assim como tinha aqueles que acreditavam no seu potencial, havia os que achavam que seria um grande fracasso.

Lançamento problemático

E assim chega o grande dia, 4 de março de 2000, dia do lançamento oficial do PS2 no Japão. Com um visual arrojado e especificações técnicas avançadas – era o videogame mais poderoso lançado até então – ele rapidamente ganhou os jogadores japoneses, e em apenas dois dias vendeu 980 mil unidades10 vezes mais do que o PS original havia vendido em seus três primeiros dias em 1994. Dez jogos foram lançados junto com o console, e durante os cinco meses após o seu lançamento, houve um forte crescimento na venda dos jogos e também no mercado de DVDs. A procura era grande e havia falta de unidades nas lojas para todos os sedentos consumidoresteve até japonês se suicidando do topo de um prédio de Akihabara por não conseguir o seu.

Em junho de 2000 a Sony deu um gostinho do que o público norte-americano poderia esperar do PS2, durante a feira E3. Na ocasião, as vendas do Dreamcast já haviam caído bastante, em parte por causa das fortes e agressivas campanhas publicitárias da Sony para o seu novo console, focadas em mostrar o aparelho como uma central de entretenimento digital online, tanto para crianças como para adultos, o que fez muita gente esperar pelo seu lançamento. A Nintendo ainda investia no N64, mas já havia anunciado a produção do GameCube, assim como a Microsoft fazia o anúncio do seu Xbox (e o primeiro Halo), ambos videogames que sairiam apenas em 2001. Mas quem brilhou na E3 2000 foi mesmo o PS2 e um impressionante trailer de nove minutos de “Metal Gear Solid 2“, com visuais e trilha sonora cinematográficos de cair o queixo e que deixou a todos eufóricos. Uma data para o lançamento nos EUA também foi anunciada: 26 de outubro daquele ano, ao preço de US$ 299100 dólares mais caro do que o DC.

trailer de MGS2 na E3

Há dois anos já no mercado, o DC passava por uma excelente fase criativa, com games como “Shenmue“, “Crazy Taxy” e “Jet Set Radio“, enquanto que o PS2 tinha um ou outro jogo expressivo, como MGS2 e GT, mas também mostrava títulos que pouco impressionavam, como “Eternal Ring“, “Silent Scope” e “TimeSplitter“. Algo curioso, a Sega e o DC tinham uma maior ênfase ao suporte online, do que a Sony parecia se importar no início, apesar do PS2 também poder acessar a internet. Mas isso mudou com o lançamento do serviço concorrente Xbox Live, com a gigante japonesa lançando então o PlayStation Network Adapter no final de 2002, com “SOCOM: US Navy SEALs” sendo o primeiro jogo a ter suporte ao gameplay online. Porém, a Sony marcou bobeira ao insistir no modelo descentralizado de serviços online, deixando a cargo das produtoras montar a infraestrutura de servidores. A Xbox Live era bem mais organizada e eficiente.

Mas enfim, finalmente chega o tão esperado dia, e o PS2 é lançado oficialmente nos EUA no dia 26 de outubro de 2000, junto com 26 títulos (aos quais um ou outro realmente impressionava) e com a promessa de mais de 50 lançamentos até o final daquele ano. O lançamento do PS2 em solo americano foi tempestuoso e marcado por uma série de problemas. Ironicamente, a Sony fez tão bem suas campanhas publicitárias que a procura pelo console nos primeiros dias de vendas foi gigantesca, mas o problema é que havia pouca quantidade do aparelho disponível no  mercado. Era previsto um milhão de consoles no lançamento, mas apenas 500 mil unidades chegaram às lojas. Mas mesmo assim, foi o suficiente para oi videogame quebrar o recorde de vendas do DC de US$ 98 milhões, atingindo a incrível marca de US$ 250 milhões em seu primeiro dia de venda, mais que o dobro do que o rival (mas vale lembrar que o PS2 era mais caro). Atrasos na linha de produção fizeram com que muitos consumidores ficassem de mãos vazias, o que acabou gerando uma total histeriatodo mundo queria o seu PS2, mas era difícil encontrar unidades nas prateleiras dos revendedores. Os que tinham dinheiro chegavam a desembolsar mais de US$ 1000 em sites de leilão como o Ebay para comprar o seu (e ainda assim pagaram mais barato que o PS4 brasileiro).

uma das várias propagandas diferentes-bizarras-surreal do PS2

Dúvidas quanto ao sucesso

O mesmo cenário se repetiu no lançamento na Europa, um mês depois, com uma grande procura e falta de aparelhos nas lojas, mas lá era ainda pior, já que havia míseras 80 mil unidades e apenas seis títulos disponíveis. A Sony Europa inclusive contratou o famoso cineasta David Lynch, notório por seus trabalhos surreais, para preparar uma série de comerciais para o lançamento do PS2 na região. A campanha foi chamada de “The Third Place“, e no comercial de lançamento, Lynch descobriu que ele fora transmitido em preto e branco, e não colorido como deveria ser. A urucubaca estava solta. Os constantes problemas, a falta de aparelhos devido a atrasos na fabricação, memory cards que apresentavam defeitos, poucos títulos expressivos no lançamento e desenvolvedores que reclamavam da dificuldade na produção de games para a plataforma – Keiji Inafune e Shinji Mikami da Capcom fizeram reclamações públicas –, eram fatores preocupantes para a gigante japonesa que poderiam custar o sucesso do seu videogame a longo prazo. Teria ele o mesmo sucesso que o seu irmão mais velho? Ou estaria fadado ao fracasso?

comercial de David Lynch

Nos meses que se passaram após o seu lançamento, uma onda de ceticismo rondou o console e as suas vendas amainaram, mas mesmo assim vendia mais do que o seu único concorrente, o DC, até que no começo de 2001, a Sega anunciou que devido à problemas financeiros, estava desistindo da produção de hardware e iria se dedicar apenas no desenvolvimento de software. Essa foi a primeira vítima do PS2, que ainda não era um sucesso avassalador e causava dúvidas no público, enquanto os outros rivais, Xbox e GameCube, se preparavam para entrar no ringue. Ambos os consoles eram mais poderosos que o PS2, e especialmente o Xbox, anunciado pessoalmente por Bill Gates na GDC 2000, parecia ser um temível adversário. Mas eventualmente, a ameaça do console da Microsoft cessou quando foi lançado meses depois, por um preço mais alto e num mercado que a Sony já tinha boa base com o seu PS2, sobrando assim para o Xbox e GameCube disputar um distante segundo lugar (e o Xbox acabou levando a melhor, mesmo que por uma diferença pequena).

Phil Harrison, executivo da Sony na época, foi questionado sobre as ondas de criticismo que a companhia passava, respondendo que esse era o reflexo do “significado cultural mundial da introdução do PlayStation 2“. Demorou 6 meses após o seu lançamento para que finalmente um título ultrapassasse um milhão de unidades vendidas, marca alcançada por “Onimusha: Warlords” da Capcom, e afastando os fantasmas de “Tekken Tag Tournament“, “Street Fighter EX3” e “Ridge Racer V“, que acabaram não vendendo tão bem quanto se esperava.

o DC foi apenas o primeiro, o XB e GC foram esmagados logo em seguida

O sucesso avassalador

Mas apesar disso, foi apenas nos feriados de final de ano em 2001, um ano depois do seu lançamento, que as vendas do console realmente explodiram, com vários lançamentos de peso, liderados principalmente por GTA III, da Rockstar, que virou febre mundial. O jogo, que completou 12 anos nesta terça-feira (22), revolucionou o mercado ao apresentar uma aventura num universo 3D, popularizando o conceito de “mundo aberto“, onde o jogador tinha liberdade de fazer o que quisesse. O sucesso foi imenso, e o jogo até hoje já vendeu mais de 13 milhões de unidades e é o quarto título mais vendido no console, e sem dúvida nenhuma ajudou a alavancar as vendas do PS2 no mundo todo.

Para continuar seguindo a boa vibe – e por um certo receio do sucesso do Xbox –, no começo de 2002 a Sony reduziu o valor de seu console para US$199, o mesmo preço do GameCube (até então o videogame mais barato do mercado) e US$100 mais barato que o Xbox, o que também garantiu que as boas vendas continuassem. E já que falamos neles, o PS2 foi a casa de centenas de jogos memoráveis, de todos os tipos e para todos os gostos. Tinha games de esporte, ação, aventura, simulador, puzzle, enfim, se você queria variedade, o PS2 era a escolha perfeita, isso sem dizer que ele ainda rodava toda a imensa biblioteca do seu antecessor. Todos esses fatores mais do que influenciaram para o seu sucesso com os consumidores.

O título mais vendido do aparelho é “GTA:  San Andreas“, lançado em 2004 e que já vendeu mais de 20 milhões de unidades. Em segundo lugar, temos, adivinhem o quê? Mais um GTA, mas agora é o “Vice City“, lançado em 2002, ultrapassando a casa dos 16 milhões. Na terceira posição, para variar um pouco, temos o excelente “Gran Turismo 3“, seguido por GTAIII, como já dito anteriormente. “Gran Turismo 4” vem no quinto lugar e o espetacular “Final Fantasy X” ocupa a sexta posição, seguido nas posições seguintes pelos “Need for Speed: Underground1 e 2 respectivamente. “Medal of Honor: Frontline” ocupa a nona posição, e finalmente “Metal Gear Solid 2” completa a lista dos 10 jogos mais vendidos no sistema, com a marca de seis milhões de cópias vendidas.

o PS2 conta com um invejável catálogo de jogos

Claro que esses são apenas uma pequena amostra do que o console tinha disponível, muitos deles exclusivos. Várias franquias que hoje fazem sucesso começaram no PS2, como “God of War“, “Kingdom Hearts” e “Devil May Cry“. Jogos considerados cult também marcavam presença, como “Ico“, “Shadow of the Colossus” e “Okami“. A febre de games musicais também tiveram seu debute no PS2, representados principalmente por “Guitar Hero“. Enfim, era uma infinidade de jogos que é impossível eu listar todos aqui sem deixar um de fora, pois alguém vai sentir falta. São mais de dois mil títulos disponíveis, e o sistema até hoje recebe lançamentos oficiais, como FIFA e PES, e segundo a Sony há jogos na linha de produção até 2015.

Em 2004 o PS2 já era sucesso absoluto, e assim como a Sony fez com o antecessor, já estava na hora de substituir o “Tijolão” por uma versão Slim mais compacta, silenciosa e redesenhada: era lançado o PS2 Slim (ele teve revisões em seu design em 2007 e 2008, ficando ainda menor e mais leve), que deu sobrevida de mais nove anos ao sistema, num total incrível de 12 anos de atividadeuma das mais longas na história dos videogames, e ainda não acabou, ele vai muito mais longe. Foi só no início de 2013 que Sony anunciou que ia descontinuar a produção do PS2, encerrando assim uma longa trajetória de sucesso, que fez a alegria de milhões de jogadores e deixando um legado sem precedentes para os seus sucessores, o PlayStation 3, lançado em 2006, e agora mais recentemente com a chegada do PlayStation 4.

“Tijolão” com a sua versão compacta Slim acoplada a um EyeToy – um acessório inovador e interessante lançado que consiste numa câmera que filma os movimentos do jogador e o coloca na tela, interagindo como se estivesse dentro do jogo (Kinect?)

E no Brasil?

O console foi sucesso no mundo todo, mas especialmente aqui no Brasil, graças à pirataria, infelizmente, sendo facilmente destravado com os ModChips, para que possa rodar jogos falsificados e filmes em DVD de qualquer região. Uma pesquisa divulgada em março de 2012 pela GFK, empresa de estudo do mercado brasileiro, apontou que mais da metade dos videogames vendidos no Brasil são PS2. O aparelho da Sony responde por cerca de 55% das vendas de consoles no país. Já os videogames da chamada “nova geração” (PlayStation 3, Wii e Xbox 360) abocanham 35% das negociações, enquanto os portáteis respondem por 10%. Curiosamente, o cenário é diferente em relação às vendas de jogos no país: a nova geração representa cerca de 76% do volume negociado, sobrando 17% para a antiga geração e apenas 7% para os portáteis. Claro, isso se explica porque os jogos de PS2 são falsificados, e portanto não entram na pesquisa.

o PS2 conta com vários jogos modificados para o público brasileiro, os preferidos são PES, GTA e Guitar Hero

É difícil criticar a pirataria no Brasil, já que os preços oficiais não são justos com os brasileiros. O PS2 começou a ser fabricado no Brasil na Zona Franca de Manaus a partir do segundo trimestre de 2010, assim como alguns jogos. Dez anos depois do seu lançamento, ele chegou oficialmente em território nacional custando R$ 800,00sendo que nos EUA custava apenas US$ 99, cerca de R$ 215,00, na cotação do dólar do dia. Os games fabricados por aqui variam entre R$ 99,00 e R$ 120,00. No mercado “alternativo“, o videogame é facilmente encontrado com preços que variam entre R$ 300,00 e R$ 400,00 (e até por menos), e os jogos falsificados saem por R$ 10,00. As favelas de todo o Brasil agradecem.

o PS2 herdou o excelente design do controle e o indispensável cartão de memória (com tamanho que varia de 8 Mb a 128 Mb) do console original

Conclusão

Apesar dos problemas em seu lançamento, o PlayStation 2 foi (e ainda é) o maior sucesso da história dos videogames. Quando passou pela fase conturbada e começou a vender que nem água no deserto, Ken Kutaragi, o “pai” do PS original (e que também esteve envolvido na criação do PS2 e PS3), chegou a fazer chacota dos desenvolvedores que criticaram o PS2, dizendo “dois anos atrás alguns desenvolvedores reclamaram do PS2, mas este ano ninguém está reclamando“. Quem ia reclamar de um sistema que em 2006 ultrapassou a marca de 100 milhões de unidades vendidasa mais rápida da história. O PS original levou mais de nove anos para conseguir o mesmo número. Um nome, uma marca e uma história de sucesso indiscutível.

Mais do que um console de videogame, era uma plataforma DVD Player e CD Player, que podia ser utilizado tanto na horizontal, como na vertical. E ainda era possível desfrutar os games da coleção antiga do PS, tudo isso num pacote só, provando que videogame não era “coisa pra criança“, mas sim um sistema que podia divertir adultos e toda a família. Não é a toa que é o videogame mais vendido da história. E com quase  200 milhões de PS2 espalhados pelo mundo, pode ter certeza que a história dele não termina aqui, e um dos consoles mais queridos de todos os tempos ainda viverá por um longo e longo tempo!

Assim como eu, você que está lendo certamente deve ter muitíssimas lembranças e histórias com esse videogame, portanto, participe compartilhando seus momentos inesquecíveis conosco, de uma época saudosa (ou se ainda joga!) em que podíamos gastar várias horas jogando e se divertindo sem se preocupar com nada.

Leia aqui a história de outros consoles:

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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