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Análise | “Detroit: Become Human”, agora no PC, mostra como o mundo poderá estar daqui algumas décadas

Em nossa sociedade atual existem vários locais cujos processos tem pouca ou nenhuma interação humana, com o trabalho sendo realizado exclusivamente por máquinas, o que agiliza o processo e permite que usemos nosso tempo em outras tarefas. A montagem de veículos automotivos é um dos exemplos mais claros disso, com boa parte de sua construção sendo feita sem interferência direta humana, que está lá apenas para garantir que as coisas estejam ocorrendo sem nenhum problema técnico.

“Detroit: Become Human” pega esse conceito e nos dá uma ideia de como seria nosso cotidiano quando a maioria dos trabalhos braçais ou aqueles que não requerem nenhum conhecimento técnico específico ficasse nas mãos das máquinas, no caso, os androides.

A história do jogo, que é inquestionavelmente seu ponto mais forte, coloca o jogador em uma versão futurista da cidade de Detroit, nos Estados Unidos, onde os trabalhos entendiantes ou corporais são feitos quase que exclusivamente por androides. O problema é que isso acabou causando um aumento considerável no desemprego, pois a evolução veio com muita rapidez, não dando tempo para que as pessoas negativamente afetadas por ela se adequassem e encontrassem uma nova forma de se sustentar.

No meio desse debate entre humanos que abraçaram a mudança, pois ela melhorou muito suas vidas, e também aqueles que a odiaram pois ficaram sem ter como prover para suas famílias, existem três histórias distintas, envolvendo os androides Kara, Markus e Connor.

Kara é uma androide de uso doméstico, que realiza afazeres do lar como lavar a louça, a roupa, limpar a casa, cuidar das crianças, essas coisas. Sua principal tarefa no jogo é servir como empregada na casa de um pai, que caiu nas drogas devido a ter perdido o emprego por causa dos androides, e também agir como babá da jovem Alice, que por muitas vezes sofre a ira de seu pai. Esse lugar se torna palco de eventos que fugiram do seu controle e forçam Kara a trilhar um novo caminho em busca da liberdade.

Podemos dizer que Markus é o mais afortunado dos protagonistas, sendo o cuidador de um famoso e bem sucedido artista plástico. Só que, assim como Kara, tem sua vida virada de cabeça para baixo, com acontecimentos que o fazem encontrar seu objetivo de “vida” na sociedade, em uma história que mudará para sempre o destino de androides e humanos.

Connor é o androide mais avançado criado pela empresa Cyberlife, responsável por “inundar” os Estados Unidos com esses robôs extremamente avançados. Seu principal objetivo é trabalhar com a polícia na solução de crimes envolvendo androides, que até então achava-se que eram pacíficos e sempre faziam tudo que seus mestres humanos ordenassem, só que logo de cara na aventura você vê que não é esse o caso.

As histórias dos três, embora separadas no começo, eventualmente se conectam e as decisões que você tomar poderão levá-las a um desfecho bom ou ruim para seus personagens. A narrativa é bem escrita e dirigida, sendo um trabalho bem melhor do que o visto no fraco “Beyond: Two Souls”, se aproximando mais de jogos como “Heavy Rain” ou “Until Dawn”, lhe deixando sempre curioso a respeito do que virá a seguir. A atuação dos protagonistas e personagens secundários, alguns interpretados por figuras famosas do cinema, como Clancy Brown (Um Sonho de Liberdade) e Lance Henriksen (Aliens, O Resgate), também é destaque.

A jogabilidade é quase que totalmente focada em eventos de ação rápida, os famosos “QTE” (Quick Time Events). Isso significa que você não precisa de nenhuma destreza específica para passar por determinadas situações, necessitando apenas prestar atenção nos comandos que aparecem na tela para apertá-los corretamente e na hora certa. Com o passar das horas, esse sistema acaba ficando entendiante, fazendo você desejar por apenas poder continuar “assistindo” ao jogo, já que seu formato lembra mais um filme do que um game propriamente dito.

Graficamente a versão PC está um espetáculo, especialmente se jogada em 4K, onde podemos ver detalhes inexistentes no jogo de PS4. O lado bom de “Detroit: Become Human” ser praticamente um filme interativo é que você não precisa se preocupar com a taxa de quadros por segundo, já que ela praticamente não vai influenciar sua jogabilidade. É um dos raros casos onde aconselho que você foque em rodar na melhor qualidade gráfica possível para seu computador, mesmo que faça isso em 30 fps.

CONCLUSÃO

Graças a ótima atuação de todos os seus personagens, “Detroit: Become Human” nos proporciona uma história muito bem escrita e contada envolvendo uma sociedade onde humanos e androides vivem juntos. Um colírio visual no PC, especialmente se você tiver uma configuração que permita jogar com os gráficos em seu máximo. A jogabilidade, no entanto, focada quase que exclusivamente em eventos de ação rápida, ou QTE, já deu o que tinha de dar e precisa ser deixada de lado.

PRÓS

  • Visualmente estonteante
  • História bem escrita e dirigida
  • Ótima atuação dos personagens

CONTRAS

  • Jogabilidade focada no QTE cansa depois de um tempo
  • Alguns bugs

NOTA – 8.0

Uma cópia do jogo para PC foi fornecida pela Quantic Dream para elaboração desta análise

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