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Análise | “The Surge 2” é mais do mesmo e isso é bom!

Em 2019 a popularidade do gênero informalmente conhecido como “souls-like” completa dez anos. Nesta última década, muitas franquias exploraram a temática que imortalizou o esquema de tentativa e erro na sétima e oitava gerações. Dentre tantos jogos, um se destacou por ir além e explorar o universo cibernético ao invés do famigerado mundo medieval. Estamos falando de “The Surge”, que chega ao seu segundo título para PC, PS4 e Xbox One.

“The Surge 2” acontece após os eventos em CREO, no primeiro game. Embora não seja uma sequência direta, as histórias têm relação. Desta vez o protagonista pode ser tanto homem quanto mulher, pois desta vez a produtora, Deck13, permitiu a criação de um personagem, ao invés de introduzir alguém pré-definido.

Pop-ups acontecem com frequência no Xbox One.

Após montar seu herói, ou melhor dizendo, seu sobrevivente, a história começa. Ao sobrevoar por Jericho City, o avião em que seu personagem estava a bordo, cai. Se passam dois meses e ele se encontra dentro de uma prisão que está em colapso. Sem lembranças do passado, o primeiro objetivo é se armar e escapar deste lugar caótico.

A jogabilidade de “The Surge 2” segue o mesmo padrão do primeiro jogo, porém, melhor. O protagonista está mais ágil, responde rapidamente a esquivas e tem uma recuperação mais rápida da vigor, o que facilita, e muito, esquivar-se de ataques de longo alcance, que são comuns no game. Os combos são muito eficientes e quando se golpeia a parte correta do corpo dos inimigos (como em “Fallout 4”), arranca uma porcentagem de vida relacionada com o membro atingido.

O jogo está ainda mais brutal que seu antecessor.

O jogo mantém sistema de evolução já conhecido. Sucatas (equivalente as souls de “Dark Souls”) servem para dar um upgrade nas três barras do personagem, e assim, ele vai sendo moldado. Ao ser derrotado, você retorna ao centro médico onde o game foi salvo pela última vez, mas sem as sucatas coletadas. É necessário voltar até o lugar da morte para resgatar as sucatas, porém, existe um tempo (cronometrado) para reaver o material, caso contrário, ele desaparece.

O mapa de “The Surge 2” é bem construído e repleto de caminhos secretos e atalhos, mas é claro que não são fáceis de se alcançar. Em alguns momentos, o level design pode cegar o jogador, obrigando a ir e voltar várias vezes até enxergar algo que não estava tão visível. Felizmente, o número de inimigos por área é equilibrado (na maioria das vezes) e são posicionados com distância razoável uns dos outros, o que dá ao jogador um certo tempo para lidar total ou parcialmente com a primeira onda de adversários.

Não, não é uma passagem secreta.

Falando sobre gráficos e desempenho, bem, a Deck13 deixou a desejar em alguns pontos. O PC é sem sombra de dúvidas a melhor plataforma para experimentar “The Surge 2”, seguido pelo Xbox One X e PS4 Pro. Rodando nos consoles Xbox One e PS4 padrão, nota-se uma queda de frames e menor qualidade gráfica e um contraste elevado, que causa estouro nas cores e bordas/quinas de elementos dos cenários. No Xbox One (onde o game foi testado) o efeito “pop-up” (atraso nas texturas) acontece com frequência.

E a história? O enredo não segue a linha do primeiro jogo. Aqui, temos uma história genérica, sobre uma cidade isolada do Estado e, consequentemente, sem sua presença, por isso, uma anarquia tomou conta das ruas. Porém dificilmente uma sociedade sem recursos como a deles conseguiria viver em tais condições por tanto tempo, a ponto de criarem facções, por exemplo. A melhor forma de curtir o game é não se importando com estes pontos e focar na diversão e desafios que se encontra pelo caminho.

Conclusão

Entre erros e acertos a Deck13 conseguiu entregar um título que agrada aos fãs de jogos souls-like e, principalmente, que curtiram o primeiro “The Surge”. Seria necessário pensar fora da caixa para fazer a continuação da franquia e a desenvolvedora mostrou que tem ideias frescas que mostram que ela não quer parar por aí, abrindo a possibilidade de apresentar um “The Surge 3” em algum momento. Infelizmente, faltou polimento no jogo (algo que esperamos que seja resolvido em futuras atualizações), mas a atenção na jogabilidade, e sistema de upgrades permite que todos aproveitem a campanha sem grandes reclamações.

Prós

  • Manteve a fórmula do primeiro jogo
  • A jogabilidade é muito boa
  • É um game difícil, com dificuldade equilibrada no começo

Contras

  • Faltou polimento para que o jogo rodasse melhor nos consoles Xbox One e PS4 tradicionais
  • A história é fraquíssima

Nota – 7.5

Uma cópia do jogo para Xbox One foi fornecida pela Focus Home para elaboração desta análise.

Gabriel Magalhães

Colaborador do GameHall, fundador do Forever Jogando e Analista de Marketing.

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