Análises

Batman: The Brave and the Bold

– Santa pancadaria 2D no Wii Batman! –

O jogo da WayForward “Batman: The Brave and the Bold – The Videogame” é bem diferente do sombrio e pesado “Batman: Arkham Asylum”. Baseado na animação homônima (no Brasil conhecido como “Batman: Os Bravos e Destemidos”) – que por sua vez foi inspirada numa série de quadrinhos – é um jogo de plataforma 2D com ataques corpo a corpo, que lembra clássicos como “Streets of Rage” e “Final Fight”.

A mecânica do jogo é bem simples, Batman deve se juntar com outros heróis menos conhecidos para lutar contra os vilões, assim como no desenho animado. Pode-se jogar sozinho com a ajuda da inteligência artificial controlando o personagem parceiro, ou com dois jogadores.

São quatro fases com vários subníveis, todos eles inspirados em episódios da animação. Em cada fase, escolhe-se um parceiro, podendo ser o fiel Robin e os não tão conhecidos Besouro Azul, Gavião Negro e Guy Gardner, um dos Lanterna Verde. Utilizando o Wii Remote e o Nunchuk, o game não apresenta um sistema complexo de golpes, mas possui uma variedade que pode entreter por algumas horas, além de possuir alguns comandos com os sensores de movimentos básicos, para aplicar golpes especiais ou usar uma mira na tela para usar os acessórios em certos lugares.

Algo que não pode faltar em um jogo do Batman são os seus “brinquedinhos”, os bat-acessórios, que se apresentam em uma boa variedade e podem ser evoluídos. O bumerangue, por exemplo, pode ser usado tanto para abater inimigos fora de alcance como acionar alavancas para abrir portas, um acessório que será usado constantemente. Por outro lado, há outros de uso opcional que não fazem tanta diferença se você não utilizá-los. Alguns itens serão adicionados automaticamente ao seu arsenal enquanto o jogo avança e outros podem ser comprados, já que é possível coletar dinheiro durante a aventura.

Colorido e bem-humorado

A história é contada através de conversas com os personagens durante o jogo, além de algumas cenas de animação. Há muito diálogo e as vozes são feitas pelo elenco do desenho animado, o que garante um bom nível de qualidade e até umas boas piadas, algo não muito comum em um jogo do Cavaleiro das Trevas, mas que se encaixa bem com o estilo de “Brave and the Bold”. O humor fica por conta dos quatro parceiros de Batman, cada um com personalidades diferentes que interagem com o homem-morcego, um herói sério e que não faz piadas, o que acaba rendendo uma boa dinâmica.

O estilo da série foi perfeitamente convertida para o Wii, com um visual colorido e cartunesco, o que é um ponto positivo. Boas animações e com várias poses e expressões dos personagens, que por vezes até lembra a série pastelão do Batman dos anos 60 (“santa sacanagem Batman, sou muito novo pra lembrar disso” – “Basta perguntar aos seus pais, Robin”). Porém é um jogo que está longe de usar as capacidades do console ao limite, que possui outros jogos em 2D com visuais muito mais bonitos e trabalhados, como o game “Muramasa: The Demon Blade“.

Após um tempo, a mecânica do jogo torná-se repetitiva, por não apresentar um design de fases mais elaborado, contendo apenas alguns elementos básicos de jogos de plataforma. Basicamente o jogador deve derrotar os inimigos apertando repetidamente um botão, andar para a próxima tela e derrotar novos inimigos, e assim por diante até chegar aos chefes, que tendem a ser um pouco mais complicados, mas também não oferecem grandes desafios.

Outros heróis, pouco conhecidos e inspirados na chamada “Era de Ouro” dos quadrinhos (como Aquaman, Canário Negro, Capitão Marvel, Flash, Arqueiro Verde, Homem-Elástico, entre outros), que ocorreu entre os anos de 1938 a 1956, podem ser invocados para fazer um ataque que atinge todos os inimigos da tela, através de animações bacanas, e ao balançar o Wii Remote e o Nunchuk juntos, aciona-se um golpe especial do personagem, também com uma breve animação.

Algo interessante que vale a pena citar é a conectividade do jogo entre o Wii e o Nintendo DS, uma integração pouco aproveitada pelas produtoras. Ao conectar o console e o portátil com o título, o jogador que manuseia o Nintendo DS tem o controle de Bat-Mirim, uma criatura extradimensional que se veste como Batman e ajuda o herói e seu parceiro na luta contra o mal.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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