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Análise | “Final Fantasy XII” para Switch traz ótimas novidades e permite visitar Ivalice em qualquer lugar

Lançado em 2006 no Japão e em 2007 no resto do mundo para PlayStation 2, “Final Fantasy XII” revolucionou a franquia com importantes e bem-vindas mudanças. A história ganhou um tom mais sério e político, ambientada no conhecido mundo de Ivalice, palco dos acontecimentos vistos em “Final Fantasy Tactics” e “Vagrant Story”, enquanto um renovado sistema de batalha evoluiu as mecânicas datadas dos J-RPGs.

Ainda em 2007 foi lançada uma segunda versão do game, “Final Fantasy XII: International Zodiac Job System”, com um novo sistema de profissões e balanceamentos, mas exclusiva para o mercado japonês. Os fãs do ocidente tiveram que aguardar 10 anos para colocar as mãos nessa outra versão, mas a espera valeu a pena! Relançado em 2017 em forma de um remaster em alta definição para PS4 e PC, o jogo recebeu diversas melhorias técnicas e conteúdo extra para agradar tanto os novatos como os veteranos de FFXII.

Um ano depois e acompanhando a recente onda de relançamentos da Square-Enix para os consoles da atual geração, “Final Fantasy XII: The Zodiac Age” chega ao Switch e Xbox One em sua versão definitiva, com ainda mais conteúdo e provando que é um dos mais completos e inventivos jogos da série.

Trama política

Diferente dos games anteriores, nos quais a história gira em torno do desenvolvimento do personagem principal, FFXII apresenta vários personagens com distintos pontos de vista sobre a guerra entre os impérios de Archadia e Rozarria.

O jogador controla inicialmente o órfão adolescente e “ladrão do bem” Vaan, mas é possível assumir o comando de outros personagens conforme progride na aventura. Impossível não se apaixonar pelo pirata dos céus Balthier e sua fiel companheira Fran, uma enorme Viera, raça híbrida de mulheres-coelho, que de tão carismáticos acabam ofuscando Vaan.

Ao controlar qualquer personagem, o foco da história passa a ser o conflito político e existe uma sensação sempre presente de que somos apenas “peões” em uma trama muito maior que se desenrola enquanto exploramos o mundo de Ivalice. Golpes militares, assassinatos encomendados e disputas sociais são apenas alguns temas abordados na complexa e fascinante trama de Final Fantasy XII.

As cidades visitadas durante o jogo são vivas e ricas em detalhes, com vários NPCs para conversar e descobrir mais sobre o mundo e as consequências da guerra em cada região.

Fantasia inovadora

No quesito jogabilidade, o game foi corajoso ao abandonar as consagradas (e cansativas) batalhas por turnos da série e adotar o inventivo sistema “ADB – Active Dimension Battle”. Herança dos MMOs e da empreitada anterior conhecida como “Final Fantasy XI Online”, no sistema ADB os encontros deixaram de ser aleatórios. Agora os inimigos estão sempre visíveis no cenário e tudo acontece em tempo real!

Uma barra de ação carrega enquanto o personagem se movimenta livremente ao redor dos inimigos. Quando ela enche, é hora de realizar a ação previamente escolhida e os inimigos atacam seu grupo sem piedade até sua próxima ação. Essa nova dinâmica adicionou uma camada extra de estratégia e urgência aos combates, deixando tudo mais divertido. É necessário mudar constantemente os tipos de abordagem e táticas de batalha se quiser sobreviver aos inimigos e chefes mais difíceis!

Para acompanhar essas mudanças na jogabilidade, FFXII introduziu o sistema de “gambits”, um modo automático com ações predefinidas que ditam o comportamento de cada personagem. Por exemplo, Vaan sempre atacará o inimigo mais forte de um bando e usará um potion automaticamente caso sua vida baixe para menos de 50% do total. Essas ações são organizadas pelo jogador em ordem de prioridade e executadas pela inteligência artificial durante as batalhas, aumentando o dinamismo. É possível adquirir novos gambits no decorrer do jogo e deixar os heróis cada vez mais personalizáveis e funcionais.

A Era do Zodíaco

Como falado no início do texto, “Final Fantasy XII: The Zodiac Age” para Switch e Xbox One inclui todas as melhorias já implementadas nas versões de PS4/PC, e ainda recebeu novas adições que fazem dela a “versão definitiva”.

Primeiramente, o sistema de profissões incluído em “Final Fantasy XII: International Zodiac Job System” foi repensado para o remaster e permite que os personagens se especializem em 12 classes diferentes: Archer, Black Mage, Bushi, Foebreaker, Knight, Machinist, Monk, Red Battlemage, Shikari, Time Battlemage, Uhlan e White Mage.

No jogo original cada personagem já tinha sua classe estabelecida e não era possível mudar. Na versão de PS4/PC é possível escolher duas profissões diferentes para cada personagem. Já a versão de Switch e Xbox permitem que você mude a profissão a qualquer momento, bastando conversar com um NPC específico. Para facilitar ainda mais, agora o jogador tem à disposição 3 sets de gambits que podem ser alternados durante as batalhas. Isso aumenta muito a diversão pois facilita o grind e ajuda na hora de enfrentar inimigos lendários como Garuda e Yiazmat, sem precisar ter que jogar o game inteiro novamente e montar uma build específica para vencê-los. Ufa!

Final Fantasy XII bebeu da fonte de Final Fantasy X e X-2 para criar seu sistema de evolução, conhecido como License Board. Similar ao Sphere Grid (FFX) e ao Garment Grid (FFX-2), é necessário usar pontos, LPs, para adquirir novas habilidades e desbloquear o uso de novos equipamentos. Caso você ganhe uma arma de nível 3 e não tiver a licença para usá-la, terá de adquiri-la e só depois equipá-la. Esses pontos são conquistados ao completar as caçadas de inimigos específicos e na versão original do game era preciso usá-los com sabedoria ao desbloquear as licenças, pois a escolha era permanente.

Felizmente, a versão “The Zodiac Age” para Switch e Xbox One permite que você reinicie esses pontos a qualquer momento, e todos os LPs adquiridos são transferidos para sua nova profissão. Uma mão na roda!

Outra adição que faz toda a diferença é a possibilidade de acelerar o jogo em 2x ou 4x, além de cortar as animações e filmes em CG. Quem já jogou o game outras vezes pode fazer tudo mais rápido, além de pular a história e focar no grind. É um pouco difícil acostumar com o controle na velocidade 4x mais rápida, mas nada que um pouco de treino não resolva.

Ainda para quem já jogou o game, foram adicionados novos inimigos, armas e a localização dos baús mudou (eles também aparecem com maior frequência). As batalhas contra chefes foram balanceadas para oferecer mais desafio ao jogador.

Uma nova opção de áudio foi adicionada, totalizando três: a trilha original, a trilha orquestrada exclusiva do remaster e a nova trilha rearranjada, com pequenas mudanças nas músicas originais. A dublagem pode ser escolhida entre japonês e inglês, mas a qualidade do áudio das vozes não é boa como a das músicas, deixando o som abafado tanto no modo dock do Switch como no modo portátil.

O modo New Game Plus foi incluído e permite carregar o progresso do seu personagem até o level 90 para um novo gameplay, além de conservar itens e equipamentos da jogatina anterior.

Um reino inteiro na palma da sua mão

Baseada na versão remasterizada de PS4 e PC, “Final Fantasy XII: The Zodiac Age” para Nintendo Switch mantém todas as melhorias gráficas das versões mais robustas e o resultado final é belíssimo! Desde seu lançamento no final do ciclo de vida do PlayStation 2, o jogo surpreendeu com gráficos e animações à frente do seu tempo, aliados a uma direção de arte que mistura fantasia medieval e sci-fi com maestria.

Obviamente, alguns cortes tiveram que ser feitos. A resolução em modo dock é 864p (1536×864), enquanto em modo portátil é 576p (1024×576). Algumas texturas estão em baixa resolução e podem ser vistas com maior frequência nas grandes cidades. No geral, a imagem em modo portátil é levemente mais embaçada que na TV, mas o jogo continua lindo graças a um competente filtro anti aliasing.

A resolução mais baixa foi compensada pelo framerate estável, que permanece em 30 frames por segundo durante praticamente todo o game, com raríssimas quedas. Em comparação, a versão de Xbox One X roda em 4K e 60 fps, mas a experiência de visitar o mundo de Ivalice em qualquer lugar graças à portabilidade do Switch é única, e se tornou minha forma preferida de curtir o game.

CONCLUSÃO

Quase 12 anos após seu lançamento original, Final Fantasy XII continua bonito e gostoso de jogar. As novidades e refinamentos de “The Zodiac Age” dão vida nova ao clássico e o consagram como edição definitiva tanto para quem já jogou, como para quem vai curti-lo pela primeira vez.

O único ponto negativo fica por conta do preço, US$ 49,00, um pouco salgado se compararmos com o remaster de Final Fantasy X/X-2 que também foi lançado para o Nintendo Switch oferecendo dois jogos pelo mesmo valor de US$ 49,00.

Prós

  • Mudar de profissão a qualquer momento
  • Resetar os License Points para cada profissão
  • Jogar em qualquer lugar no modo portátil
  • Novo modo New Game Plus

Contras

  • Gráficos “embaçados” no modo portátil
  • Som das vozes abafados
  • Preço alto para um remaster

NOTA – 9.0

Uma cópia digital do jogo para Switch foi fornecida pela Square Enix para elaboração desta análise.

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