Análises

Dark Void

– um título com boas ideias e potencial, mas faltou refinamento –

E atenção você, fã de jogos sci-fi como Mass Effect ou Dead Space ou de filmes como Star Trek e Battlestar Galactica, Dark Void, o game tem como temática o sci-fi que pode te agradar, produzido pela Airtight Games e distribuído pela Capcom para Xbox 360, PlayStation 3 e PC.

Com tantos jogos 3D sendo lançados, fica meio difícil colocar algo original no mercado, mas foi isso que a Airtight Games tentou buscar, combinando a ação em solo, ar  e combate vertical.

A mecânica do jogo é toda em terceira pessoa, misturando tiroteios intensos e combates aéreos de grandes proporções, devido ao seu jetpack, uma mochila com jatos propulsores. Além do tiroteio clássico em duas pernas, a ação se desenvolve bastante pela vertical, e desafiar a gravidade também é um dos desafios que o protagonista terá que enfrentar para derrotar os inimigos alienígenas. Será que a Airtigh conseguiu criar algo novo? Confira em nossa análise abaixo.

No lado mais escuro do planeta, existe o vazio…

Neste jogo iremos encarnar o piloto de aviões de cargas William Grey que no meio de uma forte tempestade caí no temido Triângulo das Bermudas. Ele então é teletransportado para uma outra dimensão, que é governada pelos The Watchers, donos do pedaço e nem um pouco simpáticos.

Para fazer frente aos alienígenas The Watchers, existem os Survivors, um grupo de resistência humana que luta pela sua liberdade contra os seus opressores, que são muito parecidos com os Cylons de Battlestar Galactica ou aos Geth de Mass Effect.

Will se junta aos Survivors na batalha com o objetivo de derrotar os ETs e retornar à Terra, para isso ele conta com a ajuda de Nikola Tesla, o notório inventor e cientista, mais conhecido pelas suas muitas contribuições revolucionárias no campo do eletromagnetismo no fim do século XIX. Achou a história interessante? Infelizmente a narrativa não se desenvolve além disso durante o jogo, apesar de apresentar um mundo e personagens bem interessantes, o game não explora bem a trama e as personagens não têm muito carisma.



Por outro lado, Dark Void cria uma boa combinação entre combates terra-ar, em uma jogabilidade dinâmica em terceira pessoa pouco vista nos games atuais e realmente muiuto divertida de se jogar. Basicamente o jogo é dividido em três partes: terra, ar e ação vertical. Você tem a sua disposição várias armas para enfrentar os The Watchers, ou se preferir pode encarar os bichos à moda antiga: na porrada. O sistema de combate em terceira pessoa em solo lembra jogos como Uncharted 2 e Gears of War, com você se escondendo, correndo, mirando e atirando nos inimigos. Mas o grande diferencial mesmo é graças a sua “mochila voadora”, que pode ser usada para voar  ou planar pelos cenários, criando uma jogabilidade totalmente diferente.

Dessa maneira, os cenários são todos construídos para tirar vantagem das características do seu jetpack, você por exemplo, irá escalar montanhas de uma maneira totalmente nova em um game. Mas não pense que você vai sair logo no começo igual o Homem de Ferro, fazendo acrobacias mirabolantes pelos céus. No início os seus propulsores não são tão potentes, fazendo pequenos vôos.  A medida que for avançando nas missões, você poderá brincar de Boba Fett (algum fã de Star Wars por aí?) pelos céus e até encarar as naves alienígenas, podendo inclusive pilotá-las.

A sacada da Airtight Games foi criar cenários em que você deve usar os três tipos de ações em conjunto, e é aí que Dark Void se torna algo totalmente inovador do que a maioria dos outros games no mercado. Um bom exemplo é na fase em que você tem que destrui um gerador de escudos. Você irá enfrentar inimigos até chegar ao gerador. Uma vez lá, você terá que escalá-lo em combates verticais, e depois de explodir a estrutura, você terá que se mandar de lá literalmente voando, em um momento explosivo.



Os controles são bem simples e intuitivos, mas vão exigir uma certa habilidade para os analógicos, onde um controla os movimentos e o outro a câmera. E falando na câmera, você terá que movimentá-la o tempo toda, tanto em combates em solo como nos aéreos. Ela na maioria das vezes funciona bem, mas as vezes pode te deixar na mão e gerar mortes inesperadas. Há bastante liberdade nos cenários e você poderá andar ou voar por onde quiser.

Em termos gráficos o jogo não faz feio, mas também não chega a impressionar. Ele apresenta cenários com uma beleza exótica que combina bem com o game, com a presença de montanhas gigantescas, desfiladeiros, torres e ruínas em conjunto com a tecnologia de ponta dos autômatos The Watchers,  que criam um contexto visual bem interessante.

Infelizmente há vários bugs visíveis imperdoáveis, com cenários que tem problemas em carregar texturas durante o jogo e o personagem correr o risco de ficar preso em certos cenários problemáticos. As texturas poderiam estar mais bem trabalhadas e definidas.  Um outro problema, não tão grave, é a repetição de animações como quando você ataca uma nave alienígena, arranca o seu painel de controles e destrói o piloto com a sua própria arma e chuta a sua cara. Nas primeiras vezes isso é bem legal, mas depois de um tempo de tantas animações idênticas, já não é mais tão emocionante. Faltou animações mais variadas. Em certas áreas o jogo é meio escuro e pode dificultar a progressão do jogo. As personagens estão relativamente bem detalhadas e fluídas, especialmente a movimentação de Will quando está voando, que é agrádavel de se ver.

Se você é fã de Battlestar Galactica, provavelmente vai reconhecer o estilo de Bear McCreary, compositor da trilha sonora do seriado e o seu primeiro trabalho como compositor de games. Os temas são lindamente orquestrados e combinam muito bem com a ação do jogo. A experiência de McCreary em Battlestar Galactica com certeza irá garantir músicas épicas para se ouvir em Dark Void. Se você acha que estou “babando ovo” porque sou fã de BSG, confira você mesmo aqui trechos da trilha sonora. Os efeitos sonoros também estão bons, com o som das armas, granadas, explosões, naves e geringonças robóticas. Como as armas usam tecnologia do senhor Nikola Tesla, não esperem ouvir sons de uma AK47 ou uma M16, mas sim sons de alta tecnologia scifi. As dublagens estão boas, o protagonista é dublado pelo veterano Nolan North, que tem um currículo grande como dublador de games, seu trabalho mais recente e famoso é como Nathan Drake nos jogos Uncharted. Infelizmente, como acontece com os gráficos, temos alguns  bugs sonoros que ocorrem algumas vezes, como vozes e músicas sendo cortadas repentinamente.

in the darkest corner of the globe there exist a void…

Márcio Pacheco

Márcio Alexsandro Pacheco - Jornalista de games, cultura pop e nerdices em geral. Me add nas redes sociais (links abaixo):

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