Análises

Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

Um gamer veterano que se preze tem que ter no currículo ao menos um jogo da série “Metal Gear Solid” no currículo, mas caso você esteja começando agora na famosa franquia criada por Hideo Kojima, não se desespere, você irá curtir o recente lançamento “Metal Gear Solid V: The Phantom Pain“.

É claro que, muitas referências serão perdidas no decorrer da narrativa, por isso é recomendado que tenha jogado os games anteriores antes de se aventurar em MGSV, que traz uma nova aventura para Naked Snake, o lendário Big Boss – “pai” de Solid Snake (pois é, muitas referências apenas neste trecho como podem perceber).

The Phantom Pain” (TPP) dá continuação aos eventos mostrados na amostra/demo de “Ground Zeroes“, lançado ano passado. E o que achamos de TPP? Leia nossa análise abaixo e descubra.

Big Boss nos anos 80

A ação de TPP ocorre nove anos após “Ground Zeroes”, no ano de 1984, com o Big Boss acordando de um longo coma. Essa sequência inicial do game é extremamente lenta, com uma jogabilidade bem limitada, mas ela é importante para situar o jogador, especialmente os novatos.

Mas é um pouco mais para frente, com a missão resgatar Kazuhira Miller no Afeganistão, que o jogo começa a revelar todo o seu brilho. A maior diferença de TPP para os antecessores é o dele ser em um mundo aberto, o que permite uma grande liberdade em como fazemos as missões, sem falar em uma quantidade absurda de coisas para se fazer ou colecionar dentro do jogo.

Em termos de história, Kojima mais uma vez dá um show, usando o seu tradicional estilo cinematográfico para mostrar conspirações, reviravoltas, personagens marcantes e cenas de ação de tirar o fôlego.

Mecânicas tradicionais e algumas novidades

Quem já jogou um MGS vai se sentir confortável com as mecânicas de TPP, que não fogem muito aos tradicionais já mostrados antes, mas com algumas novidades, como o Quick Dive, perfeito para se jogar/esconder no chão com apenas um toque. O enfoque é na jogabilidade furtiva, com vários itens e equipamentos que ajudam Big Boss passar pelas missões totalmente despercebido pelos inimigos.

Os binóculos serão o seu melhor amigo durante todo o jogo e através dele é possível marcar inimigos no mapa, pra ver por onde andam ou ainda para colher informações importantes sobre eles. Outra novidade bacana é o Reflex Mode (uma espécie de bullet time), que permite acabar com o inimigo assim que ele nos avista, antes dele soar o alarme e chamar a atenção de outros capangas. Caso você queira uma experiência mais realista (e difícil) é possível desligar o Reflex Mode.

Porém, se você já prefere o estilo Rambo, atire antes e pergunte depois, o jogo também oferece várias opções pra sair atirando em todo mundo e espalhar o caos. E essa liberdade de escolha é que faz TPP um game sensacional, dando a chance do jogador ser criativo e jogar como quiser.

Reconstruindo a Mother Base

O gamer será responsável por restabelecer a Mother Base, destruída em “Ground Zeroes”, contratando um novo grupo de mercenários, os Diamond Dogs. Além de agentes especiais perdidos nos mapas do jogo, é possível capturar soldados inimigos e mandá-los para a base pelos ares via um balão. Após uma sessão “terapeutica” com Ocelot, esses soldados farão tudo que Big Boss mandar. Esses balões também servem para mandar outras bugigangas para a base, como animais, veículos, equipamentos, etc. Mas no geral, a Mother Base não tem muito o que oferecer (mas se você quiser, dá pra tomar um banho por lá – o Ocelot agradece).

Se encontrar um filhote de cachorro perdido no deserto, ele será o seu melhor e mais útil companheiro, especialmente no modo furtivo. Além dele, há também a gostosona Quiet, uma sniper que criou polêmicas entre os feministaschatosdeplantão gamers por causa de seus trajes diminutos (e fazendo a alegria das cosplayers). Mas gostem dela ou não, ela é bem útil após desbloquear novas armas e comandos para a mocinha, e certamente é uma das personagens mais marcantes deste jogo.

As famosas longas cutscenes, que uns adoram e outros odeiam, estão de volta, porém bem mais dosadas e equilibradas com a ação do que os jogos anteriores. Na verdade, grande parte da história do jogo é contada através dos áudios das fitas cassetes, cabendo ao jogador a decisão de escutá-las ou não (todas com legendas em português). Pessoalmente, em termos de roteiro, achei o jogo meio atropelado, dando a impressão que teve um lançamento às pressas, certamente por causa dos problemas entre Kojima e a Konami.

Kiefer “Jack Bauer” Sutherland fez um bom trabalho dublando o protagonista (apesar de viúvas do lendário David Hayter não terem gostado), mas infelizmente Big Boss é meio caladão o jogo inteiro, passando uma sensação de desperdício do talento do ator de 24 Horas.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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