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Análise | King of Fighters R-2 é um clássico com pancadaria refinada

Em comemoração aos 30 anos do Neo Geo, a SNK está portando vários clássicos da era de ouro da empresa para o Nintendo Switch. O Neo Geo Pocket, que foi a resposta da empresa para o Game Boy da Nintendo na época, é de onde virão boa parte dos títulos. O SNK Gals’ Fighters é um exemplo e hoje falaremos de outro: King of Fighters R-2.

Esse título foi desenvolvido para Neo Geo Pocket com a missão de trazer os fãs do então jogo de luta do momento The King of Fighters ’98. O desafio era enorme: a memória do portátil não permitia tantos lutadores e conteúdos, havia apenas dois botões e os gráficos precisavam ser ainda mais estilizados. Mesmo assim, a SNK mandou bem e conseguiu entregar um jogo para lá de competente na época. O port do Switch vai na mesma direção.

Visuais nostálgicos

King of Fighters R-2, assim como SNK Gals’ Fighters, é um port direto da versão clássica do Neo Geo Pocket. Isso significa que a resolução da telinha também foi mantida aqui. Para preencher o restante da tela, foi colocado um mockup do Neo Geo Pocket no fundo, que te deixa com a impressão de estar jogando no portátil da SNK.

Com o analógico direito, é possível dar o zoom que você achar melhor. Também dá para trocar o design do Neo Geo, havendo alguns muito bonitos. O lado negativo é que infelizmente eles são estáticos e não animam os botões quando você os pressiona no Switch.

Por ser um port direto, também não houve nenhuma modificação no visual. Os personagens continuam com o gráfico “chibi” da época, com as cores simples, mas mantendo aquela composição divertida e ao mesmo tempo bela que conquistou o público da época. As animações das habilidades e especiais são o ponto alto, que ainda hoje causam uma ótima impressão em quem está jogando.

Para dar uma sensação ainda maior de nostalgia, o jogo dá a opção de utilizar um filtro de scanlines, aquelas linhas que ficavam nas telas das TVs antigas e demais dispositivos CRT.

Pancadaria refinada

Mesmo utilizando apenas dois botões, King of Fighters R-2 é um jogo de luta bem competente. Nos dois botões você utiliza soco e chute fracos, mas pode usar o forte ao segurar um pouquinho o botão. Embora não seja tão fluido quanto os quatro botões do arcade clássico, o timing é feito da melhor maneira possível e não incomoda tanto quanto você imagina.

Com os quatro golpes disponíveis, juntamente com os direcionais, você tem praticamente todo o moveset clássico de cada um dos personagens presente aqui. São quatorze deles logo de cara e mais alguns para serem liberados ao concluir os modos de jogo. Há ainda movimentos de evasão e especiais para completar o leque de opções que o jogador pode utilizar para vencer os desafios. No caso dos especiais, é possível até escolher qual modo a sua barra vai preencher, se da forma clássica, levando pancada dos inimigos, ou automaticamente com o tempo, mais recomendada para os iniciantes.

O principal problema que você vai enfrentar aqui envolve a utilização dos Joy-Con, que não são nem de longe os melhores controles para quem pretende jogar títulos de luta. O uso do Pro Controler é mais do que indicado, mas sabemos que o preço dele no momento está longe de ser acessível.

Outra dor de cabeça é a não existência de uma tela com os golpes e habilidades dos personagens. A única saída é descobrir tudo na raça ou utilizar a internet para procurar como jogar com cada um deles.

Conteúdo interessante

O conteúdo de King of Fighters R-2 não consegue bater de frente, obviamente, com os títulos de luta mais recentes. Como ele é um port direto, a SNK não adicionou nenhuma novidade que possa agregar mais, nem mesmo extras e conteúdo de arte do jogo. Ainda assim, o título conta com uma boa longevidade.

Além do clássico modo história, há um chamado “Making Mode”, que funciona de uma forma bem única. Você escolhe um dos lutadores do plantel e vai travando lutas, só que a cada vitória, você ganha novas habilidades para serem utilizadas. São mais de duzentas delas para serem liberadas, que vão muito além de melhorias de atributos. Quando você menos esperar, já vai ter gasto mais horas aqui do que no modo convencional.

Por ser um port direto, não há um modo online, um defeito que custa caro para jogos de luta nos dias de hoje. No modo multiplayer local, é até possível ver um dos efeitos da conversão. Na hora da seleção de personagens, a tela se divide para os dois jogadores, como se a conexão tivesse sido feita por um cabo link dos anos 90. Só na hora do combate que ela volta a ser uma.

Conclusão

King of Fighters R-2 para Switch é um port direto da versão Neo Geo Pocket, com gráficos nostálgicos e todo o combate refinado da época, mas que acaba ficando um pouco atrás em conteúdo quando comparado às opções modernas. A falta de um multiplayer online diminui bastante a longevidade do game, mas o modo Making ajuda bastante a segurar o jogador por mais tempo. Se você é fã da franquia, definitivamente vale o teste.

Prós

  • Gráficos nostálgicos
  • Modo Making
  • Combate refinado e cheio de opções

Contras

  • Não tem multiplayer online
  • Usar os Joy-Con não é nada agradável aqui

Nota: 8,0

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