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Confira “Wakfu”, um MMORPG 2D estratégico com sistema de ecossistema e política

por Márcio Alexsandro Pacheco

Você já leu em nossas páginas sobre o MMORPG “Dofus“, um game 2D com mecânicas em turnos estratégicos que lembra clássicos como “Shining Force” e “Final Fantasy Tactics“. O título foi um enorme sucesso no mundo todo, o que fez com que a sua produtora, a francesa Ankama Games, lançasse uma sequência indireta no início de 2012, que ficou conhecido como “Wakfu“. Trazendo a mesma estrutura que consagrou o jogo original, mas com uma evolução significativa nos visuais e com uma jogabilidade mais fluída, provou ser um prato cheio para os fãs de “Dofus”. Saiba mais sobre o game lendo nossa matéria especial abaixo, ou visitando o site oficial, clicando aqui.

confira o trailer do game abaixo

A história

A história de “Wakfu” acontece no mesmo universo de “Dofus”, mas em tempos diferentes, mais precisamente 1000 anos depois. Aqui, ficamos sabendo que um ogro chamado Ogrest reuniu os seis ovos de dragão que transbordavam poder, ainda na era de “Dofus”, com o objetivo de conquistar o amor de uma bela mulher. Infelizmente para o ogro, ela estava mais interessada nos poderes mágicos dos ovos do que em seu coração, o que provocou a sua fúria, aprisionando sua amada nas catacumbas mais profundas do reino.

Desolado e louco pela tristeza, Ogrest retirou-se para a montanha mais alta do mundo e começou a chorar. Ele chorou e chorou, e suas lágrimas eram tão abundantes que 1000 anos depois o mundo se encontra em ruínas, com dilúvios, terremotos e maremotos. Como já esperado, o choro de Ogrest destruiu a maior parte do planeta, separando a terra em vários continentes. Os sobreviventes se reuniram para começar uma nova sociedade, mas as pessoas se dividiram em várias facções com opiniões e crenças diferentes. E é nesse mundo caótico que o jogador começa a sua aventura, com o objetivo de acabar com Ogrest, ou de traçar suas próprias aventuras num mundo em reconstrução.

As mecânicas

Wakfu” conta com as 15 classes originais, cada uma com suas características e feitiços únicos, cuja evolução dependerá de como o jogador irá distribuir os seus pontos de experiência. O menu de atributos do personagem é cheio de opções, certamente um dos mais variados que se já viu em um game. As inovações na jogabilidade é um dos seus diferenciais, apesar das batalhas estratégicas em turnos demarcadas por um tabuleiro, sozinho ou em grupos, permanecerem intactas.

As novidades estão principalmente no ecossistema do mundo do jogo. Os jogadores podem controlar a reprodução ou a extinção da fauna e da flora. Se você matar uma grande quantidade de monstros sem permitir que eles se reproduzam, eles desaparecerão para sempre, assim como o seus pontos de experiência e itens especiais. Se explorar áreas naturais e não replantar, as colheitas cessarão, acabando com os seus recursos. Cabe ao jogador controlar as populações de monstros, as variedades de plantas e até mesmo o clima, algo que é extremamente interessante e inovador no mundos dos games.

Outra novidade foi um sistema político adicionado ao game, medido em Pontos de Cidadania (PC). Esses pontos podem ser ganhos, ou perdidos, de acordo com as leis em vigor, que dependem do governo da nação escolhida pelo jogador. Se não se comportar direito, você acaba virando um fora da lei, caçado por outros jogadores e podendo acabar na prisão. Mas se andar na linha, pode se tornar um Cidadão com poder de votar (precisa ter 100 PC), ou Soldado (500 PC), Guarda (500PC) ou até seguir a carreira política em busca do cargo mais importante, o de Governador de sua nação (1000 PC), que é eleito através de votos dos próprios jogadores. Como são várias nações, as relações internacionais entre elas afetam constantemente a sua pátria, então escolha sabiamente o governante que vai proteger os seus interesses, podendo ele formar alianças ou declarar guerra a outros territórios, entre outras tarefas exclusivas.

Como “Dofus“, aqui também temos um sistema de profissões, que se dividem entre combatentes, comerciantes, artesões, entre outros num total de 17, que consistem na coleta de recursos naturais para a construção de objetos, itens, poções e equipamentos especiais. O jogo oferece mais de 70 calabouços (dungeons) para jogadores dos mais variados níveis, desde os iniciantes fracotes até os veteranos calejados e poderosos. Além disso, temos centenas de missões (quests) em que o jogador pode se aventurar sozinho ou em equipe, em busca de itens e recompensas especiais. E para quem gosta de socializar, poderá ir ainda mais longe entrando em uma guilda e compartilhar suas experiências com outros jogadores, além de travar batalhas contra outros jogadores, o famoso PvP (jogador versus jogador).

O game foi feito em flash, o que garante um visual nostálgico de games mais antigos. Os gráficos são bonitos e super detalhados, com animações bem feitas e personagens e cenários bem desenhados na tela, com influências orientais do estilo anime e mangás. Mas não se iluda com o visual estilizado fofo e super colorido, o jogo é cheio de surpresas e pode se revelar bem desafiador, e complexo, mesmo para os veteranos  no estilo. Sua jogabilidade é bem acessível, usando apenas o mouse e menus com ícones que permitem uma navegação rápida e sem problemas, além de estar todo em português, o que facilita a compreensão em acompanhar as narrativas e menus.

O sucesso do game já gerou vários outros produtos, como revistas em quadrinhos, mangás, jogos de cartas, tabuleiro e um jogo derivado chamado de “Islands of Wakfu“, para o Xbox Live Arcade. Em 2008 uma série animada foi lançada com 52 episódios, consolidando o sucesso da franquia.

Concluindo, “Wakfu” é um MMORPG que conseguiu expandir os limites do já ótimo “Dofus”, trazendo sistemas e inovações que não se encontram nem nos mais modernos jogos do gênero, e ao mesmo tempo aliado a uma mecânica clássica dos jogos de turno e estratégia, um dos seus maiores charmes. O jogo possui um sistema free-to-play, porém que limita as opções do jogador como se fosse uma demo, mas ideal para conhecer o que ele tem a oferecer. Para quem quiser aproveitar tudo que o título tem a oferecer, como alcançar o nível máximo 200, terá que se tornar assinante, pagando uma taxa de R$ 15,00 por mês.

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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