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Análise – Tibia

Certamente “Tibia” é um dos maiores clássicos do gênero MMORPG, que atravessou toda uma geração e conquistando ainda hoje, novos fãs que nem imaginam o que é internet discada ou jogar de madrugada escondido da mãe para não gastar na conta do telefone.

O jogo, que começou como um projeto estudantil de três jovens alemães, foi lançado em 1997 e eventualmente se tornaria um dos primeiros e maiores MMORPGs de todos os tempos. Quase completando 20 anos, “Tibia” já passou por várias atualizações e modificações, mas sem radicalismos, sempre tentando manter suas essências e origens, como os visuais 2D oldschool, que fazem parte do seu charme nostálgico.

Certamente em contato com outros jogadores de MMO, você já deve ter ouvido a clássica frase “vai lá jogar Tibia”, uma “trollada” usada por jogadores de MMOs modernos quando querem tirar sarro de alguém. Mas piada ou não, o Brasil é o país com o maior número de fãs leais, com um porcentagem de cerca de 40%, sendo que muitos deles acompanham o jogo desde o início. E mesmo tanto tempo depois e sem o sucesso de outrora, “Tibia” segue como uma opção relevante para novos jogadores, especialmente para aqueles que buscam uma experiência retrô mais simples, sem as complexidades dos jogos modernos. Se você não conhece “Tibia“, ou deseja apenas relembrar os velhos tempos, continue conosco em nossa análise especial.

Tibia KeyArt

Apesar de ter uma história central e um universo composto por divindades tibianas e outros elementos exclusivos, que podem ser lidos em textos ou através de personagens NPC dentro do jogo, os jogadores não precisam segui-la, ou mesmo ter o seu conhecimento (mas porque então você está jogando um MMORPG?).

O universo de “Tibia” é inspirado em um ambiente medieval de fantasia, onde seres como elfos, orcs, demônios, dragões, entre vários outros, vagueiam pela terra. Ao iniciar sua aventura, o jogador começa na ilha de Rookgaard, lugar onde todos os novatos permanecem até desenvolver as habilidades necessárias para o progresso e sobrevivência nos outros mapas do jogo. Ao atingir o nível 8, o jogador pode escolher entre quatro diferentes vocações e deixar a ilha para explorar novos, e perigosos, ambientes. As classes oferecidas são:

Cavaleiro – forte e resistente em combates corpo-a-corpo, mas com uso de magia limitado.

Mago – ataques corporais e defesa fracos, mas podem ser devastadores com inúmeros tipos de magias e runas.

Druida – semelhantes ao magos, mas sem a mesma força de magia, sua especialidade são os poderes de cura.

Paladino – habilidoso em combate à distância, com bom potencial mágico, mas inferior aos magos e druidas.

Ao escolher sua classe, os jogadores terão experiências diferentes ao desenvolver as habilidades de seus personagens, procurar por tesouros, resolver quebra-cabeças e partir em missões (quests) que exploram os mais variados cenários, como cidades, masmorras, florestas, desertos, ilhas, praias, montanhas, minas, etc.

Tibia - Background Artwork

Além das missões contra o ambiente (PvE), que podem ser realizadas em partidas solo ou em grupos em busca de grandes recompensas, também temos as tradicionais disputas entre jogadores (PvP), com a opção de se escolher um matadouro com mortes mais limitadas e penalidades, ou servidores “hardcore”, onde a carnificina rola solta a todo momento, sem qualquer tipo de restrição, e onde apenas os mais fortes sobrevivem.

O jogo possui um sistema de economia, em que os jogadores podem interagir entre si ou com personagens NPCs para a troca e compra/venda de itens e equipamentos. Há uma infinidade de itens, que variam desde coisas indispensáveis como armamentos e armaduras, até itens supérfluos de decoração e de festa. E tanto tempo online no mercado garante um mapa imenso para se aventurar, com milhares de criaturas para enfrentar, magias para aprender e cenários/mapas fantásticos para explorar.

Um dos principais destaques de “Tibia“, e também principal alvo de reclamação, são os seus gráficos 2D simplistas, mesmo comparado com outros jogos do estilo, como “Dofus” e “Wakfu“, que apesar de também terem um visual retrô, são ricos em detalhes e animações.

Mas os requisitos baixos de hardware sem dúvida foram um fator determinante para o sucesso de “Tibia”, especialmente na época do seu lançamento, em que as pessoas tinham computadores modestos e não podiam jogar outra coisa em seus PCs, diferente de hoje em dia. Desde os anos 90, o game passou por algumas pequenas melhorias gráficas, mas basicamente ele continua o mesmo, e até hoje ele não possui sons ou trilha sonora.

Ele pode ser jogado gratuitamente por tempo indeterminado, porém, há a possibilidade de se pagar uma assinatura Premium, que oferece acesso à áreas exclusivas, magias, roupas, equipamentos, etc, podendo oferecer uma satisfação maior em relação àqueles que não tem assinatura.

Infelizmente, vários jogadores reclamam de uso de bots por usuários desleais, o que pode prejudicar um pouco a diversão. Jogadores mais veteranos também reclamam que antigamente o game era mais desafiador, era difícil subir de nível e ao morrer era uma completa decepção, pois o jogador perdia todos os itens e equipamentos que estava carregando.

Finalizando, “Tibia” pode ter os seus problemas, assim como qualquer MMORPG, mas certamente ele é um dos mais importantes jogos do gênero na história. Apostando e mantendo a simplicidade, sua marca registrada, ele se mantém como uma excelente opção para quem busca uma experiência mais tradicional e oldschool, inclusive com uma versão para aparelhos celulares e com um futuro garantido pelos seus produtores na plataforma Steam. “Tibia” está longe de se aposentar, provando que os clássicos nunca morrem.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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