Análises

Assassin’s Creed: Brotherhood

– Ezio está de volta com reforços, em mais um belo game para a franquia –

O primeiro Assassin’s Creed foi lançado em 2007 e fez um grande sucesso por mostrar o verdadeiro potencial dos consoles da atual geração. Em 2009 foi lançada a sua sequência, que superou de longe o sucesso do primeiro, e tendo como protagonista o italiano Ezio Auditore de Firenze, que volta a estrelar Assassin’s Creed 3.

Você que não conhece a série, aqui vai um breve resumo: o personagem central do primeiro jogo é Desmond Miles, que se encontra aprisionado e é obrigado a usar uma engenhoca para visitar a memória de seus antepassados. Assim conhecemos Altair, um dos membros da organização dos Assassinos da era das cruzadas, com a missão de eliminar o grande inimigo da ordem, os templários.

No segundo game Desmond está de volta e conhecemos Ezio, um jovem italiano de família nobre, que ao ver sua família injustamente assassinada, torna-se um assassino, dando assim seguimento a uma longa tradição familiar. Desta vez estamos na Itália da era Renascentista, uns 300 anos depois do primeiro jogo, com fatos verídicos da história italiana mixados no enredo de ficção do jogo.

Agora Ezio retorna na terceira aventura, mas devido às suas ações no segundo game, ele agora é o mestre da seita dos assassinos, e uma das figuras mais notórias e procuradas da época em que vive. O ano é 1499, na Itália. A cidade de Monteriggioni está sitiada pelas forças de uma poderosa e gananciosa família, lideradas por César Bórgia, filho de Rodrigo Bórgia – o grande vilão do jogo anterior. Durante a batalha, o tio de Ezio, Mario, é morto e o artefato Maçã do Éden é roubado por César. O jogo salta para o ano de 1503: Ezio agora é um mestre assassino que procura por vingança e vai para Roma lutar contra os Templários.

Para quem gosta de história, o jogo empresta muito da história italiana real, com figuras históricas como César Bórgia, que foi um príncipe italiano da Renascença europeia, filho de Rodrigo Bórgia, que foi o Papa Alexandre VI. César era conhecido como um homem mulherengo, calculista e violento. Ele também serviu de modelo para o livro “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel.

Apesar das semelhanças com Assassin’s Creed II, o jogo apresenta algumas inovações em sua mecânica, como novos movimentos, combos e contra-ataques, uma inteligência artificial melhorada e mais agressiva, assim como mais armas, a exemplo de uma besta e um canhão, indicando que as armas agora não apenas cortam, mas podem explodir e mandar tudo pelos ares.

A mecânica do jogo pouco mudou, temos uma jogabilidade baseada em elementos do parkour e movimentos acrobáticos, com escaldas de edifícios, seções de plataforma e combates à distância e corpo-a-corpo contra os inimigos. Os saltos e escaladas estão bem definidos, apenas com alguns probleminhas de Ezio agarrar-se em uma plataforma não desejada, ou até mesmo cair de alturas elevadas, levando à morte. O sistema não requer habilidade, mas sim sorte. Não chega a ser um grande problema, mas pode ser frustrante, ainda mais considerando que tiveram dois jogos antes para arrumarem esses pequenos detalhes.

O sistema de combate recebeu algumas melhorias, com a possibilidade de se usar várias armas (inclusive de roubá-las dos inimigos), com movimentos mais fluídos e com novas e brutais execuções finais após os combos. É possível agora aplicar um pontapé para quebrar a guarda do adversário e usar golpes de contra-ataque. Os inimigos são variados, mas não são exatamente desafiadores, e depois de um tempo você praticamente pega a manha de como eliminá-los rapidamente. Mas claro, para cada inimigo há formas diversas de eliminação, o que pode ser explorado por um jogador com mais paciência e sem tanta pressa em avançar no jogo (e evitar mecânicas repetitivas).

O ambiente a ser explorado é a cidade de Roma, que vive sob opressão da família Bórgia. Ela é repleta de edifícios e construções, com áreas bem distintas entre si, o torna a exploração uma tarefa bem agradável.

E por causa dessa opressão brutal, um dos objetivos do jogo é destruir certas zonas dominadas pelo exército dos Bórgias, abatendo o general responsável e queimando a torre de vigia, livrando assim os habitantes daquela área da opressão. Dessa maneira as lojas voltam a prosperar e novas armas e itens podem ser adquiridos, além de renderem uma fonte de renda, por cada estabelecimento montado. E você vai precisar de muito dinheiro, para comprar itens e para os seus aliados na irmandade.

Uma novidade que merece destaque é o seu comando na Irmandade dos Assassinos, recrutando pessoas para a ordem e treinando-os para serem assassinos, os enviando para missões especiais por todas a Europa para cumprirem contrato. Eles ganham experiência e sobem de nível, até se tornarem mestres na arte de matar. É possível melhorar o atributos e até personalizar suas vestimentas, para que se tornem assassinos ainda melhores. Além disso, Ezio é capaz de “patrocinar” outros três serviços: cortesãs, mercenários ou ladrões/espiões, e assim expandir sua presença em Roma.

E se você estiver encrencado, pode invocar os assassinos para ajudarem nas batalhas, ou até mesmo mandá-los matarem um alvo por você. Ou seja, o título oferece uma grande variedade de opções e missões paralelas com os seus pupilos, que prolongam incrivelmente a longevidade do game. O progresso do jogo não é linear, o jogador tem liberdade de escolher e personalizar suas ações, sem forçar o andamento da história principal. Pode-se perder horas apenas “brincando” com as tarefas paralelas (que são muitas), com um bom nível de desafio e cenários bem elaborados. O jogador terá que se dedicar ao game para que consiga alcançar os 100% no final.

Graficamente o jogo segue o alto padrão do jogo anterior, com algumas melhorias visuais, com uma cidade incrivelmente detalhada, com bela arte de design artístico e personagens bem destacados, apesar de alguns modelos faciais bem estranhos. Certamente os cenários são os elementos que mais se destacam, pela sua bela composição artística.

A qualidade sonora também está bem competente, com uma trilha sonora novamente assinada por Jesper Kid (que trabalhou nos dois anteriores e inclusive fez a trilha sonora de The Adventures of Batman & Robin, para o Mega Drive). A dublagem também está ótima, com uma mistura de inglês com um sotaque italiano, e bons diálogos. Uma boa notícia é o jogo possui legendas e menus traduzidos para para português de Portugal, o que pode facilitar para aqueles que não gostam da língua inglesa.

Dentre as principais novidades do jogo estão os modos multiplayer online, que aparecem pela primeira vez na franquia. Há o modo Wanted, uma espécie de “Deathmatch”, em que os jogadores devem eliminar uns aos outros, com a diferença que é dado para cada jogador um alvo diferente a ser eliminado. É possível escolher entre vários personagens como cortesã, caçador, barbeiro, padre, banqueiro, carrasco, médico, comerciante, ferreiro e soldado. São no total quatro modos online diferentes, com a possibilidade de se melhorar os atributos de seu personagem, oferecendo novas vantagens ao jogador. É bastante divertido e pode prolongar por várias horas o interesse do jogador pelo título.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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