Análises

Crysis 2

Crysis 2

De volta alguns anos mais tarde (2011), o shooter com gráficos arrasadores da Crytek deu as caras novamente com a missão de apresentar gráficos ainda mais surpreendentes que seu antecessor e melhorar outros aspectos importantes, como uma campanha melhor e um modo multiplayer mais robusto.

História menos capenga

Dessa vez você encarna o soldado Alcatraz, um soldado das Forças de Reconhecimento da Marinha Americana. Você e mais alguns de seus aliados estão em um submarino quando o mesmo é atingido e a ordem de evacuação é dada. As cenas seguintes mostra uma nave de batalha dos Cephs aniquilando os sobreviventes restantes. Prophet, o sobrevivente da aventura anterior, acha Alcatraz à beira da morte e o salva, passando também a Nanosuite a nosso herói e se matando, já que está contaminado por um misterioso vírus que assola toda a ilha de Manhattan.

A história de Crysis 2 é um pouco mais organizada, da nome aos bois e tenta manter um clima de suspense e tensão e realmente consegue ser bem sucedida em alguns momentos. A trama é mais interessante que no game anterior e até consegue prender atenção do jogador, mas somente por um breve período.

Isso acontece porque os personagens, ponto fundamental para que qualquer enredo funcione, são extremamente chatos e sem carisma algum, novamente. Não há como criar vínculo com nenhum deles, pois todos são apresentados de forma superficial, ponto negativo também da trama do novo game da Crytek, que deixa o jogador cheio de dúvidas e explica muito mal alguns eventos. O pior de tudo, é que Alcatraz é tão “marcante” quanto Nomad, dificultando ainda mais a vontade do jogador de prestar atenção nas cenas de corte e nos vários diálogos presentes no game.

Jogabilidade aprimorada

Felizmente, a história foi o único ponto que pouco evoluiu no game, já que a jogabilidade de Crysis 2 está aprimorada e ainda mais divertida. O primeiro ponto notável da melhora está em como o jogador utiliza os poderes da Nanosuite, sendo que dessa vez não é mais necessário ficar abrindo o menu para selecionar qual poder você quer usar, mas apenas apertar um botão especifico para ativar tal poder.

Em outras palavras, os poderes agora são definidos em botões específicos. Você quer usar a supervelocidade? Ok, basta usar a tecla de correr que o poder será ativado automaticamente. Quer usar o modo de camuflagem? Basta teclar novamente a tecla específica para isso e pronto. Dessa forma, é muito mais dinâmico e prático usar os poderes da poderosa vestimenta de Alcatraz e, de certa forma, fica mais crível que a nanosuite funcione dessa forma.

Também é possível comprar melhorias para sua “supervestimenta”, como um sistema que alerta sobre inimigos próximos ou diminuição do consumo de energia gasta quando o jogador está no modo camuflagem. Esses poderes são divididos em quatro categorias e cada uma delas possuí três melhorias, com algumas opções que possibilitam novas estratégias.

As armas de Crysis 2 também são bem mais interessantes visualmente falando e suas animações causam mais impacto que no primeiro game. Também temos uma variedade bem melhor, o que incita o jogador a experimentar todo o arsenal disponível que o game oferece, mesmo que isso implique em ter de largar sua arma predileta; em Crysis o jogador carrega um armamento limitado, tendo que substituí-lo sempre que quiser experimentar novas armas. Também temos um bom sistema de cobertura, algo realmente produtivo em momentos avançados da aventura.

A inteligência artificial também melhorou bastante e os inimigos são mais sinuosos e ágeis. Eles buscam cobertura, chamam por reforços e sempre tentam flanquear o jogador, além de contarem com arsenal pesado. Os cenários, inclusive, possibilitam várias estratégias distintas, dando rotas e caminhos alternativos, que podem ser usados tanto pelo jogador quanto por seus inimigos.

Há outras melhorias que valem citar, como uma melhor interação com os objetos do cenário. Também é possível executar finalizações silenciosas quando o jogador se aproxima de um inimigo por trás com o modo de camuflagem (ou invisibilidade) ativo e executar Powers Kicks, que nada mais é que chutar objetos do cenário contra seus inimigos.

As missões também estão bem mais divertidas e a dinâmica de jogo muda constantemente, abrindo também a possibilidade do jogador agir da forma que mais gostar, seja com ações mais furtivas ou entrando de peito e causando caos e destruição; mesclar as duas abordagens é o mais recomendado.

Imersivo e com boa ambientação

Crysis 2 é bem mais imersivo que seu antecessor graças a algumas melhorias muito bem vindas. A primeira é no poder de imersão do jogo, como por exemplo os Hud, elementos que apresentam ao jogador informações importantes, como vida e munição.

Essa parte foi muito melhorada e agora o jogador realmente parece estar dentro de uma roupa altamente tecnológica, já que a mesma apresenta várias informações bacanas sem atrapalhar a visão do jogador e como dito anteriormente, funciona como todos nós esperávamos que realmente fosse. Um exemplo disso é o binoculo, que dessa vez pode marcar inimigos e apresentar opções táticas ao jogador, podendo evidenciar uma delas, facilitando a vida do usuário da nanosuite. A voz computadorizada da Nanosuite também é muito melhor e traz ainda mais a sensação de estar usando uma roupa inteligente, que deixa de ser apenas uma ferramenta para ser algo de real suporte a Alcatraz, fornecendo não só habilidades sobre-humanas mas também provendo o jogador com informações pertinentes e importantes.

A ambientação também melhorou e isso não é porque agora estamos em uma grande cidade, mas sim porque tudo é mais interessante que na ilha de Crysis 1. Ver Nova York citiada, com tropas da CELL tratando a população infectada pelo desconhecido vírus de forma brutal e impiedosa causa o impacto necessário para chamar a atenção do jogador, sem ser apelativo.

Os corpos empilhados, os infectados rastejando pelos esgotos e estações de metro, pequenos covis de alienígenas, o cenário parece contar mais sobre a história do game do que o próprio enredo. É bem verdade que está longe de ser uma ambientação de primeira e muitas vezes você vai se preocupar muito pouco em explorar o cenário, mas já é um sinal promissor de melhora dentro da até então trilogia.

Multiplayer

O modo multiplayer de Crysis 2 foi o que mais evoluiu, tornando a jogatina on-line muito mais interessante e divertida. A formula pega emprestado alguns elementos de Call of Duty, Battlefield e Halo, como os modos de jogo e o sistema de níveis, porém tem muita personalidade própria.

Usar os poderes da nanosuite on-line é muito divertido e recompensa os jogadores baseados em seu modo de agir. Se você é um jogador que gostar de ser mais furtivo, então use e abuse do sistema de invisibilidade e será recompensado com mais pontos para sua camuflagem, que podem ser usados para comprar melhorias para essa categoria. Prefere uma atitude mais agressiva? Ative a armadura e encare de peito aberto os demais jogadores, garantindo pontos para investir em poderes que favorecem esse tipo de atitude mais direta.

Também há um sistema de poderes especiais, podendo ativar, por exemplo, um poderoso raio que destruí tudo em sua volta. Para isso é preciso coletar as identificações dos inimigos, algo que instiga os “campers” a saírem de suas tocais para poder coletar suas recompensas. Algo positivo também é que a dinâmica do modo multiplayer diminui bastante os campers, beneficiando sempre quem está em constante movimentação.

Fator replay

Crysis 2 ainda tem um forte fator replay, com muitos itens colecionáveis, como artes concentuais, suvenir, e-mails e muito mais. Também é válido encarar a aventura novamente em dificuldades maiores, principalmente para adquirir as demais melhorias da nanosuite.

O modo multiplayer também tem uma grande quantidade de conteúdo para desbloquear, como armas e novos poderes. Esses elementos acabam aumentando a vida útil do jogo consideravelmente além de dar mais incentivos a explorar os cenários e se aventurar nas partidas on-line.

Ainda melhor

Crysis 2 também melhorou nos gráficos e sons, apresentando efeitos visuais e sonoros ainda melhores que em 2007. As modelagens e texturas estão ainda mais impressionantes, com uma quantidade absurda de detalhes, deixando tudo ainda mais bonito. Os efeitos de fumaça e fogo são de cair o queixo, os efeitos de tiros, tanto do lado dos humanos quanto dos alienígenas também são lindos de se ver e o clima de guerra e destruição presente em alguns momentos da aventura são empolgantes, com explosões, tiros e inimigos para todos os lados.

A parte sonora também evoluiu muito, com efeitos mais realistas para os sons de tiros por exemplo. Também é bacana ver a nanosuite reproduzindo sons mais realistas, como o barulho “mecânico” que escutamos ao correr ou os passos pesados de Alcatraz quando o jogador ativa a armadura. A trilha sonora é muito melhor que no jogo anterior, com composições bem mais empolgantes e que casam bem com o clima de Crysis.

 

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