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Análise | Street Fighter 6 oferece pacote robusto para todos os fãs de jogos de luta

A Capcom encontra-se hoje numa situação invejável, tendo lançado diversos jogos de sucesso nos últimos anos e vem se firmando como uma das melhores desenvolvedoras da atualidade, com a responsabilidade agora caindo nos ombros de Street Fighter 6 para dar continuidade a esse bom momento.

Felizmente para os fãs da Capcom e de jogos de luta, Street Fighter 6 acerta em cheio na sua proposta, seja você um jogador que prefere jogar sozinho ou online. Diferentemente da situação que Street Fighter V teve de lidar em seu lançamento, com problemas demais e conteúdo de menos, a sequência é excelente.

Modo história inovador com World Tour 

Além de contarmos com o clássico modo Arcade, que permite terminar o jogo da maneira tradicional usando cada um dos personagens, Street Fighter 6 apresenta um modo história separado chamado World Tour. Nele você faz seu próprio lutador utilizando um robusto criador de personagens e começa sua jornada em busca de se tornar mais forte nas artes marciais.

Inicialmente você está sob a tutela de Luke, personagem este que foi introduzido nos DLCs de Street Fighter V e tem mais protagonismo desta vez. Você começa com algumas habilidades dele e precisa usá-las para dar cabo dos inimigos e oponentes que encontrar no mundo aberto de Metro City.

À medida que você vai progredindo na história, vai encontrando mais dos emblemáticos lutadores da franquia Street Fighter e pode se tornar aprendiz deles. Quanto mais você usar o estilo marcial e as habilidades de cada um, mais experiência e afinidade com seu respectivo mestre você obtém, o que destrava novos diálogos, situações, habilidades e mais. O legal também é que você não fica preso a um único mestre, podendo ser discípulo de todos eles ao mesmo tempo.

O mundo do jogo vai se expandindo com o desenrolar da história, com mais locais para você explorar e diversas missões opcionais sendo liberadas. A maioria delas não são de muita importância e acabam não servindo para muita coisa além de você ganhar mais experiência e itens para seu avatar, mas há uma ou outra que lhe permitem vivenciar algumas situações interessantes, incluindo easter eggs e até mesmo conhecer novos mestres para aprender seus estilos.

Além dos inimigos que te atacam assim que te veem, você também pode lutar com NPCs passivos, bastando para isso que você chegue perto deles e confirme o desejo de enfrentá-los (ou então acerte-os com um golpe). Realizar certos objetivos durante a luta lhe dará mais recompensas, com algumas delas sendo especiais dependendo do adversário.

Por ter elementos de RPG na evolução do personagem, é importante sair na porrada para que você consiga ficar mais forte e aprender novos truques, além de obter dinheiro para se alimentar de modo a repor sua energia, ganhar melhorias temporárias (e algumas permanentes), e comprar novos equipamentos e itens consumíveis que lhe darão incrementos no seu ataque e defesa.

É importante ressaltar que você não fica restrito a Metro City, com o World Tour permitindo que você viaje para outros países do universo de Street Fighter. Estes locais vão sendo desbloqueados com a história e também com missões secundárias.

Caso deseje fazer tudo que o World Tour tem a oferecer, se prepare para gastar algumas dezenas de horas, pois há muito conteúdo à sua espera. Para nossa sorte, a experiência é ótima na maior parte do tempo. Eu, pelo menos, ainda não me vi entediado em momento algum, buscando sempre mesclar os golpes especiais de vários personagens para moldar o lutador mais adequado ao meu próprio estilo de luta e encarar os desafios.

Multiplayer divertido e mais modos de jogo

O modo online apresenta um local chamado Battle Hub, para quem quiser um lugar mais adequado para encontrar seus amigos e oponentes para realizar lutas online, tanto com os personagens clássicos quanto com aqueles criados pelos jogadores para o World Tour.

Há também cabines de fliperama com jogos clássicos da Capcom para os jogadores passarem o tempo, incluindo títulos de peso como Street Fighter II e Final Fight, que foram sucessos absolutos em suas respectivas épocas.

No meu tempo jogando online, não tive nenhum problema de conexão ou lag, com as partidas aparecendo rapidamente tanto no modo casual quanto no ranqueado. Inicialmente o jogo te pergunta seu nível de habilidade para tentar te colocar com jogadores deste mesmo calibre, e depois de algumas lutas ele cria um perfil para você de acordo com o seu desempenho, que vai mudando com base nas suas vitórias e derrotas.

Um aspecto interessante é que os jogadores novatos não perdem pontos nas partidas ranqueadas após a derrota, o que serve para encorajar eles a jogar online até que consigam dominar seus personagens favoritos.

Também é possível enfrentar outros oponentes reais ou até mesmo o computador com um time de até cinco personagens, customizando o formato da partida de acordo com as suas preferências, tais como batalha em equipes, duplas ou a clássica eliminação simples.

Além disso, há um outro modo chamado Batalha Extrema que introduz um conjunto de regras específicas e bem divertidas, como sobreviver a uma bomba jogada no cenário ou um estouro de boiada enquanto atende aos requisitos para vencer o oponente. Eles são bastante variados, como ficar sem tomar dano por alguns segundos ou então acertar uma determinada quantidade de um certo golpe no adversário.

Jogabilidade acessível e vigorosa

Além de contar com diversos tutoriais, guias de personagens e testes de combos para que você tenha uma base sólida para cada personagem, Street Fighter 6 apresenta três tipos distintos de controles: o Clássico, o Moderno, e o Dinâmico.

O clássico é voltado para quem quer uma experiência raiz de Street Fighter, sendo necessário executar todos os golpes e movimentos à moda antiga para dar cabo do oponente.

Já o moderno é para quem gosta de jogos de luta, mas não é muito habilidoso na hora de executar os combos e os golpes especiais. Com ele, basta segurar R2 para obter assistência e apertar os botões da face para realizar ataques normais e especiais de acordo com a situação que a IA achar mais adequada.

O dinâmico é para quem não entende absolutamente nada de jogos de luta, mas gostaria de aproveitar mesmo assim. Ele permite soltar os golpes e combos mais poderosos dos personagens apertando apenas um botão, com a IA ajudando na hora de realizar os movimentos.

Apenas os dois primeiros tipos de controle – clássico e moderno – estão disponíveis nas partidas online, cabendo aos jogadores decidir qual deles se adequa mais ao seu estilo de jogo na hora de encarar oponentes ao redor do mundo.

O lado ruim do controle moderno é que você causa menos dano em todos os ataques especiais e também fica impossibilitado de executar algumas ações básicas tanto no chão quanto no ar.

Há de se comentar também a respeito da nova mecânica chamada Drive Impact, que pode ser usada de forma ofensiva ou defensiva nas lutas, podendo inclusive virar o jogo a seu favor (ou não). Entretanto, abusar dessa técnica até drenar seu medidor Drive lhe deixará esgotado, então é preciso aproveitar isso com moderação.

O medidor Drive preenche sozinho com o passar do tempo e também efetuando ataques no oponente, além de ser totalmente separado da barra de Super Arts.

Novo estilo artístico de encher os olhos

Na parte visual, Street Fighter 6 é facilmente o jogo mais bonito da franquia em todos os sentidos. Os cenários são vivos e repletos de detalhes, esteja você jogando no World Tour ou numa luta tradicional do modo Arcade.

Graças ao uso da RE Engine, os personagens também chamam a atenção com seus visuais, sendo possível até mesmo ver a musculatura deles em alguns momentos. Em alguns modos de jogo, há até mesmo a presença de machucados nos lutadores durante a luta.

Contudo, essa beleza toda tem um preço. Optar pelo modo Qualidade no PS5 faz o World Tour ficar em 30 fps, sendo necessário utilizar o modo Performance para jogar lá em 60 fps.

No modo Arcade ou jogando online, os dois modos gráficos rodam a 60 fps, não havendo essa queda na taxa de quadros observada ao jogar o World Tour.

Há de se dizer também que no World Tour as animações mais distantes do personagem do jogador também sofrem com uma redução na quantidade de quadros em que são animados, ficando somente a 60 fps quando você está próximo dos respectivos NPCs que estão em movimento.

Felizmente o modo Performance rodou incrivelmente estável no PS5 enquanto eu explorava Metro City e outros locais do modo história. Portanto, sugiro jogar ele desta forma, e ativar o Qualidade apenas nos demais.

Por último mas não menos importante, há cores e visuais extras que você pode comprar para os personagens em uma loja dentro do jogo, de modo a deixá-los diferenciados no modo Arcade ou na hora de encarar uma luta online. Para obtê-los, você deve pagar com Moedas de Lutador (adquiridas com dinheiro real) ou Bilhetes de Drive (vouchers obtidos como recompensas em desafios e eventos).

Conclusão

Street Fighter 6 é um dos mais completos de jogos de luta da atualidade. Com um vasto elenco inicial de lutadores, um ótimo modo história e bastante conteúdo para todos os fãs de jogos de luta, ele também oferece apoio para quem deseja adentrar nesse gênero, graças a uma jogabilidade que consegue ser acessível e robusta ao mesmo tempo. Simplesmente imperdível.

Prós

+ Gráficos excelentes
+ Elenco inicial de peso
+ Jogabilidade impecável
+ Muito conteúdo

Contras

– Taxa de quadros no World Tour é boa somente no modo Performance

Nota 9,5/10,0

Uma cópia do jogo para PS5 foi fornecida pela Capcom para a elaboração desta análise

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