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Análise: The Crew

“The Crew”, o MMO de corrida e a grande aposta da Ubisoft para este final de ano, já se encontra disponível para PC, PS4, Xbox 360 e Xbox One. O título traz corridas alucinantes em um mundo aberto, com uma experiência focada na interação social dos jogadores, que podem disputar sozinhos ou ao lados dos colegas corredores. Apesar de trazer algumas mecânicas interessantes, o game derrapa em alguns pontos que podem decepcionar os fãs de corridas. Acompanhe os prós e contras em nossa análise abaixo.

“The Crew” possui uma narrativa não lá muito criativa, “chupinhada” de filmes como “Velozes e Furiosos”. O jogador assume o papel de Alex Taylor (dublado por Troy Baker, o Joel em “The Last of Us”), um habilidoso corredor que passou cinco anos na cadeia por causa de uma gangue e um agente corrupto do FBI. Agora, uma agente chamada Zoe , pede a ajuda de Alex para se infiltrar na gangue que usa automóveis para os seus crimes e expor os bandidos. Alex também possui um motivo pessoal: vingar a morte de seu irmão pelo líder da gangue.

A trama, cheia de clichês de filmes de ação, ou mesmo outros jogos do gênero, não apresenta nada de interessante ou mesmo personagens carismáticos, servindo apenas como fio condutor para o jogador completar as missões e percorrer pelo imenso mapa dos Estados Unidos, que é dividido em cinco grandes zonas (Região Centro Oeste, Nova York, Miami, Estados Montanhosos, Las Vegas e Costa Oeste), e vão sendo desbloqueadas com o seu progresso.

The Crew - Screenshot 02

Apesar de ser possível jogar sozinho, o enfoque do jogo, como diz o nome “Crew” (equipe), é formar grupos com outros jogadores para explorar o imenso mapa. Para isso o jogo necessita estar sempre conectado à internet, já que o fator socialização é algo muito valioso, como em qualquer MMO.

Porém, o maior problema de “The Crew” é justamente a dificuldade de encontrar outros jogadores online, em se tratando de um game “massivo online”. Encontramos sim, um ou outro jogador perdido, mas bem longe da quantidade que se esperava ou como foi prometido pela Ubisoft nos belos trailers antes do lançamento do jogo. A não ser que você tenha uma boa quantidade de amigos jogando em sua lista particular, encontrar outros jogadores para formar grupos será bem difícil, sendo que a maior parte do tempo você jogará sozinho, ao menos no momento, fugindo da proposta principal do game.

Outro fator que incomoda é a jogabilidade e a física dos carros. O jogo segue o estilo arcade, em que o jogador tem mais liberdade para dirigir sem as punições rigorosas dos simuladores, porém a condução dos veículos é pesada e não muito refinada, especialmente para quem já está acostumado a jogar em games de renome consolidados como “Need for Speed” ou a série “Forza”. A física do carro com os vários tipos de terrenos não é das melhores também, sendo difícil de controlar e sem passar fortes emoções, fator mais do que importante em um jogo de corrida.

A falta de emoção também está ligada à fraca Inteligência Artificial usada nos outros corredores, com um comportamento totalmente aleatório, independente do carro que você esteja usando. De uma hora para outra aparece um carro de polícia na sua cola ou te ultrapassando, não importando a sua velocidade ou habilidade no volante, e em outros momentos simplesmente desistem da perseguição, resultando numa experiência frustrante.

The Crew - Screenshot 03

Em termos visuais, “The Crew” não é revolucionário, mas também não desaponta, levando em conta o gigantesco mapa aberto construído, com vários tipos de paisagens e terrenos. Esse certamente é um dos pontos altos do jogo, a possibilidade de dirigir de ponta a ponta pelos EUA, mesmo que numa escala bem menor do que a real. Por isso, já é de se imaginar que chegar de um local a outro as vezes pode demorar um pouco, mas para deixar o trajeto menos aborrecido, há várias missões e desafios espalhados pelo caminho, que ao serem completados, melhoram o desempenho e pontuação do nosso ranking. E uma vez que você passe pelos lugares é possível usar uma opção para se transportar imediatamente para o local desejado, poupando tempo.

O jogador começa de baixo, com um carro simples e a medida em que for ganhando experiência e subindo de ranking, novas e mais possantes máquinas são desbloqueadas. E para quem gosta de customizações há várias opções para dar o seu toque especial no carro escolhido, permitindo mudar a pintura e equipar peças. Com tempo e dedicação é possível criar um visual único para a sua máquina.

“The Crew” é um jogo com várias ideias interessantes e um grande potencial, mas que infelizmente pecou por não apresentar uma qualidade mais refinada no produto final. Mas, se jogado com os amigos, ele pode ser bem divertido, mas não espere por um MMO de corrida revolucionário.

Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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