A “luta de classes” já chegou no mundo virtual

por Eye Of The Providence

No mundo atual, não falta gente querendo criar regras, modelos de conduta, tudo em prol do politicamente correto. Ultimamente, esta turma tem encontrado um prato no cheio no mundo dos videogames para fazer “balões de ensaio” com suas esquizofrenias.

Esses dias, tomei conhecimento de uma feminista canadense chamada Anita Sarkeesian, que possui um projeto no site “Kickstarter” intitulado de “Tropes vs. Women in Video Games“, onde ela pede fundos para fazer vídeos denunciando a cultura machista e os estereótipos femininos na indústria dos games (pasmem, ela já arrecadou quase US$ 160 mil com essa brincadeira).

Esses delírios não são uma novidade. Quando acontece um atentado em uma escola ou universidade dos EUA, a primeira coisa que a imprensa faz é pesquisar quais jogos o autor (ou autores) do crime jogava. Se há um jogo de tiro, pronto, está encontrado o motivo que levou um psicopata a matar centenas de inocentes em uma instituição de ensino. Se realmente jogos de tiro tivessem este potencial bélico para deformar a mente das pessoas, estaríamos vivendo uma guerra civil sem precedentes na história da humanidade.

Resident Evil 5, que se passa em uma cidade fictícia da África, foi acusado de “cultuar o imaginário racista“, uma vez que o protagonista (Chris Redfield) é branco e mata zumbis negros (tá, não são exatamente zumbis, mas você entendeu). Caramba, mas ninguém protestou em favor dos “ganados” espanhóis que morreram nas mãos de Leon em RE4, nem dos inúmeros norte-americanos de Racoon City exterminados por uma bomba atômica em RE: Nemesis?

Até a PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais em português) gostou da brincadeira e vem acusando certos games de incentivarem maus tratos aos animais. A bola da vez é o Assassin’s Creed IV: Black Flag, criticado pela entidade por “glorificar a caça de baleias com harpões” (uma atividade comum para piratas como Edward Kenway no século XVIII).

Nem mesmo a fantasia de Tanuki que o Mario usa escapou da PETA. A ONG fez um jogo online chamado “Mario kills Tanooki“, mas a reação da comunidade gamers foi extremamente negativa, obrigando a entidade a recuar e alegar que tudo não passava de “uma brincadeira espirituosa, com o objetivo de chamar atenção para um assunto sério“. Ah, Zelda também é acusado de ser “classista, sexista e racista“.

Sinceramente, é muita falta do que fazer por parte dessas pessoas. Se não gostam de um jogo, não o comprem, mas não tentem podar a criatividade dos produtores para satisfazer certos caprichos. Se os pais não querem que as crianças joguem jogos violentos, proíba-os em sua casa ou jogue junto com seus filhos e os oriente a discernir realidade e ficção. Mas por favor, não fiquem patrulhando os games alheios. Tenho certeza que a maioria dos jogadores sabem que eles são apenas obras de ficção voltadas para o puro e simples entretenimento.

Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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