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Análise | “CONTROL” é uma aventura de suspense contra o mundo sobrenatural

Divulgação

As histórias de suspense consolidaram a Remedy no mercado de videogames. Em 24 anos de história, pode-se dizer que todos os games desenvolvidos pela empresa finlandesa foram um sucesso, pois sempre trouxeram algo de diferente, e em Control, a empresa repetiu esta fórmula.

Nossa heroína é Jesse Faden, uma jovem de 28 anos que acabou de assumir o posto de diretora do Federal Bureau of Control (FBC), uma organização especializada em lidar com fenômenos paranormais. Os agentes do FBC estão lutando contra uma força hostil conhecida como “Hiss”, e seu objetivo é combater esta presença ameaçadora do mundo astral e, ao mesmo tempo, tentar descobrir o que aconteceu com o irmão mais velho de Jesse, que foi capturado pela FBC no passado.

Control tem poucos personagens, mas é possível conversar bastante com eles para entender melhor a história

Com cerca de 12 horas de campanha, toda a história de Control se passa dentro do FBC. O mapa é controlado por portas com níveis de acesso (1, 2, 3, etc.), e a medida em que as missões são concluídas, Jesse ganha passe livre às salas de maior nível de segurança. Embora a história seja linear, o jogador tem liberdade para percorrer o cenário e explorar salas pelo caminho, algo fundamental para encontrar colecionáveis e itens para melhorias.

Para não se perder, o melhor caminho é se guiar pelas placas dentro do prédio

Control tem uma atmosfera sombria e perturbada. O cenário futurista contrasta com objetos e tecnologias feitas no passado. Formas geométricas distorcidas ganham espaço nos ambientes dominados pelas forças sobrenaturais. Além disso, sons e ruídos fazem parte da “trilha sonora” nada convencional do game, e as bizarrices não param por aí. Algumas salas ou objetos não levam a lugar algum, o que faz o jogador pensar ,“Qual é o sentido disso?” ou “Como o FBC usava aquilo?”

Algo interessante em Control é a sua jogabilidade. Ao invés de desenvolver comandos complexos com elementos “da moda“ como, por exemplo, furtividade ou tiroteio com sistema de cobertura, a Remedy apostou em movimentações tradicionais (corre, agacha, atira) e investir nos poderes de Jesse. A protagonista é “possuída” por uma força astral que lhe dá habilidades sobre-humanas. Ela é capaz de levitar e arremessar praticamente todos os objetos do ambiente, inclusive partes de concreto, que podem ser quebradas e utilizadas como arma. A medida que se progride e se acumula pontos de melhorias, é possível aumentar o número de habilidades de Jesse, bem como a de sua arma (chamada de Service Weapon), que permite que ela se transforme em armas mais poderosas.

Não é possível escolher o nível de dificuldade no jogo. As melhorias de Jesse deixam a campanha balanceada, mas não fácil. Até o fim do jogo é possível encontrar desafios e morrer facilmente se o jogador não bolar uma estratégia decente para sobreviver às hordas inimigas. Infelizmente não existem muitos adversários diferentes, sendo sua maioria os mesmos soldados ou monstros genéricos vistos no começo da campanha, mas nitidamente eles ficam mais fortes de acordo com o progresso da história.

Da parte técnica, o jogo é um dos primeiros que usam efetivamente o Ray Tracing em tempo real nos PCs, oferecendo visuais incríveis na plataforma para os jogadores que tiverem placas de vídeo GeForce RTX. A iluminação e os reflexos são incríveis e dependendo da configuração e do PC, e em Full HD (1920×1080) você consegue de 60 a 70 fps nos momentos de exploração, e de 50 a 60 nos confrontos contra os inimigos. Ocorrem algumas quedas de framerate, mas nada que atrapalhe a progressão no PC.

O jogo também tem suporte ao DLSS (Deep Leaning Super-Sampling) na plataforma, função que está sendo adotada em muitos jogos e que usa a inteligência artificial pra melhorar a performance.

Imagem de Control rodando no PC, com Ray Tracing ligado

Conclusão

Control é uma obra sinestésica, onde som e imagem trabalham juntos para criar uma atmosfera bizarra, repleta de suspense e com personagens densos. Embora o título tenha claras inspirações em Quantum Break, a Remedy conseguiu dar a Jesse uma história original e personalidade própria. O jogador precisa correr atrás de colecionáveis e até mesmo de mensagens deixadas no cenário para compreender um pouco melhor o universo de Control e os segredos guardados pela FBC. Ao mesmo tempo que perguntas são esclarecidas, novos questionamentos surgem, e é justamente isso, somado a uma ação ininterrupta, que fazem de Control um game com a dosagem correta.

Prós

  • O enredo prende o jogador do início ao fim
  • A fotografia do game ajuda a construir o ambiente de suspense
  • Jogabilidade dinâmica
  • Missões secundárias servem para ganhar pontos e aumentar a diversão
  • Os poderes de Jesse

Contras

  • As expressões faciais poderiam ser melhores
  • Pouca variedade de inimigos, e os chefes não são marcantes

NOTA – 8.5

Colaborou no artigo: Rodrigo Flausino

O jogo nos foi fornecido pela Remedy para elaboração desta análise

Gabriel Magalhães

Colaborador do GameHall, fundador do Forever Jogando e Analista de Marketing.

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