Análises

Jurassic Park

Se você é fã da franquia “Jurassic Park“, já deve ter visto o belo trailer do novo filme da série, “Jurassic World” (caso contrário clique aqui e assista), o que despertou em mim a nostalgia do excelente game lançado em 1993, inspirado no primeiro filme criado por Steven Spielberg, para o bom e velho Mega Drive.

Assim como o longa-metragem, o game produzido pela BlueSky Software em parceria com a Sega of America, foi um grande sucesso no mercado e é considerado uns dos top de linha do console. Ele levou 15 meses para ser desenvolvido, um longo tempo considerando a época, que produzia games para os 16 Bits na metade desse tempo. Confira em nossa retro-análise qual foi o resultado do trabalho dos caras.

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Dinos no Megão

A história do game não segue fielmente o filme, ou ainda o livro de Michael Crichton, mas temos algumas semelhanças. O jogador pode escolher entre os dois personagens disponíveis: o paleontólogo Dr. Alan Grant, que está preso no parque com dinossauros por toda parte e que precisa achar um meio para escapar da ilha; ou como um sanguinário Velociraptor, que consegue escapar da sua jaula e tem como objetivo perseguir e matar o Dr. Grant.

Jogar com o frágil doutor é mais difícil, afinal, ele é apenas um humano suculento para os inúmeros dinos carnívoros espalhados pelo jogo. Para tentar equilibrar as coisas, ele pode usar várias armas, como dardos tranquilizantes, granadas, uma arma de raios e até mísseis, sendo que os armamentos de cor vermelha são os mais eficientes. Os inimigos são vários tipos de dinossauros, confira abaixo:

Triceratops: eles são herbívoros e geralmente pacíficos, mas não chegue muito perto que você pode levar uma chifrada. Em uma das fases Grant chega a cavalgar um deles para derrubar paredes.

Pterodactilo: os dinos voadores não causam muito danos, mas são meio chatinhos. Acabe com eles rapidamente.

Dilophosaurus: aparecem por todo o jogo, eles ficam parados e cospem veneno em você. Alguns deles estão em lugares estratégicos para dificultar a sua passagem e testar a sua paciência.

Compsognathus: são os mini-dinos. Apesar de fofinhos eles podem sugar sua vida progressivamente se chegar muito perto deles, então mantenha distância. O Raptor pode come-los para recuperar energia.

Braquiossaurus: os pescoçudos herbívoros e pacíficos, aparecem apenas nas fases do Dr. Grant. Funcionam como plataforma ou como obstáculos em seu caminho. 

Velociraptors: também conhecidos como Raptors, eles são rápidos e mortais. A medida em que se avança no jogo esses bichos ficam mais espertos, desviando de tiros, correndo abaixados (e mais difícil de acertá-los) e até mesmo abrindo portas (como no filme) para te perseguir.

Tyrannosaurus: o famoso T-Rex, o rei dos dinos e o maior predador da ilha. Não chegue perto dele senão ele te devora. Para passar por ele usa suas armas mais fortes para atordoá-lo e passar em segurança. Só aparece nas fases do Dr. Grant.

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Jogando como Dr. Grant o game oferece sete fases, que não são muito longas, mas podem ser bem ardilosas para um jogador despreparado. Pela ordem, temos a Selva, a Estação de Energia, o Rio (pilotando um bote), a Sala das Máquinas, a Montanha, o Vulcão e finalmente o Centro de Visitantes.

O bom doutor pode usar até sete armas diferentes (todas com munição recarregável), sendo que a maioria apenas atordoa os bichos por um breve tempo, então não fique mosqueando numa mesma área por longos períodos. O jogo tem uma dificuldade acima da média, são apenas três vidas do início ao fim e sem as mamatas de checkpoints automáticos dos jogos modernos. Se você morrer, recomeça a fase lá do início e lembre-se de não pular de grandes alturas, senão diga adeus para uma vida. É possível recuperar a barra de energia com preciosos kits médicos espalhados pelos cenários.

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Como todo bom jogo de plataforma 2D, ele tem uma ação rápida e fluída (apesar do pulo do personagem ser meio travado e te deixar na mão as vezes), tanto na horizontal, quanto na vertical, várias plataformas e algumas fases em que é preciso acionar alavancas para abrir caminho. Nesse aspecto, ele lembra bastante outro clássico do Mega Drive, também inspirado em um filme, o “The Terminator” da Virgin Games.

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Jogando com o Raptor

Uma grande sacada do game foi oferecer a opção de se jogar como o mortífero Raptor. Ele é mais veloz, mais forte e pula mais alto, mas suas fases contam com um maior número de inimigos, pois além dos dinos, há também soldados armados que o caçam em todas os cenários (mas basta pular em cima deles que eles já morrem). Ele possui menos estágios, contando apenas com cinco, mas com designs modificados para explorar as características do Raptor. Obviamente ele não usa armas e seus ataques são de curto alcance, e é possível recuperar energia comendo pedaços de carne espalhados pelas fases ou comendo os mini-dinos.

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O visual do jogo é muito bem feito, com cenários de fundo bem desenhados e com fortes contrastes de cores, como o verde da floresta, o azul das águas no rio ou o vermelho das lavas do vulcão. Mas o destaque mesmo fica para o design artístico dos dinos e suas animações, especialmente do T-Rex. Para tal, foram usados modelos dos dinossauros com a técnica de animação Stop Motion, em que são fotografados quadro a quadro e então digitalizados para o jogo. A mesma técnica foi usada na animação do Dr. Grant, com um dos membros da equipe de produção atuando como o personagem para digitalizar seus movimentos. Para a época o resultado final era surpreendente.

Outro ponto alto do jogo é a sua sonorização, especialmente os efeitos sonoros, que contam com os sons perturbadores dos dinos, cada um com um rugido diferente (o T-Rex inclusive grita “Sega” na abertura do jogo). A trilha sonora é muito boa, não chega a ser brilhante, mas os temas criam uma excelente atmosfera para o jogador, complementando o visual e os efeitos sonoros.

O único defeito do game é ser realmente muito curto, apesar de ter dois personagens diferentes. E apesar da alta dificuldade para quem o joga pela primeira vez, após várias jogadas é possível conhecer suas pegadinhas e avançar rapidamente nas fases, e uma vez terminado, é pouco provável que o jogador queira jogá-lo novamente tão cedo.

O sucesso do game ainda garantiu uma sequência da mesma equipe lançada em 1994, batizada de “Jurassic Park: Rampage Edition“, que também é muito bom, mas que fica para uma próxima análise.

“SEGAAAAAAAAAAA”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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