Análises

Avatar: The Game

– adaptação da megaprodução de James Cameron –

Avatar: The Game é baseado no filme homônimo e se passa no mesmo mundo visitado pelo protagonista do filme, Pandora. Mas, segundo o próprio diretor, o jogo não é baseado no filme, mas sim “um derivado do mesmo mundo”, ou seja, não retrata a mesma história.

Produzido pela Ubisoft (a mesma de Assassin´s Creed 2), o game foi lançado para as plataformas, PlayStation 3, X360, Wii, PSP, DS e PC e utilizou a nova tecnologia “Stereoscopic 3D” (apenas para PS3, X360 e PC), a mesma usada no filme. Essa nova tecnologia permite uma “imersão” melhor nos games, com o uso de óculos 3D.

Não que isso seja novidade no mundo dos games, já que o bom e velho Master System também utilizava um óculos 3D em alguns games (assista aqui um comercial do acessório). Mas é claro que de lá para cá muita coisa mudou, e a tecnologia do Stereoscopic oferece uma sensação visual inédita para os games. Infelizmente esse é um dos pontos que não poderei avaliar, já que para o uso do 3D em Avatar é necessário uma televisão que suporte três dimensões. Mas pelos relatos que rolam por aí, os sortudos que puderem desfrutar desta tecnologia, não ficarão desapontados.

Mas a grande dúvida é: será Avatar: The Game mais uma adaptação feito “nas coxas” para ser lançado junto com o filme, ou é um bom jogo? Continue conosco e confira.

A História

A trama em ATG ocorrem dois anos antes do filme de Cameron. Nele é mostrado um ambiente épico e fantástico da lua Pandora. O jogador irá conhecer a vida de Jake Sully, um ex-soldado americano que sofre de paralisia da cintura para baixo, devido a um combate.

Uma organização militar, a RDA, realiza o programa Avatar, que poderá dar a Jake a oportunidade de voltar a andar. Este programa militar é na verdade uma experiência para estudar e explorar os recursos da lua chamada Pandora. O problema é que nessa lua há os seus habitantes, os Na’vi, que não ficam muito felizes com as intenções  predatórias dos humanos, o que acaba resultando numa guerra entre as duas raças.

Como os seres humanos são incapazes de respirar o ar de Pandora, a RDA cria os Avatars, uma espécie de híbridos entre os humanos e as criaturas azuis Na’vi, que não só permite respirar na atmosfera como também adquirir algumas das habilidades dos alienígenas.

Você pode escolher o seu personagem entre vários modelos do sexo masculino ou feminino, que será enviado à Pandora para reforçar o exército da RDA. Em determinado momento você terá que escolher por um dos dois lados: controlar um soldado humano ou aliar-se aos Na’vi.

Certamente essa opção de se escolher com qual raça quer jogar é o ponto forte do game, oferencendo mais longevidade e uma jogabilidade completamente diferente. Enquanto os humanos possuem tecnologia e artilharia pesada futurista, os Na’vi são uma pequena tribo que vivem em harmonia com a natureza com armas rudimentares.

ATG é um jogo de ação com elementos de RPG. Ao matar inimigos o jogador irá ganhar pontos de experiência, que servirão para aumentar de nível e ganhar novos ataques, itens e armas. Infelizmente a movimentação de seu personagem é bem esquisita e pouco realista, e aliado a uma câmera que nem sempre oferece uma boa visão e um sistema de mira ineficaz,  que comprometem bastante a jogabilidade, que podia estar bem melhor.


O mundo a ser explorado é bem vasto e você pode escolher as missões que quer realizar, bem ao estilo de GTA. Porém as missões são monótonas e seguem o esquema de “vá até o ponto A, mate os inimigos e volte, vá ao ponto B  colete umas ervas e volte”. Você pode percorrer esse mundo a pé ou através de transportes como carros e aeronaves para os humanos, ou animais terrestres e voadores para os Na’vi. Algo bem bacana é que quase tudo no cenário reage à sua presença, especialmente plantas e florestas.

O jogo não apresenta loading times demorados, mas em compensação há uma cena de transição entre o exterior para um edifício ou vice-versa, que com o tempo pode se tornar irritante. A inteligência artificial dos inimigos e aliados (que atiram contra tudo e todos) é praticamente inexistente, o que vai reduzir a diversão do game em um contexto geral. Se você quiser se aprofundar nos elementos existentes em Pandora, há a existência de uma Pandorapedia, uma base de dados que armazena informações de tudo que você queira saber, bastanto apontar para o elemento de curiosidade, seja um personagem, veículo, planta, animal, etc.

Graficamente Avatar não chega a impressionar e não está no mesmo nível de muitos jogos da nova geração, mesmo porque apresenta defeitos como personagens e texturas mal trabalhadas. Mas possui um visual satisfatório, com cenários bem variados e detalhados que apresentam um ambiente com fauna e flora hostil, com cores fortes que dão vida ao visual, mas que ao longo do tempo podem se tornar enjoativos. Utiliza também bons feitos de luz e sombras que farão sua exploração pelos cenários uma experiência agradável.

A trilha sonora e efeitos especiais também não se destacam, mas não são de todo mau e se adaptam aos cenários. Foi composta por Chance Thomas, que já fez trilha sonora de games como O Senhor dos Anéis, X-Men e Marvel Ultimate Alliance. As vozes estão agradáveis, mas faltou mais sentimento e emoção dos atores na hora de dublar e de diálogos mais inspirados, que por vezes são bastante repetitivos.

Beautiful but deadly

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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