Análises

Alone in the Dark 5

– o pioneiro dos jogos Survival Horror –

Alone in the Dark é um jogo originalmente produzido para computadores e foi lançado em 1992. Pode ser considerado o pai do gênero survival horror, é graças a ele que hoje você pode jogar algumas pérolas como Resident Evil e Silent Hill.

Já na época o game introduzia características que marcariam o estilo, como uma trilha sonora sombria, cenários assustadores e um enredo bem caprichado. Teve mais três continuações (nem vou citar a versão cinematográfica, se você nunca assistiu, não perdeu nada), mas o primeiro é considerado o melhor de todos.

Agora, depois de sete anos, a lendária saga volta para várias plataformas (PC, PS2, PS3, X360 e  Wii) em sua quinta produção no gênero survivor horror. O trailer lançado em 2007 mostrava um jogo sensacional. Será esta nova versão melhor que o original? Confira abaixo em nossa análise.

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Uma Nova York Caótica

O ano é 2008 e você é Edward Carnby, que acorda em um edifício em chamas e adivinhe só, sofre de amnésia. Você olha pela janela e vê um caos pela cidade. Você não tem uma pista do que está acontecendo até o momento, o que é muito bom para instigar a curiosidade do jogador para que continue jogando.

Agora Carnby deve encarar uma aventura à procura por respostas para as manifestações bizarras e sobrenaturais que assolam a cidade e principalmente, para descobrir o segredo de sua verdadeira identidade e qual a sua conexão com o homônimo investigador que viveu em 1920 a história do primeiro jogo.

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Nosso herói durante sua jornada pelas ruas caóticas de Nova York, descobre várias histórias e rumores sobre estranhas atividades no Central Park, o epicentro dessa loucura toda. Histórias misteriosas como árvores mutantes, comportamento bizarro dos animais, invasões de hordas de insetos e que embaixo do parque existe túneis em que acontece alguma atividade misteriosa, uma pista para solucionar todo o mistério.

Claro que ao chegar lá, você vai encontrar um Central Park igual a um verdadeiro inferno, com explosões, incêndios, desabamentos e zombies por toda parte. Essa parte do jogo lembra mais um filme de ação hollywoodiano do que um assustador filme de terror. A medida que você vai avançando, o game vai ganhando uma atmosfera mais sombria, se aproximando assim do seu gênero, lembrando um filme B de terror, mas sem nada de espetacular.

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O enredo até começa bem, mas acaba se perdendo e nota-se que poderia ter sido mais bem trabalhado, pois o jogo acaba enfocando mais a jogabilidade do que a história, com você tendo que resolver puzzles e indo de um lugar para outro.

Felizmente os menus são simples e fáceis de se manejar, com você podendo carregar o que conseguir colocar em seu casaco. Uma inovação bem vinda, principalmente para os novatos, é a opção DVD, que funciona como episódios do jogo (coisa que em 1994 seria impensável). Se você estiver perdido em alguma parte, não sabe o que fazer basta pular o “capítulo” e passar adiante, voltando mais tarde.

O que realmente vai chamar a atenção em Alone in the Dark é a tentativa de sua jogabilidade realística. Sim, tentativa, pois o resultado final é bastante frustrante. Seu personagem é mal feito e desengonçado, mas o pior são os controles, que são travados e duros, te deixando na mão em momentos importantes. Os comandos demoram a responder e o uso de armas com o analógico mais atrapalha do que ajuda. Infelizmente tiveram boas intenções com a jogabilidade, mas a execução deixou a desejar, apresentando um movimentação do protagonista que as vezes pode ser uma tarefa bem difícil e travada, seja a de simplesmente se virar ou correr. Tentaram criar um clima de ação interessante, a interação com o ambiente é interessantíssima, mas tudo o que o jogo promete, é estragado pela má execução.

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O jogo é bem intuitivo e vai lhe proporcionar vários momentos para usar essa intuição. Tudo aqui gira em torno do elemento fogo. Imagine você numa sala escura cheia de zombies e criaturas famintas, o que fazer? Procurar por iluminação é uma opção, e é isso que o jogo te oferece, através de várias combinações.  Você pode botar fogo em muitas coisas no cenário, para iluminar ou atacar inimigos. Se você ficar ferido, nada de usar itens milagrosos, e sim passar um spray nos machucados para dar aquela “enganada” e se o caso for mais grave, melhor arranjar algo para estancar o sangramento para não morrer.

O sistema de combate é bem simples e usa o botão analógico direito, para usar cadeiras, extintores e o que mais você encontrar como arma. Aliás, a única coisa que mata efetivamente seus inimigos é o fogo. Você possui uma única arma durante o jogo inteiro, e ela é inútil contra eles, a não ser que você misture algum liquido inflamável nas balas (como uma boa vodka) e exploda os bichos através de fogo.

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Um problema sério aqui é o uso das câmeras, que pode ser em terceira ou primeira pessoa, e geralmente ela não se encontra em um lugar que nos ajude, e muitas vezes você terá que ficar alternando as câmeras, o que é extremamente chato. O jogo tem ainda alguns problemas irritantes, como uma mecânica baseada na tentativa e erro. Por exemplo, se você colocar explosivos numa porta e nada acontecer, já que o certo era você jogar uma garrafa e explodir no ar perto da porta, que explode em milhões de pedaços, ou de você cair de um lugar que não deveria e morrer na queda. Tentar dirigir um carro então, é uma missão que pode se tornar bastante frustrante e não muito divertida. Alguns puzzles podem também irritar o gamer que busca uma solução obvia, mas que a mecânica do jogo não aceita.

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Os gráficos oscilam entre o bom e o ruim. Certamente está longe da capacidade de um Mass Effect ou Gears of War, mas não faz feio, com bons efeitos especiais e iluminação bastante agradável, especialmente os efeitos de fogo. Alguns visuais estão bem feitos, mas percebe-se um certo relaxamento em algumas áreas, uma falta de polimento e acabamento em alguns aspectos e bugs nas texturas, o que não é legal para um jogo desta geração de videogames superpoderosos. Um adiamento de dois ou três meses do jogo poderia ter resolvido esses problemas. Espere encontrar uma inconstância nos gráficos que varia entre o detalhado e o muito simples.

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A trilha sonora também tem os seus altos e baixos, com algumas faixas bem repetitivas e chatas, mas, entretanto, também possui composições musicais mais elaboradas e surpreendentes, com efeitos sonoros que ajudam a captar a tensão e o medo que o jogo precisa transmitir. Infelizmente a dublagem não ficou nada boa, com vozes sem emoção, com diálogos estúpidos e que não casam com os personagens.

AITD Pre-Order Screen 4 (PR)“Fear of the Dark, I have a constant fear that someones always near”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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