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Daytona USA HD

Para quem que acha que a SNK ou Capcom são as rainhas dos arcades e que The King of Fighters 2002 ou mesmo Street Fighter 2 são (ou foram historicamente) os games mais poderosos dos fliperamas, eu tenho somente um nome para você: Daytona USA.

Lançado originalmente no ano de 1994, Daytona USA é até hoje a máquina de arcade mais rentável da história. Quem nunca jogou Daytona USA em alguma máquina disponível, possivelmente em algum Shopping próximo, não sabe verdadeiramente o que é diversão no fliperama. Deixo claro que quem aqui escreve é fã incondicional de Street Fighter 2 e teve seus melhores anos da infância batendo em marmanjos com seu Ryu “boladão”, mas contra fatos não há argumentos.

O game teve duas conversões para Saturn (a primeira foi sofrível), mas que nunca conseguiram a mesma qualidade visual que o game original possuía. Posteriormente, o Dreamcast recebeu sua versão de Daytona USA, na forma de um remix do game original.

Apesar de ser um game adorado pelos fãs do último console da Sega, de possuir mais carros para seleção e mais algumas adições, o game para Dreamcast peca no ponto mais crucial: gameplay.

Estava faltando até então um game para consoles de mesa que fizesse jus ao legado de Daytona USA. Eis que mais de 15 anos depois a Sega resolve proporcionar uma perfeita experiência de seu game de corrida mais aclamado para o “jogador caseiro” de Playstation 3 e Xbox 360.

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Lançado ao valor de U$10,00 para PSN e Xbox Live no ano de 2011, Daytona USA é a exata transposição do game dos arcades, com uma bem-vinda remasterização em HD de seu visual.

Uma vez adquirido o game, basta selecionar uma pista dentre as três disponíveis, bem como o tipo de transmissão (Automática ou Manual) e partir para queimar a borracha no asfalto. Cada uma das pistas tem um nível de dificuldade e, por default, cada qual possui um número de voltas para finalização.

O absurdo número de 40 corredores na pista Begginer, a primeira e mais simples dentre todas, ainda é recorde. Um incrível feito considerando o período em que o game foi lançado originalmente.

Opções como quantidade de voltas a serem completadas em cada pista, bem como a dificuldade dos corredores adversários, podem ser alteradas.

Como Daytona USA se trata de um game de corrida arcade, a regra aqui é se esquecer da física e realizar as curvas em velocidades absurdas, se utilizando dos extravagantes drifts que um game desse gênero permite. Esqueça qualquer noção de simulação que possa possuir em sua mente, o negócio aqui é correr sempre o mais veloz o possível.

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As trilhas musicais originais estão de volta, bem como as mesmas mixadas. Se aceita um conselho de amigo, esqueça as mixagens e deixe o áudio original sempre ativo. Daytona USA tem umas das OSTs mais carismáticas que um racing game já possuiu. Aproveite isso!

Os efeitos sonoros não possuem nada de muito especial, mas cumprem muito bem o seu papel. O som dos motores dos carros e das derrapagens em alta velocidade dão o clima necessário de cada partida.

O gameplay é exatamente o que o jogador conheceu no game original. Tudo foi muito bem transcrito para as configurações dos joysticks de PS3 e X360, incluindo o modelo de mudança de marchas, que se para alguns não é intuitivo, para os jogadores “velhos de guerra” de Daytona é essencial.

Destaque para a elegante conversão em HD que o game teve. Ao contrário do realizado no game para Dreamcast, que teve todo seu visual retrabalhado, os desenvolvedores deixaram aqui o visual “quadradão” do game original intacto, retrabalhando apenas a questão de melhoria de texturas. O resultado agrada a quem olhar, independentemente da geração de jogador (se bem que sempre tem um chatonildo no grupo) e é uma prova de respeito ao jogador que vivenciou o game há duas décadas atrás e que é visivelmente o maior interessado em adquirir o game.

Simplicidade bem executada foi o grande trunfo do game original e também o é aqui. Entretanto, seu incontestável grande trunfo de outrora é também seu maior problema atualmente.

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Apesar da necessária, divertidíssima e surpreendentemente funcional opção de multiplayer online, as poucas adições que essa versão de Daytona USA oferece ao jogador são insuficientes e rasas.

O Karaoke Mode, modo em que se corre sem compromisso, enquanto se ouve uma das trilhas do game sem vocal e com legenda é, no mínimo, sem sentido.

O Chalenge Mode, modo que traz desafios simples em cada uma das três pistas é mais interessante, entretanto os desafios são fáceis e a quantidade de desafios pequena. Rapidamente o jogador irá finalizá-los.

Isso é muito pouco perto do conteúdo que o mais simplista dos games oferece atualmente, em especial considerando o valor cobrado pelo download.

Esse novo Daytona USA foi lançado se focando de maneira tão veemente nos jogadores “old-school” que basicamente exclui todo o resto.

Para quem viveu e compreende as limitações de um jogo de fliperama de quase 20 anos atrás e que ainda consegue, seja por nostalgia ou por algum outro motivo, jogar por horas a fio um game desses se divertindo, Daytona USA é compra mais do que obrigatória. Para todo o resto, esse game vale eventuais visitas a um amigo que o possua, seja para jogá-lo um pouquinho, seja por curiosidade de conhecer um pedaço importantíssimo da história do entretenimento eletrônico.

Caso o leitor faça parte do primeiro grupo de jogadores aqui mencionados, a nota dessa análise é para você. Caso faça parte do segundo grupo, esqueça essa nota e experimente-o antes de comprar ou aguarde alguma boa promoção para a compra.

Caso quem lê meu texto nesse momento seja fã incondicional de Daytona USA, possivelmente também já possui o game e ponto final. E caso assim o seja, te aguardo para corridas “velozes e furiosas” online!

Eduardo Farnezi

De volta como contribuidor freelancer do site GameHall, um dos fundadores do não mais existente blog Canto Gamer, fundador do blog Gamerniaco e ainda atuante nos projetos do grupo Game Champz e Agência Joystick. Gamer por paixão, cinéfilo por vocação, leitor de mangás e HQs por criação e nerd pela somatória dos fatores. Acredita que os únicos possíveis cenários de apocalipse são Zumbis e Skynet e não sai para noitadas por medo do que Segata Sanshiro pode fazer se encontrá-lo.

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