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Análise: Final Fantasy XIV: A Realm Reborn

“Final Fantasy XIV” foi lançado em 2010 para PC, mas como estava cheio de defeitos e foi mal recebido e duramente criticado pelo público, a Square Enix resolveu refazer o game desde o começo, e assim “Final Fantasy XIV: A Realm Reborn” renasceu das próprias cinzas em 2013 para PC e PlayStation 3, para se tornar o segundo MMORPG da franquia – o primeiro foi o bem sucedido “Final Fantasy XI”.

Agora em abril de 2014 uma versão para PlayStation 4 também foi lançada, trazendo uma novidade pouco vista em videogames: o crossplay entre todas as plataformas, PC, PS3 e PS4, ou seja, todos os jogadores jogam em um mesmo servidor e no mesmo mundo, podendo interagir uns com os outros, o que é uma excelente oportunidade. Por outro lado, a má notícia é que para jogá-lo, é preciso pagar uma mensalidade (US$ 12,99, cerca de R$ 29,00 na cotação do dia, sendo o plano mais barato), estratégia que vem perdendo força em meio aos MMORPGs gratuitos, onde só se gasta em itens e equipamentos especiais, se assim o jogador desejar.

Mas apesar da mensalidade afastar muitos jogadores, “FFXIV:ARR” tem muito a oferecer e agradar aos fãs mais devotos da série e dos RPGs online. Uma nova história foi criada, dando sequência ao título de 2010, que se passa no mundo de Eorzea e dá o clima para a campanha principal do jogo, que pode durar umas boas 60 horas ou mais. Quem nunca jogou o título original não terá problemas em seguir a narrativa de “FFXIV:ARR”, que é bastante interessante e cumpre bem o seu papel de despertar o interesse e curiosidade do jogador.

Final Fantasy XIV a Realm Reborn - Chocobos - Imagem

Claro que, como sendo um MMO, ele também muito a oferecer para os que buscam uma experiência social mais tradicional. Como já dito, o game é crossplay, permitindo que você jogue com jogadores com plataformas diferentes da sua, o que é uma aspecto muito interessante. Comparado a outros MMORPGs, o jogo é bastante amigável, com uma interface simples e acessível para todos os jogadores, mesmo aqueles não acostumados com esse gênero. Mas caso se sintam perdidos, há vários tutoriais que podem ser acessados que darão o devido suporte necessário para se progredir.

Como qualquer MMO, há várias quests e missões, que desenvolvem histórias paralelas e que são úteis para evoluir o seu personagem e ganhar dinheiro e itens. O mundo de Eorzea é bem vasto e rico em detalhes, com um design artístico primoroso e bonito na tela. São vários tipos de regiões, terrenos, mudanças climáticas e inimigos para se encontrar durante a exploração do jogo, inclusive com dungeons e chefões criados para múltiplos jogadores usarem suas forças e estratégias em conjunto. E para quem gosta de testar suas forças contra outros jogadores, a matança está liberada no modo PvP (jogador versus jogador), também presente no game.

A customização de personagens, tradicional dos MMOs, também marca presença, com a possibilidade de se escolher entre cinco raças, cada qual com suas particularidades: Hyur (humanos), Elezan (elfos), Lalafel (pequeninos, similares aos hobbits), Miqo’te (felinos) e Roegadyn (grandalhões guerreiros). É possível optar por homens ou mulheres e modificar a aparências em todas as raças.

Final Fantasy XIV A Realm Reborn - Imagem com diversos personagens

Inicialmente são oferecidas oito classes, que podem ser evoluídas posteriormente, após alcançar um certo level. São elas: Gladiator, Marauder, Archer, Lancer, Pugilist, Thaumaturge, Conjurer e Arcanist. Além disso, é possível escolher várias profissões para o seu personagem, que liberam habilidades extras. Um dos grandes pontos positivos desse sistema é que o jogador pode mudar de classe ou profissão em qualquer momento que desejar, apenas trocando a arma equipada, o que dá mais dinamismo ao jogo e não sendo obrigado a ficar preso a apenas a primeira escolha ou ter que criar diversos personagens diferentes – é possível testar todas as classes com o mesmo personagem.

No aspecto técnico, “FFXIV: ARR” recebeu várias melhorias em relação ao jogo original, consertando suas falhas e entregando um jogo bem mais polido e refinado. Os gráficos e visuais são ótimos e possuem um bom padrão, especialmente no PC e PS4 (basicamente idênticas). Infelizmente o PS3 não não consegue acompanhar o mesmo ritmo, com um desempenho bem mais abaixo do que nas outras versões, apresentado texturas mal feitas, serrilhados nos visuais e uma taxa de quadros baixíssima, especialmente quando há muitos jogadores na tela.

Já no PS4 é possível mudar a resolução de 1080p para 720p, especialmente útil quando você está numa batalha contra um chefão com mais de 20 jogadores na tela e deseja uma taxa de quadros mais ágil. A jogabilidade é bem refinada, tanto no mouse com teclado, como nos controles dos videogames, com os comandos adaptados de forma eficaz, especialmente nas batalhas  velozes e furiosas em tempo real, semelhante ao de “Final Fantasy XII“.

Final Fantasy XIV A Realm Reborn - Imagem 03

A trilha sonora, como na maioria dos jogos da franquia, está com qualidade impecável, com arranjos clássicos e memoráveis que marcaram os jogos da série. Entre os compositores temos o nome do genial Nobuo Uematsu, que assina a maioria das músicas e que com certeza não vai decepcionar os fãs tradicionais do nome “Final Fantasy”. Já dublagem não é um dos pontos fortes, com poucos diálogos falados e com enfoque nos textos –  infelizmente não há opção para o português, então caso queira acompanhar o enredo, esteja com o inglês em dia.

Conclusão: “Final Fantasy XIV: A Realm Reborn”  superou as expectativas e de fato renasceu das suas penas de Phoenix Down, melhorando tudo que não deu certo na sua versão original. Além de trazer todas as características de um MMORPG de qualidade, o game não esqueceu dos fãs tradicionais da série, com várias referências ao universo de “Final Fantasy“, como inimigos clássicos, airships, summons, chocobos, entre outros.  Ao comprar o jogo, ganha-se 30 dias grátis para testar o modo online, tempo mais do que necessário para ajudá-lo na decisão de pagar a salgada mensalidade ou não, para continuar jogando.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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