Cenários pré-renderizados não tinham interação, mas impressionavam pela beleza

No início dos games tridimensionais, especialmente em jogos para computador e PlayStation 1, uma técnica  comum para desenvolver os cenários eram o que chamamos de pré-renderizados.  Duas séries que perduram até hoje tornaram essa técnica muito popular na segunda metade dos anos de 1990: Resident Evil e Final Fantasy.

A “grosso modo”, um cenário pré-renderizado é uma espécie de fotografia ou desenho fixo, dando um efeito bem bonito para os jogos antigos e com um nível de realismo impressionante para a época, sem precisar ocupar muito espaço da mídia (geralmente CD-ROM).

No entanto, o “preço” a ser pago era o baixo nível de interatividade. Por isso que jogos como Final Fantasy VII, e a série clássica de Resident Evil tinham câmeras fixas e os cenários não eram nem um pouco dinâmicos, sendo que o objeto de interação geralmente ficava bem destacado no cenário por este ser renderizado em tempo real, enquanto os cenários ao fundo eram estáticos.

Um dos primeiros games a utilizar essa técnica foi o Ys I: Ancient Ys Vanished, lançado em 1991 para o Sharp X68000. Ele utiliza gráficos em 3D pré-renderizados para os chefes, enquanto todo o resto do jogo era feito em 2D, dando um contraste considerado “bizarro” para os padrões de hoje.

Já um dos primeiros games a usar essa técnica de modo bem extenso é o The 7th Guest para PC, que teve recepção mista dos críticos, mas acabou se tornando um fenômeno em vendas. Pouco tempo depois, Myst também popularizou ainda mais essa técnica, sendo que o Myst IV: Revelation, lançado em 2004, é considerado o game que utiliza os melhores gráficos pré-renderizados para os cenários até hoje.

Vale dizer que os três jogos de Donkey Kong Country do Super Nintendo eram inteiramente feitos com a técnica de pré-renderização. Basicamente, os desenvolvedores criavam modelos tridimensionais dos personagens, inimigos e cenários, e depois convertiam para a tecnologia do Super Nintendo transformando-os em 2D.

A técnica da pré-renderização também era muito comum para fazer vídeos com uma qualidade “infinitamente” superior aos visuais que víamos nos jogos.