Análises

Mega Man X

A série “Mega Man” ganhou o mundo e milhares de fãs nos anos 80 e se tornou, ao lado de “Street Fighter“, uma das franquias mais rentáveis da Capcom. Só para o bom e velho nintendinho foram seis jogos, um verdadeiro recorde de sequências num mesmo console (tá certo que era tudo meio parecido um com outro, mas os fãs gostavam).

Nos anos 90 o Super Nintendo apareceu e claro que o famoso robozinho azul (que foi inspirado no personagem Astro Boy de Osamu Tezuka) deixou sua marca nele. Assim, em 1993, surgia o primeiro spin-off (ou sub-série) da franquia, com “Mega Man X“, trazendo várias inovações, novos personagens e uma história mais madura que se passa vários anos no futuro da série clássica (que se iniciou no NES e até o momento chegou em seu capítulo 10, lançado em 2010 para PS3, X360 e Wii).

O SNES recebeu três grandes jogos da série X (que foi até ao oitavo capítulo, lançado para PS2 em 2004), e apesar de hoje em dia estar esquecido pela Capcom, o seu legado fantástico é inegável. Confira em nossa retro-análise especial como começou a saga X abaixo.

100 anos depois

A série se passa no ano 21XX (a original é em 20XX), quando Dr. Cain, um famoso paleontólogo participava de uma escavação em busca do fóssil de uma planta, quando achou por acidente o antigo laboratório de Thomas Light (o criador do Mega Man original), e para sua surpresa encontrou um robô chamado Mega Man X em uma cápsula em meio os destroços do antigo laboratório de Light.

Esse novo modelo Mega Man trazia uma grande inovação: a habilidade de pensar e de tomar suas próprias decisões – algo que poderia ser muito perigoso para a humanidade, caso algum “X” se voltasse contra os seus criadores, e por isso o Dr. Light o deixou inativo em seu laboratório antes de sua morte.

Cain então ativou X e criou uma nova legião de robôs “pensantes” a partir dele, que foram batizados de “Reploids“. Porém, um vírus infectou os robôs, que começaram a se voltar contra os humanos, e agora passaram a se chamar “Mavericks“. Uma tropa de elite foi criada para caçar os Mavericks, sendo liderada por Sigma, um dos mais poderosos Reploids. Por um tempo ele controlou bem a situação, mas então Sigma também se tornou um Maverick e declarou guerra contra os humanos, agora liderando o exército inimigo.

Agora o X original, sentido-se culpado por toda essa bagunça com os Mavericks, resolve deter Sigma e seu exército antes que destruam a humanidade. Mas para isso ele vai contar com a ajuda de Zero, outro poderoso robô com um passado misterioso. Uma curiosidade: Zero foi a ideia original de Keiji Inafune, criador de Mega Man, para ser o protagonista da série, como era muito diferente do Mega Man original, acabou substituído por X. Mas mais tarde estrelaria sua própria série, “Mega Man Zero” – de tão popular que o personagem se tornou.

 

Mega Man mais arrojado

Quem jogou “Mega Man” no 8 Bits da Nintendo e depois foi jogar “Mega Man X” no SNES, certamente deve ter recebido um baque equivalente a uma paulada na testa, erguendo os braços e agradecendo aos céus por esse game. Ele tinha toda a essência do jogo original, mas agora estava mais bonito na tela, com personagens maiores, cenários mais coloridos e detalhados e uma trilha sonora arrepiante. Era um salto de tecnologia e tanto.

Mas, apesar das inovações, a mecânica do jogo é bem similar à série original, como escolher a ordem em que enfrentamos os inimigos (após um estágio inicial) e de receber suas armas ao vencê-los. Mas além disso, X tem novas habilidades, como escalar paredes, usar o dash, possuir um X-Buster mais poderoso e fazer upgrades em seu corpo robótico. São quatro cápsulas espalhadas pelas primeiras oito fases do game que permitem o upgrade. São elas:

equipe novos equipamentos em sua armadura

Pernas: A cápsula encontrada na fase do Chill Penguin, no meio do caminho. O jogador ganha um Dash Rasteiro, o Super Salto e a capacidade de quebrar blocos com chutes.

Braços: A cápsula é encontrada na fase do Flame Mammoth. O X-Buster é elevado a força máxima. A vantagem é que você não precisa esperar até a primeira parte do final do jogo.

Peito: A cápsula é encontrada depois que você derrota um sub-chefe da fase do Sting Chameleon. A resistência a danos aumenta em 50%.

Capacete: A cápsula é encontrada na fase do Storm Eagle: Com ele, você ganha a capacidade de quebrar blocos com cabeçadas.

Hadouken: Sim, a famosa técnica usada por Ryu e Ken também está disponível para o X e pode destruir qualquer inimigo com apenas uma rajada, mas para usá-la é preciso de um pouco de trabalho. Para consegui-lo é necessário ir para a fase do Armored Armadillo (depois de ter derrotado os oito chefes, ter pego todas as armas e os oito heart-tanks e ter pego e enchidos os quatro sub-tanks) em seguida vá até o final da fase no local acima da porta do chefe, onde tem uma recarga de energia. Faça isso cinco vezes e na quinta vez aparecerá a quinta cápsula, onde Dr. Light vestido de Ryu te dará o hadouken. Para usar o hadouken para a esquerda: direita, baixo, esquerda e botão do tiro, e para usá-lo para a diteta: esquerda, baixo, direita e botão do tiro. O hadouken apenas pode ser usado quando a energia do X estiver cheia e com a Light Armor (a armadura básica).

o Hadouken facilitava muito as coisas

Apesar de todo esse poder, X, assim como o Mega Man clássico, pode morrer ao tocar em espinhos, cair em buracos, ser esmagado ou ao perder toda sua barra de energia (que pode ser recuperada pegando cápsulas dropadas pelos inimigos). O jogo possui uma dificuldade bem elevada, com vários itens de upgrades bem escondidos, que sem um detonando, vai te fazer gastar milhares de horas até encontrar todos.

Temos oito chefes iniciais, os Mavericks, inspirados em animais e com poderes baseados em elementais, como fogo, água, terra, ar, e assim por diante. Lembrando que cada inimigo é fraco contra um determinado tipo de arma, por isso a ordem em que você os enfrenta é importante para uma missão bem sucedida.

tela de seleção de fases/inimigos, tradição da série – dica: comece pelo pinguim, o mais fácil de todos

Após a primeira leva, X ainda tem que enfrentar mais quatro chefões para então finalmente encarar Sigma, e como todo bom chefão final, é preciso derrotá-lo duas vezes. Na verdade, o jogo em si não é tão difícil, basta saber a ordem das fases e quais armas usar contra os chefões e o resto fica fácil.

Em termos visuais, “Mega Man X” apresenta um alto nível de qualidade. Com design estilo anime, os cenários são muito bem feitos, afinal, estamos falando da Capcom no auge do seu brilhantismo nos 16 Bits. O mesmo ocorre com a trilha sonora, que são bem eletrizantes, seguindo o estilo do bom e velho rock ‘n roll, cada uma combinando com suas respectivas fases e até hoje memoráveis de se ouvir. Talvez tenha faltado umas vozes digitalizadas aqui, mas o saldo geral é positivo.

Mega Man X” foi um grande sucesso na época e acabou ganhando uma versão para PC, celulares, participou de coletâneas especiais no Game Cube e PS2 e recebeu um remake para o PSP em 2005, chamada de “Mega Man Maverick Hunter X“.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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