Análises

Bayonetta

Muita sensualidade e pancadaria nesta obra-prima de Hideki Kamiya 

Há tempos um jogo da Sega não ganhava tanta expectativa, Bayonetta é um jogo de ação/aventura para Xbox 360PlayStation 3, dirigido por Hideki Kamiya (de Devil May Cry, Okami e Viewtiful Joe) na Platinum Games (fundada por ex-funcionários da Capcom) em cooperação com a Sega. Então já viu o que você pode esperar deste game, não é?

Em desenvolvimento desde 2007, o jogo foi lançado no Japão em outubro de 2009 e conseguiu nota máxima da conceituada revista Famitsu (foi a terceira nota máxima que a revista deu em 2009, os outros foram Dragon Quest IX do DS, Monster Hunter 3 do Wii e New Super Mario Bros Wii). Ele foi promovido através de um comercial de televisão com música do cantor pop japonês Michi, um concurso de cosplay, um tema para o navegador Google Chrome, um livro de imagens e trilhas sonoras.

Alardeado como o “melhor jogo de ação dos últimos tempos“, o game tem como foco principal a sua bela protagonista, Bayonetta, que pode utilizar quatro revólveres, entre outras armas e executar ataques mágicos para derrotar vários inimigos.

Sem dúvida nenhuma, Hideki Kamiya fez um trabalho fenomenal em Bayonetta, que em muitos aspectos lembra o seu outro grande sucesso, Devil May Cry, só que muito mais bonito, refinado e com uma protagonista muito sensual. Você dono de um PS3 ou Xbox 360, pode colocar Bayonetta na sua lista de compras para 2010 sem medo de ser feliz, é um game que vale muito a pena.

Afinal, não é sempre que você pode controlar uma bruxa gostosona com mais de 500 anos, com um jeito de professora (vai dizer que aquele óculos não dá um ar de professorinha do primário? Há quem diga ainda que ela parece uma irmã mais jovem de Sarah Palin…) e  que usa seu cabelo para matar os inimigos e realizar acrobacias incríveis. Leia nossa análise para saber o que te aguarda.

olha só que lindona a Edição Especial de Bayonetta na Austrália. Além do jogo, ela vem com um CD com a trilha sonora, um livro de capa dura com artworks do game e uma réplica da arma de Bayonetta. Capricharam heim? Aqui no Brasil se contente com a caixinha do DVD.

Uma Bruxa sensual de 500 anos

O enredo se passa em Vigrid, uma cidade fictícia na Europa. Bayonetta, a personagem principal, é uma bruxa que usa várias armas de fogo (bruxa moderna ela não?) juntamente com os ataques mágicos que ela realiza com o seu cabelão negro. Ela enfrenta anjos e demônios que estão em guerra aqui em nosso mundo, as criaturas atacam-na por razões que desconhece.

Ela acordou depois de um sono de 500 anos e se encontra em uma zona desconhecida, sem lembranças de quem ou o que ela é. Com o tempo ela começa a se lembrar do que causou sua situação atual. 500 anos antes do incidente que causou sua perda de memória, havia duas facções de guerreiros – as Bruxas de Umbra, que são seguidoras das trevas e os Lumen Sages, que são seguidores da luz. Ambas as facções desapareceram misteriosamente de Vigrid sob circunstâncias desconhecidas e apenas uma bruxa sobreviveu, Bayonetta.

Bayonetta acorda nos dias atuais sem memória e sem saber da origem de seus poderes mágicos, enquanto criaturas a atacam constantemente. Durante sua jornada para descobrir quem é, ela vai encontrar vários outros personagens de suporte, como Luka, um possível interesse amoroso, a rival Jeanne que também usa quatro armas como Bayonetta, o informante Enzo que vive em encrencas, o traficante de armas Rodin, uma menina misteriosa chamada Cereza entre outros que irão aparecer. No geral, a trama é meio confusa e vai exigir um pouco de atenção para saber o que exatamente está acontecendo.

Bayonetta com certeza rouba toda a tenção do game, é uma personagem extremamente carismática, habilidosa e muito confiante e sarcástica. Ela usa duas armas nas mãos e mais duas nos tornozelos e o seu cabelo ainda pode se transformar em criaturas infernais para fazer picadinho de seus inimigos. E de bônus, ela possui um corpo cheio de curvas sensuais, visíveis através de seu longo cabelo que será exibido ao logo de todo o jogo (oh yeah). Nada mais prazeroso do que ver uma gostosona acabar com hordas angelicais.

Shampoo para cabelos e muitos combos

A mecânica do jogo lembra muito Devil May Cry, com uma ação frenética, golpes devastadores, movimentos acrobáticos e outros detalhes que podem ser percebidos que foram “emprestados” da outra franquia. Claro, está longe de ser uma cópia, Bayonetta possui sua própria identidade, mas não é um game totalmente “inovador” e “único” como está sendo marketeado por aí.

Bayonetta transborda ação, com uma infinidade de golpes, acrobacias e combos. E o melhor de tudo, a jogabilidade é fácil de se aprender, só precisa saber o momento certo de se aplicar os golpes. Você vai utilizar um botão para os golpes com as mãos e outro para as (belas) pernas da personagem. Há também um botão para se esquivar e outro para realizar ataques com projéteis, que podem ser disparados pelas mãos ou pés de Bayonetta. Com tudo isso você pode realizar várias combinações de ataque, todos os movimentos estão interligados de forma elegante e bastante fluída.

O grande destaque fica para o “Witch Time”, que é acionado ao realizar uma evasão perfeita. A tela fica azul e tudo se move em câmera lenta por alguns segundos, e é neste momento que você pode aplicar combos devastadores. Você ainda tem a opção de invocar uma “máquina de tortura” para brincar com os seus inimigos em uma finalização espetacular cheio de estilo, que vai variar dependendo do tipo de oponente que se enfrenta. Tudo usando o seu cabelo, que também serve de roupa para a personagem, por isso não são raros os momentos em que ela pode aparecer sem roupa.

Os combates são incríveis, especialmente quando se aplica o golpe final, com ângulos de várias câmeras, com uma explosão e penas e sangue voando para todos os lados, e com Bayonetta fazendo uma pose e mandando um beijinho para destruir barreiras. Você pode ainda usar as armas de seus inimigos, que são de uso limitado, mas são bem variadas com a possibilidade de várias combinações nas mãos e nos pés, podendo executar golpes e combos ainda mais poderosos. Pode esperar tropas de 30 inimigos ou mais na tela ao mesmo tempo, tudo rodando a 60 fps constante, prepare-se para distribuir porrada para todos os lados.

Os combates contra os chefes de fase são de proporções épicas e gigantescas, incrivelmente bem feitas e de se tirar o fôlego. Nessas lutas também podemos utilizar contra-ataques e golpes de finalização, como invocar uma criatura do inferno para devorar ou esmagar os chefes. Visualmente é muito interessante e bem feito.

Atraente em todos os sentidos

Graficamente o jogo é de se encher os olhos, usando bem o potencial dos consoles. O design das personagens e inimigos são soberbos, super detalhados e com uma animação fluída, bela e sofisticada, principalmente de Bayonetta e os seus longos cabelos. Os cenários são coloridos com uma vivacidade incrível, com textura de alto nível, sem quedas de frame-rate e quebra de polígonos.

As arquiteturas  dos prédios e cenários são inspiradas no estilo clássico europeu e são muito belas na tela, com detalhes que irão fazer você parar de jogar apenas para ficar apreciando. Há alguma similariedade com os cenários de Devil May Cry, mas tudo de bom gosto e alto nível. As cut-scenes são sublimes e os cenários são bem variados, passando por diversas situações e ambientes desde pacatas aldeias até arranha céus em cidades.

Os inimigos também estão bem feitos, com anjos e demônios inspirados nas mitologias grega e hindu, além da imaginação fértil de Kamiya que desde de DMC já criava monstros e personagens bizarros, com   destaque para os chefes de fase que possuem designs memoráveis e inspiradíssimos.

A trilha sonora do game é fantástica, composta por Hiroshi Yamaguchi (que também fez a trilha sonora de Okami) ela abrange vários estilos como o pop, jazz, música orquestrada  com coros, pianos e violinos e metal gótico/melódico. Temas eletrizantes que combinam perfeitamente com o estilo do game. Destaque para a música “One of a Kind“, um tema épico e grandioso, com certeza o melhor de toda a trilha sonora. Há também a clássica “Fly me to the moon” de Frank Sinatra, lindamente interpretada por Helena Noguerra, que também canta o tema do game “Misterious Destiny“. A dublagem também está impecável assim como os efeitos sonoros.

O fator replay é alto e você vai jogar várias vezes até adquirir todos os itens, armas, combos e acessórios que aumentam as habilidades e movimentos de combate. Alguns loading times são longos, mais ao menos você pode ir treinando ataques e combos enquanto o game carrega.

“I’m sorry, I forgot to mention one of the reasons I hunt your kind. You’re much too ugly not to put out of your misery.”

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, desabilite o Adblock para continuar acessando o site!