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Crítica: Doutor Estranho

Doutor Estranho é a mais recente produção da Marvel nos cinemas, sendo o seu décimo quarto filme desde que iniciou o seu universo cinematográfico com Homem de Ferro em 2008 e após o sucesso do seu último e ótimo filme, “Capitão América 3: Guerra Civil“, que rendeu mais de US$ 1 bilhão de bilhetaria no começo do ano – leia nossa crítica.

Mas antes de pensar “putz, lá vem mais um filme de super-herói“, dê uma chance ao Doutor Estranho, que tem como principal função introduzir os temas da magia e do fantástico nos filmes da editora. E acredite, isso é feito de forma totalmente diferente de qualquer outro filme de herói que você já tenha assistido até hoje, tornando-se desde já a produção mais “diferentona” e criativa do gênero.

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Já nos primeiros minutos iniciais o espectador é brindado com uma grandiosa sequência de cenas dentro de um universo paralelo, nos preparando para o que há por vir. Logo após temos um primeiro ato onde é apresentado o protagonista, um médico brilhante (o “Doutor”, como o próprio diz) e arrogante Stephen Strange, interpretado de forma competentíssima por Benedict Cumberbatch (da série SHerlock e o vilão do filme Star Trek: Além da Escuridão).

Essa apresentação é feita de forma lenta e detalhada, mas longe de ser chata ou monótona, com um drama intenso que vai você fazer pensar que está assistindo a qualquer outra coisa do que um filme de herói da Marvel. E se você nunca ouviu falar do Doutor Estranho, personagem mítico criado nos quadrinhos por Stan Lee e Steve Ditko na década de sessenta, não se preocupe que a narrativa se sustenta sozinha e de forma perfeita, mesmo para os mais leigos.

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Temos então um segundo ato, que será o “treinamento” de Strange nas artes místicas – e há toda uma razão disso acontecer, que é muito bem explicada durante o filme. A partir desse momento entra em cena a segunda principal personagem de todo o longa, a Anciã (que nos quadrinhos é um personagem masculino e asiático – inclusive rende uma excelente piada no filme), interpretada por Tilda Swinton e que por pouco não rouba a atenção do protagonista. A atriz está ótima em seu papel e sempre impõe presença quando aparece – ver a dupla interagindo na tela é de um imenso prazer.

Aliás, quando os dois se conhecem é apresentado a Strange o multiverso, onde o espectador é convidado a fazer uma viagem psicodélica por diversas dimensões com um visual fantástico de fazer qualquer “chapado em ácido” ficar com inveja – recomendadíssimo assistir em um Imax 3D.

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Entretanto, o filme tem algumas falhas, sendo a principal a falta de um vilão mais marcante, aqui representado por Mads Mikkelsen que vive Kaecilius (imagem acima), um sujeito que passou pelo mesmo treinamento de Strange, mas que traiu a Anciã e se aliou com forças obscuras de motivações misteriosas.

O desenvolvimento do personagem não tem muita profundidade e está longe de ser um vilão marcante – mas há ainda um outro personagem vilanesco, bem conhecido pelos fãs dos quadrinhos, que infelizmente aparece muito rapidamente, mas que vale uma cena hilária!

O mesmo acontece com os personagens de Wong e Mordo, que têm boas participações mas sem o carisma da dupla principal Strange e Anciã.

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Mas, mesmo com esses probleminhas, Doutor Estranho não perde o seu brilho e “magia”, sendo um ótimo filme e uma aposta bem diferente, e até mesmo ousada, da Marvel em seu mundo cinematográfico. Com uma apresentação visual psicodélica fantástica e bastante auto suficiente em suas concepções, mas sem esquecer a fórmula das produções Marvel, certamente vai agradar em cheio os fãs de super-heróis e até mesmo aqueles que nunca ouviram falar do tal Doutor Estranho.

PS: o filme conta com duas cenas pós-crédito, uma ligada ao Thor 3: Ragnarok e outra para um provável Doutor Estranho 2, fique na sala do cinema até os momentos finais!

NOTA: 9/10

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Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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