“Clássico Time!”
É com esse “portunhol” que começo aqui minha humilde análise de um dos games mais adorados do “velhinho da Nintendo”, o Nintendinho. Com vocês: Batman.
Lançado em 1989, mesmo ano do lançamento do primeiro dos filmes de Batman do diretor Tim Burton, filme esse o qual o game é “baseado”, Batman para Nes surge para marcar presença no mundo dos games.
Assim como no filme, o vilão mor do game é ninguém menos do que o Coringa, que no game está com a cara do Jack Nicholson, ator que interpretou o vilão no filme homônimo. Tirando esse fato, e o de que Batman é o Batman em ambas as obras, mais nada um tem em comum com o outro, o que de forma alguma deprecia o game.
A jogabilidade do game é simples, funcional e com elementos muito criativos que fizeram a cabeça dos jogadores da época. Como todo bom game de ação com movimentação scroling em 2D, caminhamos com Batman da esquerda para a direita, enfrentando todos os inimigos que aparecerem. O hall de movimentos para isso é o essencial: um botão para dar pancada, um botão para pular e os direcionais, que movimentam o herói mascarado para esquerda e direita.
Com o botão de ação podemos, sem que nenhuma arma esteja selecionada, aplicar socos. Caso alguma arma seja selecionada, podemos nos utilizar de três armas diferentes: um bumerangue, uma arma que parece um lança foguetes de uma mão e um arma que parece ser três estrelas ninja que voam paralelamente em direção dos inimigos. Normalmente os socos e os bumerangues resolvem qualquer problema, mas existem utilização para as outras duas opções de armas.
No que cerne a movimentação do personagem, o destaque vai para os saltos entre paredes próximas uma da outra. Pressionando o botão de pulo, após já ter saltado uma vez, encostado na parede enquanto no ar, Batman pega impulso na parede e projeta seu corpo para cima em direção contrária, podendo realizar essa mesma ação posteriormente quantas vezes forem necessárias, de parede em parede, podendo alcançar alturas inatingíveis de outra forma qualquer. É algo que parece simples, mas que visto feito com tanta fluidez por um personagem de um game de Nintendinho impressiona.
Para finalizar os elogios quanto à jogabilidade, vale dizer que o controle responde de maneira imediata aos comandos realizados pelo jogador, e que jamais o controle poderá ser utilizado como velha desculpe de “o porquê eu morri ali”.
Ao fim de cada fase, lembrando que o game conta com cinco no total, encontramos um chefe, não muito inspirado, mas com um ótimo nível de dificuldade, a ser abatido. Nenhum dos chefes, excluindo o Coringa tem relação direta com o filme, assim como os cenários.
Por falar em dificuldade, o game era “o cão chupando manga” para sua época, causando verdadeiro estado de tensão e nervos para jogadores menos providos de habilidades com o controle nas mãos. Hoje em dia, encontramos vídeos de pessoas o finalizando sem morrer e bem rapidamente, mas não se engane, era o “bicho pegando” chegar até Coringa.
O visual do game é muito inspirado, se utilizando de poucas cores, e em sua maioria de tonalidades mais escuras, os desenvolvedores conseguiram criar o clima gótico que Gothan City demanda. Não vou dizer aqui que o visual do game é um obra de arte para os padrões do Nintendinho, pois temos vários exemplares com visual muito mais belo, no entanto, Batman apresenta um visual que não desagrada a quem olha e que não incomoda em momento algum.
Já a trilha sonora, essa sim é muito bem trabalhada e inspirada. O time de criação trabalhou muito bem o fraco chip de som do Nes, criando músicas belas, variadas e que ajudam o jogador a imergir no mundo do game. A música da primeira fase do game nunca mais saiu da minha mente depois que joguei esse game pela primeira vez lá em meados dos anos 90. O mesmo vale para os efeitos sonoros do game, como explosões, por exemplo, todos bem transcritos para o Nes.
Bom, esse é Batman, um jogo que esta por certo no coração dos jogadores Old School, que tiveram a chance de aproveitar deste maravilhoso game da maneira mais apropriada o possível, em um Nintendinho na época de seu lançamento.
Espero ter instigado aqueles que ainda não conhecem o game a conhecê-lo, e espero também feito o jogador Old School ter tido aquele momento nostálgico que somente um Old School entende. No caso de dúvidas quando a ambos, deixo aqui um vídeo de um jogador que finaliza o game sem sequer morrer. Assista o vídeo e tente fazer isso você também, não vai ser muito fácil…