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Análise | Agora no PC, “Octopath Traveler” nos brinda com oito histórias inesquecíveis

Nos anos 90, o Super Nintendo era o videogame ideal para qualquer jogador que adorasse RPGs japoneses. Com títulos como Final Fantasy VI, Breath of Fire, Secret of Mana, Chrono Trigger, só para citar alguns, a biblioteca desse gênero era vasta na plataforma, que nos brindou com alguns dos melhores jogos deste tipo já feitos.

Nos dias atuais, existem jogos que tentaram replicar a grandeza vista nos JRPGs daquela época, mas nenhum conseguiu fazer isso de forma tão impecável quanto “Octopath Traveler”. Desde o momento que foi demonstrado pela primeira vez, já tínhamos noção de que poderíamos estar diante de algo especial.

Até então exclusivo para Switch, o jogo ganhou um port muito competente para PC. Com suporte à resolução 4K e 60 fps, mesmo se você não tiver um computador rápido o bastante para jogar dessa forma, é totalmente possível jogar a 1080p e 60 fps sem muito esforço, pois trata-se de um jogo não apenas bonito, mas bastante leve. Se você não se importa em perder a portabilidade da plataforma da Nintendo, esta pode ser considerada, sem nenhum receio, como a versão definitiva deste game.

Falando mais do jogo em si, nele você começa sua jornada tendo que escolher um dentre oito personagens disponíveis, cada um com sua própria história e habilidades. Ao longo da aventura, você poderá ir ao encontro dos outros personagens, caso queira, e adicioná-los ao seu grupo, o que ajudará e muito na hora das batalhas mais difíceis.

Conforme dito anteriormente, cada personagem tem uma história própria, dividida em quatro capítulos que precisarão ser completados para que você a conclua. Cada história foca nas forças e fraquezas de seu protagonista, com tramas distintas umas das outras, indo de busca de vingança pela morte de seu pai como também desvendar os mistérios por trás de um livro obscuro.

A história se desenrola da mesma forma que víamos nos RPGs japoneses de décadas atrás, sendo necessário conversar com determinados NPCs para dar continuidade a ela, cumprir certos objetivos e, claro, lutar contra uma ampla variedade de inimigos.

A jogabilidade nas batalhas é a clássica luta por turnos que se inicia por meio de encontros aleatórios enquanto você está explorando certos locais. As pequenas diferenças, no entanto, acabam deixando elas mais empolgantes.

Cada inimigo tem pontos fracos que você precisa descobrir ao longo da luta. Apenas ao atingi-los você quebra a defesa deles, lhes deixando inconscientes por uma rodada e suscetíveis a mais dano. Por exemplo, se um inimigo é fraco contra espadas, use golpes com esta arma até que sua defesa seja quebrada, para apenas daí fazer uso de suas habilidades mais poderosas, de modo a maximizar o dano que elas causam.

Os personagens também contam com um sistema de pontos de batalha durante as lutas. A cada rodada eles ganham um ponto, até um máximo de cinco. Você pode fazer uso deles para aumentar ainda mais o dano que você causa. Quando tiver mais avançado na evolução do personagem, estes pontos também servem para ativer a poderosa habilidade divina, que auxilia e muito o seu grupo ou então infringe dano considerável nos oponentes.

Outro aspecto importante da jogabilidade de “Octopath Traveler” é o sistema de “Jobs”. Cada herói tem seu job primário – Guerreiro, Sacerdotisa, Ladrão, Mago e assim por diante. No entanto, você não fica restrito a usar somente um job por personagem, pois você pode encontrar escondidos no mapa do jogo os outros Jobs para poder colocá-los como secundário nos personagens, complementando aquilo que eles podem fazer.

Outra coisa muito legal dos personagens é que cada um tem uma habilidade especial exclusiva, que serve para completar certos objetivos ou acessar coisas/locais até então intransponíveis. Olberic, por ser um guerreiro, pode provocar brigas com os NPCs, algo que é útil para conseguir entrar numa casa até então barrada por eles. Primrose consegue usar seu charme para convencer outros personagens a segui-la, e eles podem ser chamados para ajudar na hora de lutar contra os inimigos. Therion, por ser um ladrão, consegue abrir baús roxos que possuem os melhores tesouros e também pode roubar itens de NPCs.

A mercadora Tressa pode usar sua lábia para comprar itens (alguns extremamente raros) de outros personagens. Cyrus consegue aplicar sua inteligência para saber mais a respeito de um determinado NPC, o que muitas vezes garante, por exemplo, descontos nas lojas ou então a localização de um item escondido. Quanto maior o nível do personagem, mais eficaz será o uso dessa habilidade exclusiva dele.

Graficamente “Octopath Traveler” nos apresenta cenários e personagens 3D com texturas que imitam visuais 2D. Parece uma espécie de 16-bits modernizado, por assim dizer, e que foi muito bem implementado, pois consegue manter a qualidade artística vista nos melhores RPGs japoneses de mais de duas décadas atrás.

Outro ponto forte do jogo é a trilha sonora. Seja nas cidades, explorando o mundo ou em alguma batalha, haverá sempre uma música adequada para aquela determinada situação, com muitas delas ficando na sua cabeça, de tão boas. Assim como nos JRPGs de outrora, a música muda drasticamente (para melhor) de acordo com a dificuldade das lutas ou do inimigo que você irá enfrentar.

Algo que deixou um pouco a desejar em “Octopath Traveler” são as quests secundárias. Ao contrário das histórias de cada protagonista, essas quests, com algumas exceções, são tediosas e pouco oferecem para complementar a experiência do jogo.

CONCLUSÃO

“Octopath Traveler” foi um dos melhores JRPGs lançados em 2018 para Switch e volta a repetir seu sucesso em 2019, desta vez no PC, com um excelente port que supera a versão original em todos os aspectos. Com oito protagonistas, um ótimo sistema de batalha, narrativa bem escrita e dirigida, um vasto mundo a ser explorado e uma trilha sonora contagiante, todo fã deste gênero deve ir atrás desse jogo o quanto antes.

Prós

  • Ótima jogabilidade por turnos
  • Trabalho artístico impecável, mantendo essência visual dos JRPGs clássicos
  • História muito bem escrita
  • Sistema de Jobs que permite customizar drasticamente cada personagem
  • Trilha sonora excelente

Contras

  • Quests secundárias poderiam ser melhores
  • Ausência de textos e legendas em português pode afastar alguns jogadores

NOTA – 9.0

Uma cópia do jogo no Steam foi fornecida pela Square Enix para elaboração desta análise

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