Análises

Spider-Man & Venom: Maximum Carnage

O Homem-Aranha é um dos personagens mais populares das histórias em quadrinhos, e cultura pop em geral, atualmente e desde sempre teve uma participação ativa nos videogames. Em nossa retro-análise especial vamos relembrar do clássico “Spider-Man and Venom: Maximum Carnage“, um beat’m up lançado para Mega Drive e Super Nintendo em 1994.

O jogo é baseado na saga das HQs “Maximum Carnage” (Carnificina Total no Brasil) em 14 partes e que reunia vários heróis e vilões do universo do amigão da vizinhança, cuja história era focada no vilão Carnificina. Algo bem bacana é que as primeiras edições do jogo para ambos os consoles tiveram seus cartuchos na cor vermelha, e hoje são peças para colecionador.

Carnificina Total

A história segue o que foi mostrado nos quadrinhos (inclusive com cutscenes tiradas diretamente dos gibis), mostrando o psicótico Carnificina fugindo da prisão e reunindo uma gangue de vilões tão loucos quanto ele para espalhar o caos e terror na cidade de Nova York. Estão com ele Shriek, Carniça, Duende Demoníaco e a criatura Contraparte-Aranha. (Doppelgänger no original, uma versão maligna do Aranha).

Por sua vez, para impedir o derramamento de sangue pela cidade, o cabeça de teia convoca alguns heróis para ajudá-lo a combater os vilões, como o Capitão América, Gata Negra, Punho de Ferro, Manto e Adaga, Deathlok, Morbius, Flama e Nightwatch (todos invocados por um breve instante via um item especial durante o jogo) e a parceria inusitada com o vilão Venom, que se sente responsável pela criação do Carnificina (ele é uma cria do simbionte negro) e ajuda o Aranha a detê-lo.

Se você leu os quadrinhos, conhece os heróis e tudo o mais, ótimo, você vai entender todas as referências que o game possui. Agora se você nunca leu “Maximum Carnage” ou não está familiarizado com o universo Marvel (filmes aqui não contam), talvez você fiquei meio perdido e “boiando” na narrativa, que é bem extensa para um game dessa época.

cutscenes retiradas diretos dos quadrinhos

O jogo começa com o Homem-Aranha, mas após algumas fases será possível escolher também o Venom, com direito a cenários exclusivos, o que é excelente para o fator replay do game. Infelizmente não é possível jogar com dois jogadores simultâneos, com cada um controlando um personagem (o que seria muito legal!).

O gameplay segue o manual de clássicos como “Streets of Rage” e “Final Fight“, com socos, chutes e voadoras para distribuir nos marginais, abrir caminho e enfrentar um chefão no final da fase. A vantagem é que além disso, os personagens podem levantar objetos pesados para atacar nos inimigos, escalam paredes, soltam teias, etc. O Venom é um pouco mais forte, enquanto que o Aranha é mais ágil.

Eles também podem “invocar” outros heróis na hora do aperto, que possuem golpes variados e que funcionam eficientemente de acordo com os inimigos (teste todos para ver o que cada um faz e para saber quando e onde usar).

Em termos gráficos, o jogo está longe de usar todo o potencial dos consoles 16 Bits (em 1994 já havia games com visuais bem mais arrojados para ambos), mas também não faz muito feio. O Aranha e Venom possuem boas e variadas animações, o que não se pode dizer de todo o resto dos inimigos. O design artístico não é lá muito criativo, mas cumpre o seu papel, mostrando ruas, prédios e outros cenários, com uma forte coloração para lembrar as páginas de um gibi – inclusive com onomatopeias durante os golpes.

O grande destaque do game fica mesmo com a sua trilha sonora, composta pela banda de heavy metal Green Jelly. As músicas criadas para o jogo são fantásticas, especialmente na versão Super Nintendo, com um rock pesado e empolgante que vai te embalar durante as pancadarias. Tem até clássico do Black Sabbath nele!

Algo que chama a atenção em “Maximum Carnage” é a sua elevada dificuldade, que pode dar umas boas dores de cabeça, especialmente por não possuir saves ou passwords. A cada novo cenário a quantidade de inimigos aumenta, assim como a força deles em arrancar a sua energia, enquanto o seu personagem não evolui, sendo o mesmo do começo ao fim. O jogo não é muito longo, mas a jornada é intensa e árdua, e vai exigir bastante do gamer, que vai ter dominar os golpes (procure sempre estar em movimento) e procurar por salas secretas que possuem vidas e energias (que não aparecem muito no trajeto normal). Apesar de estar controle personagens super-poderosos, espere levar boas surras até pegar o jeito.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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