Análises

Automania

Wally o anti-herói…

Numa época dominada por Marios, Pacmans, Heros, RiverRaids e Enduros da vida, Automania foi uma ótima surpresa. Um herói gordo, desajeitado, e mecânico de automóveis. Wally é uma figura.

Wally é um mecânico de carros. Ele monta os carros em sua oficina, repleta de ferramentas e tem prazo para entregar os automóveis. Mas Wally tem um problema.

Sua oficina foi tomada pelas suas ferramentas de trabalho. Elas assumiram vida e além de atrapalhar Wally a fazer seu trabalho querem matá-lo ! Wally deve escapar de suas ferramentas psicóticas e ainda por cima entregar os carros no prazo estipulado. Original as pampas pra época !

A cada fase, tem 2 telas diferentes, uma fica as partes do carro, e em outra fica o carro desmontado. Wally deve pegar peça por peça e passar de uma tela a outra, montando o automóvel.

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Quem disse que um jogo precisa de ótimos gráficos?

Pela limitação extrema do Zx Spectrum, 8 cores e baixa resolução, a Mikrogen fez um trabalho muito bom para 1984. Os gráficos ficaram muito bem feitos pra época, incluindo a animação de Wally. Dá pra perceber pelos pobres gráficos que Wally é um cervejeiro de primeira, pois sua pança balança em frenéticos 8 bits em cor amarelada. Um sucesso…

Polegar para cima pela Música

O spectrum tinha um chip de som muito simples até pra época, pois era um computador pessoal e nada mais. Ao contrário do Msx que tinha seu SCC que vinha embutido nos cartuchos da Konami, o Spectrum não tinha essa manha, portanto, os programadores deuses de jogos do Zx querido tinham que fazer a coisa no braço mesmo.

A música é bem simples, e repete o tempo todo no jogo, mas é antológica, pois Automania praticamente iniciou um tradição em jogos, que foi a abertura. A música que acompanha os créditos sendo a mesma do jogo por falta de memória, é digamos um hit clássico da história gamística. A “abertura” combina bem com essa música , pois as letras subindo mostrando o “cast” do jogo, que é o pneu, o amortecedor, dentistas e médicos do jogo, um coreto sensacional.

Jogabilidade insana?

Automania vicia qualquer um, apesar do erro da dificuldade extrema a partir da segunda fase, era um jogo muito falado na época pelos micreiros. Talvez pelo fato de todo ser humano ter uma queda por automóveis, Automania teve sucesso garantido. É muito gostoso ir montando os carros, e ver o resultado final de cada um no final das fases, pois em cada fase os carrinhos são bem diferentes.

Clássico é clássico

Automania não é um Mario, não é um Nemesis, não é um Pentaro Odyssey ou mesmo um Hero. Mas ele tem lugar reservado nos corações de quem viveu a época 8 bits, e principalmente aos queridos usuários do ZX Spectrum que se contentavam em jogos com 8 cores mas sensacionais. Não é porquê um jogo tem um gráfico fenomenal que ele é bom, e isso é uma regra que perdura até hoje em dia.

Brincadeira com os créditos

Automania tinha em sua abertura os nomes dos componentes que “fizeram” o jogo. A abertura em scroll com os nomes era antológica pra época, mas poucos perceberam a graça.

A Mikrogen brincou com todo mundo, colocando elementos como dentista, decoração, chefe de engrenagem, etc na abertura em scroll do tipo “end cinema”. Mais uma inovação pra época, brincadeiras até com a abertura do jogo, e assim saíram muitos jogos comédia depois disso.

Sammy Anderson

Fundador do GameHall e produtor do programa Versus.

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